Existe um momento na vida de todo ser humano em que ele se questiona sobre independência e privacidade. Aquele momento em que você para e pensa sobre você, sua vida e como ela funciona em um aspecto geral.
No meu ponto de vista, eu ainda morar com os meus pais não é um problema tão grande, eu gosto da presença deles, eles gostam da minha presença. Não há nada que atrapalhe o bom convívio em família entre nós, cada um com sua rotina, tarefas e programas pessoais.
Mas, em contrapartida. Uma parte minha grita por, privacidade.
—Bom dia. – digo entrando no vestiário, o ar mais quente do que nos corredores do CT pelo amontoado de jogadores comparado ao frio de -5 graus lá fora.
—Bom dia Migueles. – eles me dizem me chamando pelo apelido e eu dou risada, me preparando psicologicamente para tirar o moletom quentinho e colocar o uniforme. Eu achava isso de não poder vir com o uniforme de casa uma palhaçada.
Me sentei no banco e ajeitei a chuteira enquanto ouvia as conversas. —Mas isso é o de menos né irmão, não é como se eu não pudesse passar na padaria e comprar café da manhã. – Louis diz, ele recentemente foi morar sozinho e até agora, só rasga elogios sobre a atual situação em sua vida.
Paro por um instante e respiro fundo. É humilhante pra mim mesmo dizer que tenho medo de morar sozinho e sentir falta da minha mãe? Porque é assim que eu me sinto quando penso nessa opção.
—Todos prontos? – o treinador (mais conhecido por mim como, Tio Tony) entra no vestiário encarando o relógio e a expressão séria. — Espero que sim e que estejam no gramado em menos de dez minutos, contando. – ele diz saindo logo em seguida e o corre corre dentro do vestiário começar.
O treino durou uma eternidade e eu não sabia o que era pior, o treino ou o frio. Nem todas as roupas do mundo são suficientes para que você não sinta até os seus ossos gelados, eu sinto muita falta das férias que fomos passar no Brasil na casa do Tio Lucas e eu senti o que era um clima tropical.
Pai
Quer almoçar comigo hoje?Encaro a mensagem no celular assim que termino de me arrumar.
Pai
Eu passei aqui falar com o seu tio e pensei de passarmos um tempo juntos antes de ir buscar a Cecília no aeroporto.Miguel
Claro. Já saio do vestiário.—Miguel. – Louis me chama e eu o encaro. — Eu vou fazer um open lá em casa pro pessoal do time, vai, né?
—Vou sim. – sorrio para ele fechando o armário. — Só me diz aonde estar e que horas estar.
Não demoro muito e vejo meu pai conversando com o Tio Tony sobre algo da Liga, aceno para o mesmo de longe e ele faz o mesmo.
—Tá. Eu tô indo lá então. – Antony diz. — Aliás, diz pra Lara ir pra casa. – ele diz.
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Spin-off: Minha Capitã | Golden Boy - Miguel.
FanficA grande verdade é que ninguém está isento de crescer, pode ser difícil aceitar, mas é isso. Todos nós iremos crescer e virar adultos, com Miguel não tinha como ser diferente. Existe aquele ditado que "se boa criança é, bom adulto será" Não é atoa q...