Forgive | JIKOOK

Capítulo 45

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"Sinto muito, Hyun. Eu ainda não recebi nenhuma carta dele." Hosoda disse ao avistar o jovem que tinha acabado de completar vinte anos a poucos dias atrás entrando em seu escritório.

"De novo?" Perguntou decepcionado, se esforçando para não chorar. "Já fazem dois meses desde a última vez que ele enviou alguma carta."

"Talvez ele esteja ocupado com alguma coisa..." O mais velho sugeriu, oferecendo um sorrindo reconfortante para o seu novo amigo. "Não se preocupe. Logo, logo alguma carta dele deve chegar."

E Younghyun esperava que Hosoda estivesse certo, porque ele realmente sentia falta do seu namorado e não aguentava mais chorar por medo de ter sido abandonado. Seus amigos também não aguentavam mais ouvir o seu choro. No início, eles escutavam Younghyun falar por horas a fio sobre Yuto Adachi. Eles entendiam que o amigo deles estava apaixonado e permitiam que ele falasse o quanto quisesse.

No entanto, com o tempo Younghyun passou a receber menos e nenhuma carta de Yuto. Assim, o jovem Kang passou de um jovem apaixonado para um jovem de coração partido, o que gerava noites de bebedeira onde Younghyun gritava xingamentos direcionados à Yuto Adachi, juras de amor ao japonês e apelos por respostas e contato. Os gritos continuavam até que os amigos do Kang passavam a se irritar com o comportamento do jovem embriagado que logo era mandado de volta para casa com a companhia de alguém mais sóbrio que ele.

Ainda assim, com o tempo os convites direcionados à Younghyun para se divertir após o expediente passaram a diminuir. Seus amigos estavam cansados de passar vergonha e lidar com a sua bagunça, então Hosoda foi quem sobrou.

Decepcionado com a contínua falta de contato, Younghyun suspirou e caminhou pelo escritório do melhor amigo de Yuto até alcançar uma das poltronas em frente ao homem, se jogando no assento em seguida e suspirando frustrado antes de se esticar e pescar uma das poucas balas que restavam no recipiente que ficava exposto na mesa do dono do resort no qual trabalhava.

Que vidinha de merda é essa que eu tenho, pensou.

"Você tem que comprar mais balas, hyung. Essas aqui estão acabando." O coreano notificou, desembrulhando o doce em suas mãos lentamente antes de o colocar em sua boca. "Morango! Eu adoro morango..." Relatou ao mesmo tempo em que mastigava a bala.

"Eu sei disso, foi você quem comeu todas as balas." Acusou entediado, voltando o seu olhar para os papéis depositados em sua mesa.

O japonês precisava terminar de assinar alguns dos documentos presentes ali e depois organizar tudo aquilo, para finalmente entregar ao seu destinatário. Portanto, Hosoda focou totalmente em seu trabalho de assinar os papéis.

"Como ousa me acusar de tal atividade imoral?" Perguntou verdadeiramente chocado, chegando até mesmo a se ajeitar na cadeira para observar melhor o homem à sua frente.

Hosoda não era um homem de beleza extrema, mas estava longe de ser dado como feio. O seu rosto delicado, olhos relativamente grandes, lábios cheios e nariz levemente arrebitado dava ao homem uma aparência mais jovem do que ele realmente era, mas os seus ombros largos e braços fortes o faziam parecer mais maduro.

Diversas pessoas da cidade temiam o jovem Hanabashi por ele estar quase sempre sem expressão alguma em seu rosto e nunca manter uma conversa por muito tempo. Sem falar que ele era constantemente visto se isolando em sua casa ou escritório. E, para completar, corriam pelas ruas muitos rumores sobre como o japonês em questão era um homem cruel e sanguinário. No entanto, a realidade era que o jovem era apenas um antissocial inofensivo que gostava de ficar sozinho, nada além disso.