i never existed (parte 1)

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CHARLOTTE LENOIR

E mais uma vez, o aperto no coração em ter deixado Sauron sozinho em casa depois do dia de hoje fez-se presente em meu peito novamente. Mas, estava me agarrando fortemente à ideia de que logo estaria grudada nele, o enchendo de beijinhos e mimos; pois convenhamos, ele merecia.

Eu e meu grupo de amigos viemos todos no carro que Renan nos proporcionou com seu motorista superfaturado. Segundo ele, iríamos beber até o amanhecer e precisaríamos voltar em segurança. E a quem eu queria enganar, não é mesmo? Estava precisando encher a cara.

O clube noturno escolhido pela organização responsável das festas pós corrida era exuberante. Haviam luzes e leds coloridos iluminando o local em campos estratégicos, mantendo certa escuridão necessária para abafar possíveis polêmicas envolvendo as equipes e seus pilotos. Era expressamente proibido fotografar e filmar no espaço, ou seja: o que acontecia ali, ficava ali.

Laura caminhava ao meu lado, subindo as escadas para que pudéssemos ter acesso total à área VIP que Renan havia nos disponibilizado. Ele e Ashton encontravam-se próximos à uma mesa que deduzi ser a que permaneceríamos naquela noite. Eles estavam com sorrisos gigantescos em seus semblantes, animados com a quantidade massiva de shots e drinks que haviam pedido para distribuir em nossa mesa.

— Caramba, em? — Laura exclamou, sentando-se próxima à grade que nos separava do térreo. — Isso porque acabamos de chegar!

Nós rimos, claramente animados em dar início aquela noite da melhor forma possível: nos embriagando.

Ashton e Renan viravam seus shots sem peso na consciência, enquanto eu e Laura demorávamos alguns segundos para conseguir acompanhá-los na mesma velocidade.

— Pera aí, pera aí... — Renan começou, negando com a cabeça. — Eu preciso ir à caça antes de ficar inacessível por conta da bebida. Ash, quer vir? Mas, não fique muito perto. Se pensarem que somos um casal, as minhas chances já eram!

Eu e Laura nos entreolhamos, achando graça da situação. Ir à caça era o código especial que os dois usavam quando queriam procurar alguém para dar uns beijinhos. Não demorou muito para que ambos estivessem descendo as escadas, vagando sem rumo pela pista enquanto dançavam de forma sensual.

Esses dois não tem jeito mesmo, pensei.

— Por favor, não me diga que também irá à caça... — Choraminguei para Laurinha, matando, com muito esforço, dois shots de bombeirinho logo em seguida.

— Eu tenho uma estratégia muito melhor, querida. — Sorriu, me respondendo com certo tom de embriaguez na voz. — Tanto para mim, quanto para ti!

Minha mente, já levemente confusa e extremamente abobada por conta da embriaguez tentava processar o que ela dizia, me fazendo rir.

A estratégia de Laurinha consistia em nos alocarmos cada uma em um bar e simplesmente esperar.

Segundo ela, uma mulher nunca vai à caça. Elas são as presas indefesas.

Eu ainda gargalhava do que ela havia sugerido, me divertindo com a possibilidade de algum ser humano simplesmente me pagar um drink até começarmos a flertar e terminar nos beijinhos. Eu e Laura raramente fazíamos isso, mas a juventude batia na nossa porta naquela noite e meus hormônios certamente acentuados pela bebida clamavam por um pouquinho de diversão.

𝐒𝐏𝐀𝐑𝐊𝐒 - 𝐋𝐄𝐖𝐈𝐒 𝐇𝐀𝐌𝐈𝐋𝐓𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora