Capítulo 30

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    Havia muita escuridão

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    Havia muita escuridão.

    Era difícil captar algum tipo de imagem em meio a toda aquela obscuridade. As sombras pareciam o cercar ainda mais a cada passo em que ele avançava pelo corredor. Parecia que alguém o estava observando, porém tudo o que ouvia era o som de seus próprios passos sendo transmitidos repetidas vezes como ecos. Ecos na escuridão.

    Quando encontrou a porta do quarto ele soube exatamente onde estava. Avançando para dentro do aposento, a primeira coisa na qual se deparou foi um enorme espelho que replicava sua imagem perfeitamente. Um reflexo.

    Ele caminhou a passos lentos em direção ao objeto que se destacava em meio a toda aquela atmosfera sombria, então, instantaneamente se deu conta de que seu reflexo tomara uma forma diferente. As roupas que via no espelho não condiziam com as que ele usava naquele momento. Um nó se formou em sua garganta assim que ele ergueu as mãos e tocou na extremidade do espelho e seu reflexo permaneceu imóvel. Parecia preso em uma espécie de espaço retangular.

    — Eu esperei muito por você Noah. —  O reflexo disse.

    Percebendo finalmente que aquilo que via em sua frente era seu irmão gêmeo, Noah deu um passo em retrocesso sem saber identificar a sensação que se apoderou dele. A única coisa que sabia era que uma represa estava prestes a se romper dentro de sí.

    — Sky... — sua voz saiu em um sussurro. As lágrimas finalmente banharam sua face.

    — Onde você esteve ? — a pergunta que saiu de dentro do espelho ecoou por todo o cômodo. Parecia que estavam em um espaço onde as palavras se fundiam com o ar.

    Noah já sentira aquela sensação antes. Mas não, aquilo não era fruto da sua imaginação.

    — Eu... — ele não sabia o que dizer. — Me perdoa. Eu não queria ter abandonado você. Eu sinto muito ! — sem que pudesse se dar conta, a represa se rompeu. A enxurrada que saía de seus olhos mudavam completamente o seu tom de voz para uma súplica.

    Ele precisava do perdão de Sky.

    Tentou avançar e alcançar a imagem que se projetava dentro da moldura marrom, mesmo sabendo que era impossível. Mas assim que suas mãos tocaram no objeto frio, a imagem do falecido oscilou, como se fosse uma projeção eletrônica.

    — É muito tarde para me alcançar Noah. Sabe disso. — a voz era tão doce, que era quase irreconhecível enquanto se transformava em eco. — Eu lamento muito que você esteja sozinho agora, mas eu também passei por isso. E não acabou bem.

    — Não, por favor para de falar isso. — Os olhos do gêmeo vivo ja se encontravam inchados. Ele balançava a cabeça em negação. — Eu sinto muito... queria poder ter ajudado você.

    — Você é quem precisa de ajuda agora.

    Tentando fracassadamente se recompor, Noah sentiu o peso das palavras do morto recaírem sobre seus ombros. Ele estava coberto de razão.

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