42 - Problemática

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Bagi chegou em casa e foi direto tomar banho, levou um susto quando saiu do quarto enrolada na toalha e viu Pac ali parado, sentada em sua cama.

- Desculpa o susto.- Bagi revirou os olhos. - Queria saber como a Tina ficou.

- Ela ficou bem. - Disse pegando a escova de cabelo cima da escrivaninha.

- O que aconteceu? Porque ela apareceu aqui naquele estado?

- Eu vou contar pra você porque é meu irmão, mas não conte pro Cellbit, nem pra ninguém. Está me entendendo? - Pac assentiu.- A Tina sofre de depressão, seu irmão gêmeo morreu em um acidente de carro e minha morena fica se culpando por isso.

- Nossa...- Ele nem sabia o que responder. - Han...- Piscou algumas vezes tentando processar a informação. - Não imaginava isso, pensei que era frescura ela não falar com a gente. Agora me sinto uma pessoa horrível por achar ela estranha no início.

- Eu também achava ela "estranha". - Sentou ao lado do irmão. - Mas não, Tina é perfeita. - Sorriu apaixonada.

- Você quer mesmo namorar alguém que tenta se matar, Bagi? - Pac perguntou sem pensar, fazendo a irmã o olhar indignada. - Quero dizer...- Sorriu nervoso. - A Tina é problemática, tem certeza que quer algo sério com ela?

- Você ouviu a pergunta idiota que acabou de fazer? - Bagi falou incrédula. - Eu amo a Tina, e se ela tem depressão quero ajudar a se sentir melhor. Nunca a deixaria por causa disso.

- Mas não acha complicado? Sabe, hoje à noite ela apareceu aqui sangrando, pedindo socorro pra você. Quer mesmo mergulhar de cabeça nisso? - A de cabelos brancos não conseguia acreditar no que estava ouvindo. - Eu não namoraria alguém com depressão. Nunca.

- Pac, pode sair do meu quarto? - Levantou indo até à porta e abriu a mesma, fazendo seu irmão olhar confuso. - Por favor, eu não quero brigar com você.

- Eu estou falando isso pro seu bem,
Bagi. - Pac levantou e foi até ela. - Não quero que corra perigo.

- A Tina não é um perigo, muito pelo contrário! É a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida, ela nunca me faria mal. - Bagi estava muito irritada. - Você não sabe nada da nossa relação, não pode ficar dando palpite se ela é ou não a pessoa certa pra mim. Ah, e outra, se você não namoraria alguém com depressão é porque não passa de um egoísta. Já pensou que poderia mudar a vida da pessoa com o seu amor?

- Bagi...

- Não diga nada! - Falou um pouco alto. - Já pode sair. Nos vemos de manhã pra ir a escola.

Pac saiu do quarto com a consciência pesada e Bagi não poderia acreditar nas palavras que ouviu do irmão. Como poderia pensar que a Tina é uma ameaça pra ela? Aquela garota é um anjo, nunca faria mal a Bagi.

A maior tirou a toalha e vestiu uma camiseta qualquer, colocou uma calcinha box, desligou a luz e deitou na cama. Seu celular marcava três horas da manhã, ela teria pouco tempo pra dormir e ir pra aula fazer a prova de história. Mas essa noite foi tão intensa que não estava nem aí pro horário. Bagi ia desbloquear o celular com sua digital mas antes um número desconhecido apareceu na tela, a fazendo franzir o cenho. Quem ligaria pra ela uma hora dessas?

- Alô? - Perguntou confusa.

- Bagi, sou eu. - Tina falou sorrindo deitada na cama do hospital. Bagi sorriu ao ouvir sua voz. - Minha mãe lembrou que tem seu número, então peguei o celular dela.

- É bom ouvir sua voz, baby. - A de cabelos brancos suspirou virando de lado, segurando o celular em sua orelha. - Como está seu pulso?

- Doendo. - Disse olhando pra faixa branca cobrindo ele. - Muito, por sinal. Mas o médico falou que é normal.

TRUST ME ( TEADUO ) - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora