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Sirius estava flutuando em uma nuvem de sol e calor.

Eufórico.

Com fome .

Quando foi a última vez que ele comeu?

Ele simplesmente se sentia tão vazio.

Mas quente.

Em paz.

Sozinho.

Isso não estava certo, não é?

Ele não deveria estar sozinho. Ele estava com... alguém.

Severo .

Onde estava Severo?

Severus precisava estar aquecido.

Sirius lembrou.

Ele lembrou…

Algo leve e vibrante fez cócegas em seu nariz.

Ao lado dele, alguém riu.

"Você tem uma borboleta no rosto", disse Severus, sua voz profunda e rica estranhamente distorcida e aquosa.

"É lindo," Sirius admitiu, levando o dedo ao rosto para transportar cuidadosamente a coisinha linda para um lugar seguro. "De onde veio?"

Severus encolheu os ombros e lançou-lhe um olhar de soslaio. "Talvez sempre tenha estado aqui. Talvez tenha sido você quem ficou preso no casulo, cego demais para ver a beleza ao seu redor."

"Não seja estúpido," Sirius bufou. "Eu não suporto metáforas idiotas e essas merdas. Se você tem algo a dizer, apenas diga."

"Tudo bem," Severus disse facilmente, erguendo o rosto para o sol. "Você tem uma queda por mim."

"...Então?"

Severo riu. "Então isso é um problema, não é? Ainda sou Sniv, a lagarta feia na maioria dos seus pensamentos. Ainda sou Sniv para todos os seus amigos. Não posso ser uma borboleta e uma lagarta ao mesmo tempo, estúpido. Quando você acordar, terá que escolher."

Acordar?

Isso foi bobagem.

Ele não estava sonhando...

"Ei Severus, não estávamos com frio? Por que não estamos com frio? Por que estou com tanta fome?"

Severo encolheu os ombros. "Inferno se eu sei. Talvez você esteja tentando ensinar empatia a si mesmo. Eu realmente sou terrivelmente magro, não sou? O meu verdadeiro eu, quero dizer. Acho que você me embelezou um pouco, aqui."

"Eu não faria isso," Sirius bufou, lamentando a perda enquanto assustava a borboleta em seu dedo, fazendo-a voar.

"Você não faria?" Severus perguntou. "Estou sendo muito gentil aqui, não estou? Meu verdadeiro eu pode ser uma borboleta, mas tenho presas e garras. Se eu realmente estivesse aqui, você já estaria sangrando."

Sirius franziu a testa, tentando fazer seu cérebro focar nas coisas importantes. "Um de nós estava sangrando, tenho certeza. Estávamos com problemas, não estávamos? Estava muito frio."

"Isso foi há muito tempo", disse Severus.

"Foi isso?"

"Diga-me você, idiota. A cabeça é sua; eu simplesmente moro aqui."

"Eu, você sabe... tenho uma queda por você. Acho que já faz um tempo. Só não queria admitir."

"Isso fez você ficar mais malvado."

"Eu... sim. Provavelmente sim."

"Não se proteja," Severus ordenou com firmeza. "Você sabe que sim. O verdadeiro Severus tem todo o direito de odiar você para sempre, você sabe. Mesmo agora que você beijou."

Sirius se animou. "Nós nos beijamos, não é? Estávamos em algum lugar escuro..."

"Você estava morrendo, idiota. Você ainda está, de certa forma. Você não pode se esconder em sua própria cabeça para sempre."

"Eu não estou me escondendo."

"Você é. Você precisa acordar e enfrentar seus sentimentos. Enfrente as consequências com seus amigos."

"Por causa de você."

"Por minha causa."

Droga.   "Eu realmente estou morrendo de fome, você sabe."

"Já era hora de você aprender como é isso, seu idiota mimado. Não pode consertar isso até que você acorde e me enfrente. Você vai cumprir suas promessas quando fizer isso ou vai partir meu coração?"

Sirius zombou. "Você tem um coração?"

Severus olhou para ele com tristeza. "Você sabe que eu sei."

Sim... sim, Sirius sabia.

Ele queria mantê-lo seguro.

Ele não queria perder James.

Não queria machucar Severus.

Não queria ter que fazer uma escolha.
Contra seus melhores esforços, a dor inundou sua consciência quando ele abriu os olhos.

Azarado (TRADUÇÃO ) Onde histórias criam vida. Descubra agora