Ilusão [PAUSADA]

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📍Complexo do Chapadão,Rio de Janeiro, Brasil.

Dias atuais...

                             Pérola 🐚

Me despeço da última paciente do dia com um beijo na testa, era uma menininha de apenas nove anos, segundo a mãe ela tinha caído de bicicleta na rua de casa, tava muito feio o machucado, achei até demais para uma simples queda de bicicleta, mas a própria menina narrou todo o acontecido detalhadamente, então eu nem contestei.

Eu amo oque eu faço, e admiro quem ainda se arrisca nessa área, terminei a faculdade de enfermagem vai fazer dois anos, não vou dizer que sempre foi meu sonho porque eu estaria mentindo. Até meus dez anos eu ainda tinha meu sonho de ser veterinária, até porque quem nunca quis cuidar de animais e achava que era as mil maravilhas do mundo, não é mesmo?

Minha mãe tinha um sonho de ser enfermeira, infelizmente ela não conseguiu realizar, então boa parte da minha decisão pra entrar nesse ramo foi por ela, e eu daria tudo de mim para trazê-la de volta e prestigiar o sonho dela juntinho comigo.

Sai dos meus pensamentos com o meu celular tocando, vi pelo visor que era o Nathan sorri e atendi o mesmo.

                              Ligação on

Nathan: fala tu mandada, ja ta liberada?

Pérola: oi feioso, já sim. Chegou no rio que horas?

Nathan: agora, vim direto te buscar, e não adianta ficar boladona, desce logo.

                             Ligação off

Ele não me deu nem o direito de contestar alguma coisa, e eu odeio quando ele faz isso.
Organizei a sala na velocidade da luz, e sai apressada do local, me despedi da recepcionista e de alguns pacientes que estavam na espera para outros exames.

Assim que coloquei o pé para fora do hospital avistei o carro todo preto na esquina e já reconhecendo pela placa, revirei os olhos sabendo quem era.

Pérola: Já falei pra você não ficar se arriscando por aqui Nathan – abri a porta que tinha sido destravada pra mim – Roda PM 24 horas por dia.

Nathan: Olha meu ombro subindo e descendo aqui oh – todo palhaço – Tu tá ligada que eu não vou perder a oportunidade de vim buscar minha enfermeira né – sorri fraco negando com a cabeça.

Pérola: Então tá bom motorista particular – eu ri – Como foi a viagem?

Nathan: Tirando o cansaço do caralho, eu resolvi tudo que tinha pra resolver – assenti– E o teu? Como foi?

Pérola: Ah, foi bom né, atendi várias crianças hoje – sorri – Todas um amor, da até pena de aplicar algumas medicações, meu coração fica na mão.

Nathan: Tu gosta mermo desses menorzin né – concordei – Ela ficaria muito orgulhosa de você – falou cabisbaixo e eu fiquei calada, sei que independente de onde ela esteja, eu fiz meu papel e sei também que ela está realizada.

Pérola: Eu não tenho dúvidas, era o sonho dela né – joguei minhas coisas no banco de trás– Vamos almoçar fora? – mudei de assunto.

Nathan: Pode ser, que ir onde? – bati minhas duas mãos feliz da vida – Aqueles peixe cru essa hora não Pérola, quero alguma coisa pra forrar mermo.