🥇1° lugar em Mistério/Suspense no Kombi Awards promovido pelo grupo Kombi.
🥉3° lugar em Mistério/Suspense no concurso "Resiliência"
Noah Schneider iniciou sua carreira como perito criminal.
Ao receber a notícia de que seu irmão gêmeo Sky foi assa...
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Enquanto a água fria escorria por seu corpo de forma aconchegante, Noah Schneider sentia o peso do dia anterior se esvair junto com ela assim que descia pelo ralo. Ele conseguira dormir por algumas horas depois do encontro com Caio Kennedy, e naquele momento, sentiu-se um pouco mais revigorado, mesmo que o sono tivesse partido e ele não fizesse ideia de quando retornaria.
Dentro do box, ele se apoiou na parede de azueijos em tonalidade cinzenta — que pareciam refletir seu estado de espirito naquele instante — , em seguida, sua testa se juntou a frieza daquela camada sem vida. Seus pensamentos se misturavam como um tornado, causando uma confusão inevitável. Sua mente viajou pelas informações que recebera no Penelop's, logo depois indo para o depoimento de cada suspeito que interrogara. Tentava, sem muito sucesso, encaixar as peças espalhadas do quebra cabeça. As únicas que se encaixavam perfeitamente eram as que montavam nitidamente o corpo de Sky estirado sobre as pedras próximo ao mar.
Ao pensar nisso, Noah passou as mãos pelo rosto, logo as levando ao cabelo que se alinhara completamente para trás. Desligou o chuveiro com uma rapidez involuntária antes de se envolver na toalha e sair do box, seus pés deixavam pegadas pelo chão enquanto trilhava de volta para o quarto. Percebeu que não podia se permitir parar um instante que fosse, caso contrário, seus pensamentos o levariam a loucura. Nesse caso, ele decidiu pensar em outra coisa, como ligar para Nate já que vinha ignorando as ligações dele desde a noite na casa dos pais.
Lembrar daquela ocasião o perturbou. O medo que sentiu ao ver o pai — que até então não passava de um vegetal — de pé, pareceu se apossar dele enquanto se recordava. Noah passou a ignorar as ligações de Anya também. Preferiu evitar vê-la ou ter qualquer tipo de contato com ela enquanto digeria a sua traição.
Cinco minutos depois, ele trajava uma calça moleton azul escura rotineira, em complemento, uma camiseta preta nada favorável ao frio que fazia naquela noite devido ao ar-condicionado. Assim que alcançou a sala iluminada por um lustre que se prendia ao teto, uma batida ecoou pelo apartamento. Alguém estava na porta. Se aproximando a passos largos, Noah se curvou um pouco para olhar pelo olho mágico soltando um suspiro de alívio ao ver Sônia do outro lado. Ele podia socializar com ela naquela noite.
— Oi. — Ela disse assim que se deparou com a versão esportiva do ex detetive. Ele não trajava sobretudos, muito menos as camisetas de gola alta costumeiras que o deixavam sexy na visão dela. Pelo contrário. Usava roupas mais confortáveis, e seu cabelo estava molhado. Não que ela já não tivesse o visto a paisana antes, mas parecia diferente. — Desculpa aparecer tão tarde, mas é que combinamos de nos encontrar e conversar mais cedo e você não apareceu. Considerando o tema da conversa, fiquei preocupada por você... não ter aparecido.
A porta se abriu por completo antes de Noah sair para o corredor, fazendo Sônia dar um passo para trás.
— Tive alguns problemas no caminho para o laboratório.
