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📍Complexo Do Chapadão, Rio de Janeiro, Brasil.

Anos atrás....

Catarina: Escuta William – falou com dificuldade – Eu quero que você me prometa cuidar deles, por nós dois – Neguei com a cabeça rapidamente – Quero que você proteja eles.. – deu uma pausa pela respiração pesada –  De todo mal

William: Não fala assim meu amor – segurei em sua mão – A gente vai cuidar deles juntos – ela sorriu fraco – Você não pode me deixar Catarina, não pode!

Catarina: Eu não tenho querer amor..só me promete isso..por favor – beijou minha mão presa a dela – Promete, assim eu posso descansar em paz...te amo, e sempre vou te amar, cuida deles por mim – seus olhos foram fechando, e a cada milésimos de segundos foi passando os flashbacks do nosso casamento e, acima de tudo todos os momentos com ela.

William: Não Catarina, não vai, por favor! –ela sussurrou um último "eu te amo"– Eu também te muito, mas fica aqui – falei quase sem voz e ela apenas fechou os olhos, eu perdi ela... eu perdi ela pra essa doença maldita.. eu perdi minha mulher para o câncer.

De repente, ouvir passos se aproximando na minha direção, só sentir meu corpo sendo jogando para longe e eles tentando reanima-la...mas ela ja havia partido.

Carol: William – me sacudiu – William levanta daí cara, o Nathan quer ver você.

William: Carol, me diz que é mentira.. eu imploro, me diz que ela ainda esta ali – as únicas palavras que saíram da minha boca naquele momento, era como se cada uma delas arrancasse um pedaço meu.

Carol: Infelizmente não, minha irmã realmente se foi – tentou transparecer forte, mas seus olhos avermelhados condiziam que ela havia passado a tarde chorando – Eu preciso que você seja forte, tem duas crianças dependendo de você – apenas concordei com a cabeça e com a ajuda dela me levantei, acertei tudo com o hospital e já encaminhei as papeladas do velório da Catarina.

E do jeito que ela sempre preferiu, suas cinzas sendo jogadas no mar...o lugar onde ela tanto sentia paz. Seu desejo era de sentir essa sensação de livre, a sensação do vento bagunçando seus cabelos longos, e as ondas do mar levando seu corpo na calmaria...para sempre.

A mulher que eu sempre amei, e sempre vou amar...a que sempre fechou comigo, e a que sempre me ensinou o certo e me esculachou pelo errado.

Nathan: Pai? – me chamou e eu olhei pra ele– Ela morreu né? – concordei com a cabeça porque já não tinha mais forças pra falar um "a", e ele apenas encostou a cabeça no meu ombro e chorou.

Nathan é meu filho mais velho, quinze anos de idade, quando ele nasceu nós tava no início do nosso relacionamento, os dois novin ainda, sabia nada da vida , eu com vinte e um e Catarina no auge da adolescência com apenas dezenove.

Na época foi um baque, os pais dela não aceitaram, e ambos loucamente apaixonados um pelo outro, não conseguimos ver outro futuro além de nós dois e nossa cria, papo reto, lascados sim...infelizes nunca.

Se viramos nos 60, com oque tinha e oque não tinha, mas na sinceridade aqui, felicidade não faltava, Nathan veio pra somar, e foi a prova viva que estávamos precisando para real cair a ficha que nascemos um para o outro.

Quando ele fez cinco anos, ela me deu a notícia que tava carregando mais um herdeiro, nessa época pelo contrário, estávamos na pior fase do nosso casamento, eram brigas pra lá brigas pra cá...mas nossa Pérola chegou com o propósito de curar oque estava machucando ali.

Desde então, foram os últimos melhores anos da minha vida, apesar da vida arriscada e perigosa que eu levava, chegar em casa e ver os três com um sorriso no rosto, fazia valer a pena o dia cansativo.

Ilusão [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora