mês 2: a conversa

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Camila's point of view







Me olhei mais uma vez no espelho. Meus cabelos estavam arrumadinhos, levando em conta que vim diretamente do trabalho, arrastada por Lauren a isso. Não que eu não queira saber exatamente o que está acontecendo com meu filho, mas essa pressa em querer saber como o bebê está é que não estava nos planos. Eu trabalho, poderia fazer esse tipo de coisa no fim de semana. Lauren é tão obcecada com essa história, eu entendo que ela queira assumir a responsabilidade, mas não precisa montar todo um teatro pra isso.

Eu sei que ela irá assumir, e sei que provavelmente faz isso pela culpa.

Saio do banheiro, recebendo os olhos da Jauregui. A mesma se levanta, assim como a médica que me guia até a maca que já naquela sala.

A doutora não demora a me preparar para ultrassom. Ela faz exatamente como suas instruções, não deixando o mínimo passar em branco. Por fim, doutora Lovato move o aparelho sobre a minha barriga, parecendo procurar um ponto específico pra se manter e rapidamente o monitor ascende, e ela vasculha na tela, atenta.

—Aqui está —Ela sorri mantendo o olhar na tela, e quase que ao mesmo tempo, o monitor faz um barulho latente. Como um motor batendo e batendo a medida que escutamos com mais atenção —Estão ouvindo esse som? É o coração.

Motorzinho

Pisquei algumas vezes, focando no quanto aquele motorzinho era potente. A cada batida, ainda mais forte recorrendo a vida cada vez mais. Ele estava ali, estava vivo e seu coração batia tão forte quanto o meu e de Lauren. Era uma mistura nossa se formando agora e tudo que consigo pensar era em como eu queria pegar em meu colo nesse exato momento. É tão pequeno, mas tão forte, está aqui, dentro de mim, forte e resistente.

—É um jogador —A voz de Lauren invade minha mente, me fazendo notar que ela ainda estava ali e parecia tão distante quanto eu. A Jauregui tinha o rosto avermelhado, que arrisco a dizer que não estava tão diferente do meu. Ela se aproximou da minha barriga, parecia aérea e não media as mãos em minha barriga, ela não estava ali. Sua mente estava em outro lugar —Ou jogadora... É tão forte e está mesmo aí. Até agora eu pensei que fosse coisa da minha cabeça —Ela disse meio abobalhada, fazendo a médica rir e adivinhem? eu também —Meu filho, meu herdeiro... Porra.

Neguei com um sorriso no rosto, era impossível não ficar abobada com aquilo. Lauren em sua frente, dizendo coisas como essas. Qualquer um em meu lugar teria o direito de ficar como eu estou. Eu tenho um bebê em meu ventre que se torna mais forte a cada dia, algo que eu não planejei, mas aos poucos se tornava como um presente pra mim. E Lauren? O que dizer dela?

—Bem mamães, o bebê está saudável. Está muito cedo para saber qualquer coisa referente a sexo —Ela diz causando uma ansiedade rápida em mim, pois agora que tenho total consciência que tem uma coisinha dentro de mim mesmo, eu quero saber o sexo. Eu preciso.

—Quando vamos poder ver?

Lauren foi mais rapida, parecia tão ansiosa quanto eu.

—Como estão com quase 6 semanas, deve faltar mais 6, talvez mais se ele for tímido.

Lauren sorriu e voltou a se sentar.

—6 semanas... Acho que consigo aguentar

Neguei rindo

—Ignoro ela doutora, continue por favor.

A mulher afirmou.

—Camila não é? Irei acompanhar especificamente tudo referente a sua gravidez. Mas desde já aviso que corre tudo bem. Os enjôos nos primeiros 4 meses serão sua maior dificuldade, vou receitar alguns remédios.

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⏰ Última atualização: Dec 03, 2023 ⏰

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