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STELLA NARRANDO
Pedro estaciona a moto em frente ao shopping, e assim que desço, já vejo nossos amigos esperando por nós na entrada. Saio correndo e abraço Sofia, que me recebe com um sorriso.
- Dormi na sua casa por três dias e a gente se viu ontem, já tá com saudade? - ela diz, rindo e me retribuindo o abraço.
- Mas foi quase vinte e quatro horas sem te ver! - respondo, exagerando no drama, e ela revira os olhos, rindo.
- Bora, só faltavam vocês - Kroy fala, fazendo uma dancinha esquisita.
- Nossa, tu veio com a camisa do Vasco, sério? - falo, colocando as mãos nos olhos, fingindo desespero. Ele dá um tapa na minha cabeça, e eu protesto. - Lei Maria da Penha! Vou te denunciar.
Ele apenas ri, e todos seguimos em direção à entrada do shopping. Subimos para o último andar, onde fica o cinema, e compramos os ingressos para o filme que combinamos assistir.
Depois, descemos para a praça de alimentação para jantar e matar um pouco de tempo antes da sessão. Escolhemos um restaurante e entramos.
As pessoas olhavam para a gente, e eu não sabia se era porque éramos um grupo grande ou por puro preconceito. Provavelmente a segunda opção.
- Nossa, parça, tudo caro! - digo, olhando o cardápio. - Ainda bem que o Jotapê tá ganhando a vida. Um milhão em Jardim das Flores, ganhou a BDA sete anos, então vai pagar pra todo mundo - provoco, e ele revira os olhos.
- Não vou pagar nada pra ninguém, não - ele responde, negando com a cabeça.
- Você que escolheu esse restaurante que é um absurdo. O meu prato você paga, porque o resto tá ganhando a vida também - falo, dando uma piscadinha.
- E você também não tá, né, Stella? - Breno comenta, provocando. Eu mostro a língua pra ele.
- Vocês já tão em outro patamar - digo, levantando as mãos em rendição.
Depois de muita discussão, todos fazem seus pedidos. Eu continuo rindo e conversando com Sofia, mas fico de olho em Liz pelo celular, onde minha mãe manda fotos dela brincando.
Isso me acalma. Mesmo aqui com os amigos, não consigo deixar de me preocupar com a pequena.
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