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Eu me lembro do dia em que Miguel contou que iria embora, eu não sabia exatamente o que significava aquilo que eu senti, mas eu senti

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Eu me lembro do dia em que Miguel contou que iria embora, eu não sabia exatamente o que significava aquilo que eu senti, mas eu senti. Meu coração apertou e eu não sabia o que era.

Quando mais velha, eu soube, meu coração havia se partido.

Conforme eu fui crescendo, fui entendendo que a grande verdade é que eu sempre amei o Miguel, não era como os adultos diziam, um namorico bobo de criança. Eu realmente o amava, ele fazia dos meus dias mais felizes quando partia meu sanduíche e dividia o suco de caixinha comigo.

E eu senti falta dele, todos os dias até aprender a lidar com aquilo, porque saudade eu sempre senti.

E eu lembro da primeira vez que eu o vi depois de muito tempo, ele estava estreando no Tottenham, mas jogou apenas um mês no time porque foi comprado pelo Manchester United e foi uma notícia muito grande na época, porque foi a maior compra do time.

E eu segui minha vida. Ganhando cada vez mais competições de ballet e focando somente nisso, esquecendo todo o resto, inclusive de realmente seguir com a minha vida.

Sempre tendo aquela sensação boba de que de alguma forma Miguel voltaria pra mim. Essa chama começou a se apagar depois de um tempo, mas voltou com tudo quando fomos fazer apresentações em Londres e eu soube quem os treinos seriam no CT do Manchester United por eles terem uma sala espelhada gigante.

Eu me atrasei no primeiro dia, coisa que não acontece nunca. Mas naquele dia, aconteceu.

E então eu esbarrei com ele e soube que era ele no instante em que olhei nos seus olhos.

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—E a tradição se repete. – meu sogro (richarlison) diz enquanto estamos todos pintando o quarto da Olívia.

—Qual tradição? – pergunto curiosa enquanto estou delimitando a tinta verde oliva dos arcos cor de rosa.

—De pintarmos todos juntos o quarto do novo bebê da família. – ele me diz. — Nesse caso, da Olívia do vovô. – sorrio e beijo sua bochecha.

—É.. mas nós sempre pintamos a barriga da mamãe junto. – Miguel diz e meu sogro concorda com ele e então Miguel ri, passando a ponta dos dedos na tinta verde e então tocando a minha barriga descoberta, me dando um selinho demorado.

—Eu não acredito nisso. – finjo estar brava e então sujo seu rosto de tinta, ele ri e me abraça apertado. 

—Ah não. Eu não vou ficar de fora, o padrinho tem que pintar a nenê também. – Ramon nos diz e então puxa um pincel com ele, fazendo uma letra R+O e um coração, sorrio para ele. 

—E eu? – Beatriz pergunta e eu dou de ombros.

—Não sei titia. O que você acha? – pergunto e ela vem até nós, pintando a própria mão e colocando a mesma na minha barriga. 

Spin-off: Minha Capitã | Golden Boy - Miguel.Onde histórias criam vida. Descubra agora