37 - Fúria

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Após o problema no banheiro, Gaspar fez de tudo para Gabriela esquecer. Os dois brincaram no parquinho, jogaram boliche, que Gabriela viu e pediu, pois nunca tinha jogado e quando ela mostrou cansaço, Gaspar a convidou para ir embora.

— Mas eu queria ficar com você.

— Mas hoje é só o primeiro dia de passeio, lembra?

— É mesmo. Esqueci.

Os dois seguiram para o carro e em pouco tempo saíram do clube. Gaspar foi devagar. Pensava em como contar a Emily o que aconteceu. Ela com certeza ficaria furiosa, assim como ele estava.

Quando chegou, Gabriela estava dormindo no banco de trás. Gaspar respirou fundo e saiu do carro. Ele pegou Gabriela e seguiu até a casa de Emily. Ela abriu a porta e riu levemente ao ver Gabriela apagada nos braços de Gaspar.

— Já vi que o dia foi intenso — Emily falou ao ver a cena. — Entra.

Gaspar entrou e os dois foram para o quarto de Gabriela, Gaspar a colocou na cama e os dois ficaram um tempinho a olhando dormir.

— Aconteceu algo? — Emily perguntou. Gaspar olhou para ela e suspirou.

— Podemos falar na sala?

Emily o olhou sentindo uma certa aflição e concordou. Os dois saíram do quarto de Gabriela e se sentaram no sofá.

— O que foi?

— Aconteceu uma coisa hoje no clube e você não vai gostar. Eu mesmo estou querendo enforcar ela.

— Do que você está falando?

Gaspar tomou coragem e narrou o acontecido no banheiro com Alice e Gabriela. Ele esperou que Emily gritasse com ele ou o xingasse, ou qualquer coisa pior, mas ela ficou em silêncio depois da história dele. Gaspar não tirava os olhos dela, esperando que falasse algo.

— Eu juro que não imaginei que fosse tão louca assim...

Emily riu, uma risada forçada e cheia de raiva.

— Então você é bem ingênuo para alguém tão inteligente.

Os dois se encararam por um momento. Gaspar conseguiu ver a raiva brilhando nos olhos de Emily.

— Tem razão — concordou. — Se eu soubesse que ela fazia isso, nunca a teria deixado perto da Gabriela.

— Não imagino o que esse bebê vai passar nas mãos dela.

Gaspar respirou profundamente. A coisa só piorava! Devido ao contrato, ele não poderia pedir a guarda da criança para tirá-la de perto de Alice, por exemplo. Assinou um contrato de prisão para ele e para o filho, sem saber que no futuro, daria tão errado...

— O que você vai fazer? — Emily perguntou após longos minutos em silêncio.

Gaspar olhou nos olhos de Emily, estava se sentindo exausto com essa situação.

— Eu não posso deixar isso assim. Não posso permitir que Gabriela continue exposta a esse tipo de tratamento. Eu sei que tenho aquele contrato, mas preciso encontrar uma solução. Não posso simplesmente ignorar o que aconteceu hoje.

Emily assentiu, a vontade era de dar uma coça em Alice, mas como se bate em uma mulher grávida?

— Sorte a dela estar grávida... — Emily pensou alto e Gaspar olhou o rosto dela. Tinha uma expressão furiosa e ele sentiu vontade de rir, pois imaginou Emily dando uma surra merecida em Alice.

— Eu vou falar com ela. As duas nunca mais vão se cruzar.

— Assim eu espero, Gaspar! Eu avisei que não queria que nada acontecesse com a Gabriela. Principalmente se a Alice fizesse algo só para me atingir.

Cadê meu papai? A filha perdida do bilionário Onde histórias criam vida. Descubra agora