06, bebê

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STELLA NARRANDO

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STELLA NARRANDO

Depois de muita treta lá na laje, começou a chover muito forte e tivemos que voltar correndo para dentro de casa. A água estava gelada e o vento deixava tudo ainda mais caótico.

Estávamos todos encharcados, mas isso não diminuía a animação. A galera toda se amontoou no meu quarto, e eu ainda não entendi como coube tanta gente.

Contando comigo, éramos vinte pessoas: eu, Pedro, Barreto, Guri, Brennuz, Jota, Kakau, Dherick, Maggy, Grecco, Kairos, Ana Elis, Kroy, Alanys, Maria, Sofia, Blackoutt, Bask, Sol... uma turma da pesada.

O Magrão e a Lili já tinham ido embora há algum tempo, precisavam resolver umas paradas urgentes.

Agora estávamos todos sentados em círculo, jogando um daqueles joguinhos de adolescente que sempre rendem boas risadas - e algumas situações constrangedoras.

- Verdade ou desafio, João? - Barreto pergunta, animado, lançando um sorriso desafiador para o Jota.

- Desafio - ele responde, cruzando os braços e esboçando um sorriso de confiança.

- Eu te desafio a ficar cinco minutos no banheiro com alguma menina da roda. E não pode ser a Kakau - Barreto fala, enquanto Jota fecha a cara e Kakau solta uma risada.

- Aí tu tá querendo me ferrar, né? Escolhe uma, amor - Jota diz, olhando pra Kakau, que já parecia pensar na melhor opção.

- Vai com a Stella, eu confio nela - Kakau diz, e eu dou um sorriso agradecido para ela por confiar em mim.

Entramos no banheiro. Eu me sentei no balcão, enquanto ele se acomodou na tampa da privada. O lugar era pequeno, mas não nos importamos muito; era apenas um desafio bobo, afinal.

Ficamos um tempo em silêncio, até que Jota começa a rir do nada.

- Que foi, maluco? - pergunto, olhando para ele, curiosa.

- Lembra de quando a gente, lá em 2018, inventou de ir de bicicleta pra aldeia? - ele diz, rindo, enquanto eu me recordo da cena.

- Nossa, eu lembro! Mó rolê pra depois você levar aquele fatality do Noventa - falo, e ele fecha os olhos com força, como se revivesse o momento.

- Caímos na descida, me ralei todo e ainda perdi na semifinal pra ele - Jota diz, e não consigo evitar uma risada alta, a memória era tão cômica quanto trágica.

- Eu ainda tenho a cicatriz até hoje, deve dar pra lembrar das vivências, né? - falo, rindo tanto que já estou quase chorando, enquanto mostro a marca na minha perna.

Antes que pudéssemos continuar, a porta do banheiro se abre de repente com tudo.

- Pronto, podem sair! - Grecco diz, quase que nos expulsando.

- Caralho, parça! A Barbosa tá parecendo um pimentão de tão vermelha, o que rolou aí? - Sol pergunta, rindo.

- Eu e o Jota lembramos de uma história engraçada, só isso - respondo, me sentando de volta no quarto, enquanto o grupo observa, curioso.

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