• Capítulo 17 •

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    Isabela Stone era a típica garota na qual ninguém se dava o trabalho de olhar, conversar, ou estabelecer qualquer tipo de relação na universidade

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    Isabela Stone era a típica garota na qual ninguém se dava o trabalho de olhar, conversar, ou estabelecer qualquer tipo de relação na universidade.

    Já estavam no meio do semestre e ela ainda continuava solitária. Na maior parte do tempo livre, ela se dedicava a procurar um ambiente no qual tinha certeza de que ninguém a encontraria. Os olhares de desprezo a penetravam de uma forma tão dilacerante, que certas vezes chegava a se mirar no espelho e se imaginar um pouco mais em forma, era a maneira que encontrava de sentir-se melhor. Talvez ela pudesse ter amigas, quem sabe um namorado.

    Mas ela não tinha nada daquilo e culpava a si mesma por isso.

    Certo dia se mirou no espelho do banheiro feminino e sentiu desprezo por si mesma quando encarou seu reflexo largo, seu rosto redondo e sua abundância em massa. Isabela Stone era o que todos chamavam de falha na matrix, e esse era o apelido menos constrangedor que ela recebera de presente de uma forma tão indesejada.

    Algumas garotas adentraram o banheiro e ficaram em choque quando a viram. Isabela as encarou esperando que dissessem algo, mas não disseram, na verdade não foi necessário pois os olhares já falavam por si só.

    — Será que você pode afastar um pouco ? — disse uma garota magra, curvas pouco definidas mas comparada a Isabela, era bonita. — Você está atrapalhando a passagem.

    Ela não estava, porém sabia do que se tratava.

    A piada fez com que as outras duas garotas caíssem no senso de humor da primeira, aparentemente ela era a chefe do bando.

    — Não está ouvindo ? — disse uma outra ruiva — Ou suas banhas chegaram aos ouvidos e impossibilitaram sua audição ?

    Naquele momento Isabela sentiu-se pior do que as vezes que havia sido ignorada. Ela podia aguentar o anônimato, e achava que isso era o pior de tudo. Mas ser notada, era muito mais doloroso do que viver no anonimato, ela constatou naquele momento.

    Ela era obesa, estava ciente, desde a infância aquele fato havia a transformado na pessoa na qual todos zombavam.

    — Já estava de saída. — Foi só o que disse tentando passar pelas garotas que bloqueavam a porta.

    — Ahwn... você ofendeu ela Louise. — A terceira se pronunciou. — Ela não tem culpa de ser obesa.

    Isabela desejou sumir, tanto quanto desejou socar a cara daquelas três.

    A raiva se dissipou tão rápido que ela mal pôde senti-la, dando lugar novamente ao vazio. Apesar de ser uma pessoa corpulenta, ela era completamente vazia por dentro, tudo o que sentia era o vazio, seus sentimentos se resumiam a isso. Ao mais absoluto nada.

    Ela correu atravessando a porta com a cabeça girando, os pensamentos formando um redemoinho em sua cabeça. Então caiu no chão, após se chocar contra algo. Finalmente as lágrimas desceram em enxurrada a deixando ali, imersa em sua dor particular. Uma dor que ela aprendera ha tanto tempo armazenar dentro de si, a ignorando por completo.

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