mês 2: Talvez eu esteja ficando doente

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Sabe aquele questionamento de que talvez você esteja fazendo algo errado? Pois é, ele não veio. Ao contrário disso tudo que eu tinha em minhas mãos eram grandes ideias e um negócio que ia de vento em poupa. Um mês havia se passado desde que consegui esse cargo na processadora do meu pai, e meu gerenciamento de tudo era perfeito eu diria. Claro que precisava de permissão de Matt para algumas coisas, mas ele acabou se tornando alguém ótimo para se trabalhar, sempre motiva minhas ideias e faz de tudo para que os acionistas não me subestimem. Ainda sim, é ruim eu não ter o completo controle do lugar.

Passei minhas mãos pelos cabelos, olhando a vista completa da cidade pelas persianas do meu escritório, era tranquilizador. Enquanto descansava de mais uma reunião de sucesso e mais uma fazenda que caiu em nossa mãos. Falando em fazenda, o acordo com Lauren continua firme, é óbvio que eu não tive mais contato com ela, graças a seu assistente que vem em seu lugar. Não sei se fico aliviada por não vê-la, ou se me sinto abandonada pela falta de cuidado que ela tem com a fazenda em acordo conosco. A filha da puta nem se quer pisou em minha empresa.

-Posso entrar?

Escutei a voz grossa de Matt, e me virei para o mesmo. Ele acabou se tornando uma espécie de amigo naquela empresa, mesmo que as vezes tentasse dar em cima de mim. Eu obviamente não estava interessada em relacionamentos agora, principalmente depois de ideia do meu pai de arrumar um marido e um filho, isso provavelmente só daqui a uma década e olhe lá.

-Ja entrou -Soltei humorada e caminhei até a cadeira atrás da minha mesa. Matthew se sentou a poltrona a minha frente e girou com a mesma

-Depois de hoje, tudo que podemos fazer é comemorar. Conseguimos conquistar tanto em tão pouco tempo, você é uma mulher extraordinária.

Eu aguentava esses elogios todos os dias, e eram de bom tamanho, faziam uma longa passagem em meu ego e me lembrava do quão incrível eu cuidei da empresa. Acabo me lembrando das coisas que Lauren disse, ela estava certa sobre mim.

-Eu sei que sim, e sei também que estamos a um passo de voltar para o topo. Se depender de mim, não vamos sair dele nunca mais

Minha voz saiu carregada de orgulho

-Em relação a isso, eu queria saber se você não quer sair hoje.

-Olha Matt eu...

-Antes que negue, eu quero deixar claro que não vamos sozinha -Levantei uma sobrancelha -O pessoal da empresa estava pensando nisso.

É claro que ele tinha outra intensões. Ele e todo cliente cheio de fazendas que vinha fechar um acordo comigo, sempre querendo me convidar para jantar ou simplesmente me acompanhar até a minha sala. Era nojento a forma como os homens costumavam ver as mulheres nesse ramo.

O caminho para casa foi coberto de pensamentos sobre negar ou não o pedido de Matt, e pouco antes de pisar em meu apartamento, eu aceitei, mandando uma breve mensagem que estaria no lugar indicado assim que o dia chegasse. Ao abrir a porta do meu carro, eu senti uma leve tontura tomar conta de mim, fazendo meu corpo ir com tudo para trás e uma acidez em minha garganta

Que estranho... Não me diga que estou ficando doente

Ao finalmente me recuperar e respirar normalmente, eu continuei caminhando até meu apartamento e coloquei em meu andar.

Abri a porta, e senti o cheiro de enroladinho de frango que me enlouquece e já deduzi que Dinah estivesse na minha casa

-Eu não tinha te dito pra não cozinhar pra mim -Falei ao entrar no apartamento, vendo a mesma já na cozinha -Não é porque tô trabalhando feito uma escrava que sou imprudente com comida

Um bebê em nossas vidasOnde histórias criam vida. Descubra agora