Após o surto, s/n vai à casa de praia dos pais passar o final de semana. Eles estão na varanda observando o mar. Os pais dela estão rindo com Izana, conversando.
Sakura: O oceano é tão lindo, mas sinto que em seus olhos não é tão bonito.
S/n: A minha filha morreu, então por que estão rindo?
Sakura: Não reconheço mais a minha própria filha.
Izana: Você se afastou.
S/n: Porque confiou naquela mulher, hein, mãe? Por que deixou ela me operar?
Ryuk: Para o que está fazendo a sua mãe? Não se atreva dizer isso a ela. Você está ficando igual a quem você criticava.
Izana: Porque você está dizendo isso? Não se atreva culpar a sua mãe. Ela só quis o melhor para você.
Logo, ela dá um tapa na cara dele.
S/n: Você não sabe o que está falando. Você não está sentindo o que estou sentindo. Vocês não têm noção do que eu estou passando.
Izana: Você mudou ao ponto de me bater. Quer saber, a culpada de tudo é você.
Ryuk: Filha, eu entendo o que você está passando, mas por favor, vamos esquecer de tudo e vamos aproveitar o momento.
Sakura: Querida?
S/n: Eu quero ir embora. Aqui não é mais o meu lugar. Não me sinto em casa. Eu quero ir embora.
Izana: Não, não vamos embora.
S/n: Acabou, Izana. Eu e você acabou.
Izana: Não acabou. Você está com raiva, então tudo que você disse eu vou levar em consideração porque você está perturbada.
S/n: Não, eu não estou perturbada. Estou bem sã.
Sakura: Vamos entrar.
S/n: Já que estou na merda mesmo, eu vou vender a clínica. Não sou mais médica. Não quero saber mais da medicina e nada disso.
Ryuk: Você não pode fazer isso.
S/n: Eu posso, como eu já fiz. Não sou mais dona da clínica Lírios e também dei entrada na minha licença permanente como médica. Eu não vou poder usar as minhas capacidades médicas em local nenhum, em nenhum momento, porque eu entreguei a minha carteirinha de médica.
Sakura: Uma vez médica, sempre médica, querida.
S/n: Não, mãe. Eu não sou. Sabe por que você não foi capaz de salvar a sua própria filha?
Ryuk: Novamente com isso.
S/n: Tiraram um pedaço do meu fígado, intestino, pâncreas. Também destruíram o nervo do meu braço, porque agora é inútil. Fora que fizeram uma carnificina no meu útero. Mais o que é que tiraram? Ah, um pedaço do meu pulmão. Isso é um transplante de órgãos? Querem o meu rim, coração também?
Ryuk: Não seja cruel.
S/n: Você não acha que eu não sinto falta do que tiraram de mim? Eu sinto, dói. E a culpa é de vocês que não cuidaram de mim. Deixaram me despedaçar naquela mesa de cirurgia.
Sakura: Eu sinto muito, querida. Pensamos que ele daria conta.
S/n: Ele era o meu ex-marido. O que vocês tinham na cabeça? Ele ia me matar.
Ryuk: Ele era o único cirurgião disponível.
S/n: Que praticamente tirou a maioria dos meus órgãos ou partes deles, por nenhum motivo.
Izana: Você está viva. É isso que importa.
S/n: Eu tô indo embora. E, Izana, acabou. Não existe a gente. Existe eu, somente eu, agora.
Izana: Não faz isso.
S/n: Se a Hina e a Emma ligarem, diga que não quero saber delas. A minha vida é um inferno e que se elas continuarem comigo, só vai acontecer desgraças com elas.
Logo, ela se vira e sai da casa.
Izana: Ela vai embora, né?
Sakura: Sim, e pra bem longe.
Ryuk: Ela está abalada ainda. Logo, ela volta ao normal. Ela ama o que faz. Se ela ver alguém morrendo, ela vai ajudar.
Sakura: Vai dar tempo a ela, Ryuk. Ela precisa desse afastamento para processar tudo.
Ryuk: Eu só quero que ela encontre paz, que consiga superar isso.
Izana: Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto. S/n está magoada, com razão.
Sakura: Às vezes, as feridas mais profundas precisam de tempo para cicatrizar.
Ryuk: Izana, você ainda ama, não é?
Izana: Mais do que nunca, mas sei que agora é um momento delicado.