Capítulo 3

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Algumas semanas passaram e S/N estava em casa quando de repente a sua campainha toca.

Ela vai atender e vê Emma na porta.

Emma: Amiga, precisamos conversar.

S/N: O que foi aconteceu algo com o bebê?

Emma: Quero que você cuide da minha gravidez. Você é obstetra e pediatra, é a única que não vai mentir pra mim.

S/N: Emma, você sabe que o meu consultório está fechado há 2 anos e que eu e o Mark...

Emma: O consultório é seu, os seus pais fizeram para você porque você é a melhor. É a pessoa em que eu mais confio para cuidar do meu bebê. Então, por favor.

S/N: Tá, mas já vou avisando não quero que me ligue toda hora. Eu tô estudando.

Emma: Estudando o que?

S/N: Eu consegui um caso em outra cidade de uma mulher que vai ter trigêmeos. Um dos bebês não está recebendo os nutrientes necessários, então vou ter que operar dentro do útero mesmo.

Emma: Isso é impossível.

S/N: Nada é impossível, Emma. É estudo e prática. Eu só vou precisar fazer uma ligação direta ao cordão umbilical.

Emma: O Mark sabe?

S/N: Não, ele não sabe. E ele me diria que é besteira, igual a do garotinho que eu ia operar. Eu estava cuidando do tratamento dele há anos. Semana que vem ele entra em cirurgia. Era pra mim estar operando ele.

Emma: Só você voltar para o caso.

S/N: Não é assim. Quando entregamos o nosso paciente para outro médico, não tem como pegar de volta, Emma.

Emma: Eu preciso ir. O Ken está me esperando no carro. Eu te amo.

S/N: Eu te amo.

Depois que a Emma sai, S/N continua estudando o caso dos trigêmeos. Ela vê as ultrassons, exames, tudo que enviaram a ela. Até Mark chegar.

Mark: Amor!

S/N: Estou no escritório.

Assim que ele entra, ele se aproxima e a beija. Logo ela sente um perfume doce que não é dela.

S/N: Eu peguei um novo caso. São de trigêmeos. Olha só.

Mark: Não sei porque ainda perde tempo. Ao invés de estar olhando para ultrassom de outra mulher, poderia estar olhando para nossa.

S/N: Novamente com esse assunto.

Mark: Eu não entendo. Você cuida de mulheres grávidas e de crianças, mas nunca você quer engravidar.

S/N: Eu quero engravidar, sim. Mas não sei se você é a pessoa certa.

Mark: Eu sou o seu marido.

S/N: Vou reabrir o meu consultório. Tenho pacientes que precisam de mim.

Mark: Já conversamos sobre isso. Como fica a nossa família?

S/N: Que família, Mark? Você mal fica em casa. Não vai fazer diferença. E mais, vou estar fazendo o que eu amo.

Mark: Vai lá, abre o seu consultório.

S/N: Eu vou abrir. Meus pais me deram ele com tudo do bom e do melhor. Não sei porque não usar. Afinal, eu sou uma excelente médica, tenho prêmios, sou procurada em todo o mundo.

Mark: Você é a melhor. Joga isso já na minha cara. Fez a melhor faculdade, os seus pais são cirurgiões famosos e você é a cópia deles.

S/N: Tudo que eu sou hoje é graças a eles. E eu sou feliz. Sinto muito que a minha inteligência e a minha capacidade como médica diminuam você. Mas eu vou fazer o que eu amo. Tô cansada de ficar em casa e atender pacientes online e entregá-los a outros médicos.

Mark: Faça o que você quiser.

S/N: Eu sei que você está me traindo.

Mark: Não fala bobagens, olha.

S/N: Você tem outra mulher, Mark. Eu sei quem é ela?

Mark: Só aconteceu uma vez.

S/N: Quem é ela?

Mark: Ninguém. A gente pode esquecer e concertar isso.

S/N: Qual é o nome dela?

Mark: S/N!

S/N: A quanto tempo, Mark? Não minta pra mim.

Mark: Um ano.

S/N: Eu abri mão de tanta coisa por você.

Mark: Eu sinto muito.

S/N: Eu sabia que você não era o homem certo.

Mark: S/N!

S/N: Eu vou embora. Não se preocupe. Não quero nada seu. Só o divórcio. Porque eu dediquei 2 anos da minha vida nesse casamento e 5 anos no nosso relacionamento e você me troca por uma...

Mark: S/N, amor. Não faz isso. Pensa. 7 anos vai jogar fora por algo...

S/N: 1 ano da minha vida foi uma mentira.

Ela pega a aliança e coloca em cima da mesa.

S/N: Além de forte, meus pais me ensinaram a ser independente. E isso que eu sou. Eu não preciso de você. É você que precisa de mim. Do meu sobrenome.

Logo ela se vira e sai da casa. Ela sai andando chorando pela rua. Izana que não está muito distante sai do carro e caminha até ela. Ele se aproxima e a abraça.

S/N: Não me solta. Quem é você?

Izana: Não me solta. Eu preciso te contar uma coisa.

S/N: Quem é você?

Izana: Eu sou o Izana.

S/N: Izana? O Izana do orfanato?

Izana: Sim.

It was always you IzanaOnde histórias criam vida. Descubra agora