Forgive | JIKOOK

Capítulo 64

O céu já estava escuro e a cidade sendo iluminada pelas luzes artificiais das ruas quando o Tesla dirigido por Namjoon foi estacionado na garagem do prédio residencial. Era ali onde ficava o seu antigo apartamento, a sua primeira grande compra realizada com o seu dinheiro próprio.

Namjoon costumava morar ali. Ele realmente amava. O prédio ficava localizado em uma área incrível de feng shui e todo o seu apartamento também era organizado para manter e maximizar a harmonia que aquele solo já providenciava. Além disso, a vista para uma incrível reserva natural que ele tinha ao entrar em seu apartamento e as artes e plantas bem cuidadas espalhadas por todo o imóvel faziam o Kim amar mais e mais aquele lugar. Ele sempre amou, então não foi diferente quando ele entrou em casa ao lado do seu noivo e teve aquela mesma vista que por anos o acompanhou durante momentos felizes e tristes.

Para Namjoon, a sua vida perfeita seria essa. Morar em seu lindo e harmonioso apartamento ao lado do seu marido e de seu cachorro. E, futuramente, ao lado de sua filha. Uma menina. Namjoon sonhava em ter uma menininha. Sempre que ele pensava em sua prole, ele imaginava uma doce e adorável menina com cabelo preto escorrido preso em duas partes e com o sorriso de Seokjin.

Ela seria uma pequena versão feminina de Seokjin.

Eles conversavam sobre isso, sobre inseminação artificial e o uso de uma barriga solidária. Essa seria a única forma deles conseguirem um filho biológico e tudo o que o Kim mais desejava era ter uma filha que fosse uma extensão do seu amor com Seokjin. Desta forma, eles planejavam que Seokjin seria quem entregaria o sémen quando o momento chegasse e dali a nove meses eles teriam o ser mais perfeito do mundo para chamar de filha ou filho.

Mas, por enquanto, o único bebê que eles tinham era Kim Monie. O filho de quatro patas que, ao ouvir os passos dos seus pais, correu para a porta e pulou nas pernas de Seokjin com animação e muito amor para dar. Amor esse que foi entregue através de beijos pelo rosto do príncipe que havia se abaixado na altura de Monie e agora gargalhava e declarava o seu amor pelo cachorro.

Ao assistir os seus dois amores juntos, se divertindo e compartilhando o amor que sentiam um pelo outro através de carinhos na barrinha fofinha do cachorro e lambidas na mão e rosto do príncipe, Namjoon sorriu com carinho. Afinal, por mais que a cada dia que passava ele entendia mais as razões pela qual Jungkook nunca hesitava em declarar o seu desgosto pelo Japão e pela forma como aquele povo podia ser maldoso quando queria, no final eram aquelas duas criaturas cheia de amor para dar que faziam o gênio abandonar a ideia de desistir de tudo.

Como Namjoon desistiria da sua família? Isso era impossível.

"A cerimonialista enviou um email." Namjoon comentou conforme admirava a forma que Monie abanava o seu rabo em puro deleite pelo carinho que recebia em sua lombar.

"Quando? Hoje?" Seokjin perguntou interessado, erguendo o seu olhar em direção ao seu futuro marido.

"Quando você estava se despedindo do Juungkook, mas eu acabei não lendo." Respondeu, se lembrando que quando ele estava prestes a ler o email, Seokjin voltou para o interior do carro.

Eles poderiam ter falado daquele assunto no caminho para casa, mas o mais velho estava tenso demais graças às lembranças do seu irmão para pensar em algo além de como em breve Jungkook saberia de tudo.

Seokjin também se perguntava como Jungkook reagiria às lembranças que não necessariamente envolvia ele ou Yoongi. A vida de Younghyun após a morte de Yuto não foi feliz. Se havia a necessidade de categorizar os últimos anos de vida de Kang Younghyun, então Seokjin diria que a vida daquele pobre coitado foi miserável. Triste em todas as formas possíveis.

Mas, assim como era quando ainda vivia como Younghyun, Jungkook ainda era um jovem muito delicado e sensível. Ele era como uma banana: fácil de machucar. Tão, tão fácil de machucar. E, além de seu medo de perder a amizade e afeto do seu irmão, Seokjin também temia que Jungkook voltasse aos seus antigos hábitos. Aqueles hábitos que ele passou tantos anos lutando para se esquivar e perder.