1 - Internar

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Oi pessoas, passando pra avisar que eu não sou fã de QSMP, eu conheço um pouco sobre isso e só tô fazendo essa adaptação porque uma colega pediu, então caso algum personagem que eu coloque aqui não esteja do agrado de vocês, e tiver outro que vocês queiram no lugar, podem me informar que eu troco.

É isso, também avisando que os nomes dos pais da Tina serão americanos.

_________

Era segunda feira, dia em que Giovanni iria voltar a abrir o restaurante da família. Kenyon's restaurant é um dos mais famosos restaurantes de Vancouver, e devido à morte de seu filho, o restaurante fechou por um período de sete meses.

A família Kenyon não estava totalmente recuperada, mas Angelina falava que todos precisavam seguir em frente.

Ela iria voltar ao escritório de advocacia, e Giovanni iria abrir o restaurante novamente. Eles estavam precisando disso, queriam pensar em outras coisas a não ser a morte de seu filho e a profunda depressão da Tina.

- Bom dia! - Angelina falou abrindo a porta do quarto de Tina, que abriu os olhos e continuou deitada. A garota não tinha expressão alguma. Nunca. - Hoje seu pai vai abrir as portas do restaurante de novo. - Apesar de sua filha não falar, Angelina conversava com ela do mesmo jeito, sabia que ela a ouvia, e tinha esperança que Tina a respondesse.

Angelina abriu as cortinas e a garota colocou as mãos nos olhos, em seu pensamento, só queria mandar a mãe dela sair logo dali. Ela queria ficar deitada e não queria sair nunca daquele quarto.

- Você vai junto! - Tina a olhou. -Precisa sair de casa, você sabe que não está bem. Ao menos fique ao lado do caixa. - Suspirou e sentou na ponta da cama. - Lembra quando você trabalhava de garçonete? - Sorriu de lado.

Tina lembrou e automaticamente seu irmão veio em mente. Eles eram próximos demais, e tinham a mesma aparência, o mesmo jeito. Mesmo tudo. Sentiu seus olhos encherem de lágrimas e não aguentou. Era sempre assim. Qualquer palavra já fazia ela lembrar de seu irmão.

- Não chora, filha. - Angelina foi até Tina, que chorava e parecia que não tinha fim. Na tentativa de um abraço da mãe, a morena levantou correndo da cama e se trancou no banheiro. Respirou fundo e passou água no rosto.

- Eu sou detestável.- Pensou - Eu deveria ter ido no seu lugar, irmãozinho.

Tina se culpava todos os dias pela morte de seu irmão. Pensava que a culpa era dela por ter dirigido e desviado do cachorro na curva. Ela ficou com o braço e a perna quebrada, levou alguns pontos na barriga e na nuca. Se recuperou umas semanas depois. Mas seu irmão estava sem cinto e foi jogado pra longe na tentativa de frear o carro.

Sai do banheiro. - Angelina falava quase desesperada batendo um pouco na porta. Tina suspirou e passou água no rosto, abriu a porta e sua mãe respirou aliviada.

Tome um banho e coloque uma roupa, tá bom? Quero você lá embaixo o quanto antes. - A morena ouviu e fechou a porta do banheiro de novo, se despiu e entrou pro chuveiro.

Ela não queria ir pra inauguração do restaurante, não estava pronta pra ver pessoas e sair de casa. Tudo que ela queria era ver seu irmão de novo.

Quando colocou a roupa, respirou fundo e girou a maçaneta. Tina não queria sair daquele quarto, mas sabia que era preciso.

- Você está tão bonita. - Giovanni falou pra sua filha, na esperança de ver um sorriso dela assim que a morena desceu lentamente a escada. Como antigamente. Ela ouviu e sentou no sofá, sentia o cheiro da comida, mas não estava afim de ir na cozinha.

- Vai na inauguração? - Ele perguntou e Tina seguiu olhando a tv desligada. - Vou levar isso como um sim.

Giovanni desistiu de tentar falar com ela, aos poucos se irritava e então decidiu ir até a cozinha. Ele não conseguia acostumar com o fato dela não falar nada.

Depois que os Kenyons almoçaram, Tina deitou no sofá e apagou até chegar a noite. Enquanto ela dormia, seus pais conversavam na cozinha sobre o que fazer com ela.

- Devemos internar. - Angelina falava com receio. Não queria aquilo.

- Você acha? - Giovanni falou depois de pensar sobre.

- Eu não quero isso, mas parece que é a única alternativa. Já se passaram sete meses, psicólogo não adiantou. Eu quero a minha filha de volta. - Seus olhos estava cheio de lágrimas, queria tudo menos aquilo pra sua filha. - Ela não fala, não quer comer. Você viu hoje? Não tocou na lasanha, e ela amava lasanha.

-Todos sentimos falta do nosso filho, mas acho que a Tina nunca vai superar. - Giovanni falou e respirou fundo pra segurar o choro. - Mas quem sabe não internamos, deixamos mais alguns meses pra ver se ao menos ela dá um sorriso.

- Eu acho que não tão cedo isso vai acontecer..

- Precisamos levar em consideração que antes ela não saia da cama, agora sai do quarto, quase sendo puxada a força..Mas sai.

Depois da conversa, eles se abraçaram apertado. Angelina não segurou o choro, sentia saudade da velha Tina doce e sorridente ao lado do irmão que adorava provocar ela. Giovanni tentava ser forte, mas ao ver esposa chorar, não aguentava.

Após saírem da cozinha olharam Tina no sofá e Angelina sorriu de lado ao ver o rosto angelical de sua filha. Giovanni precisava resolver os assunto do salão, em menos de duas horas ia inaugurar e ele precisava saber se estava tudo em seu devido lugar.

- Você quer ir comigo? Tina não vai acordar tão cedo. - Perguntou pegando as chaves do carro. Angelina apenas assentiu e eles foram até o restaurante.

[...]

Tina acordou com uma forte batida na porta de casa, mas ignorou seguiu deitada. Colocou a mão no rosto e suspirou. Ela queria levantar, mas seu corpo não deixava.

- Tem alguém em casa? - Ouviu e respirou fundo antes de revirar os olhos e levantar com toda a calma do mundo. Calçou o tênis de qualquer jeito. Abriu a porta e havia uma menina de cabelos brancos e uma mecha pintada de castanho, com um sorriso amigável. Em suas mãos, estava uma enorme cesta de café da manha.

- Oi! Tudo bem? Eu me chamo Bagi. -Falou sorridente.

Tina continuava com sua expressão séria, isso deixou Bagi desconfortável.

- Han... Eu moro aqui do lado agora. - Apontou pra casa amarela, mas a morena não se deu o trabalho de olhar. Só queria fechar a porta na cara da garota. - E meus pais pediram pra trazer essa cesta. Nos mudamos pra esse bairro e eles querem um relacionamento amigável com a vizinhança.

Tina ignorou a cesta e fechou a porta, deixando Bagi extremamente confusa e irritada do outro lado.

Bagi respirou fundo e tentou deixar pra lá a falta de educação da nova vizinha, segurou firme na cesta e foi em direção à sua casa.

TRUST ME ( TEADUO ) - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora