Capítulo 31

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Lena sentou-se na rocha, observando Leo e Simba mergulharem no riacho enquanto esperavam que Kara os pegasse. Ela tinha um refrigerador pequeno e cheio de sanduíches de atum e um refrigerante para Leo. Ela havia colocado algumas garrafas de água, mas conhecendo Kara como conhecia agora, não tinha dúvidas de que teria cerveja para as duas. Isso foi um pouco estranho para ela. Embora ela e Danny tomassem uma cerveja de vez em quando, especialmente em reuniões de amigos no quintal, ela não se considerava uma bebedora de cerveja. Na verdade, era raro haver algum em sua casa. Vinho? Claro. Ela e Danny quase sempre tomavam vinho no jantar. E depois que ele ficou doente, ela adquiriu o hábito de tomar vinho enquanto preparava o jantar. Cozinhar sempre a relaxava e o vinho ajudava a aliviar a dor.

Ela sorriu enquanto se recostava na rocha. E qual era a desculpa dela agora? Realmente não havia nenhuma. A dor em seu coração havia diminuído. Mas cozinhar ainda a relaxava, assim como o vinho, então ela não via razão para encerrar o ritual.

E relaxá-la – é preciso. Por que outro motivo ela teria ousado abraçar Kara como fez na noite passada? Foi bom ter esse contato próximo com alguém, ela admitiu. Mesmo que seu abraço improvisado tenha sido simplesmente um ato de demonstração de afeto, ela ainda podia ver a dor que Kara carregava consigo. Ela esperava que o contato físico ajudasse de alguma forma. Kara estava sozinha em sua dor, exceto pelo tio que ela mencionou. Por mais difícil que tenha sido a provação de Lena, ela não conseguia imaginar passar por isso sem o apoio de sua família. O fato de Kara ter sofrido tanto — sozinha — quase lhe partiu o coração.

"Eu a ouço," Leo gritou rio abaixo, onde ele e Simba se aventuraram.

Lena escutou, ouvindo o barulho fraco do Mule de Kara. Um sorriso involuntário iluminou seu rosto enquanto ela se levantava, atravessando o riacho com o pequeno refrigerador até a trilha.

"Você acha que poderíamos fazer a viagem de barco novamente algum dia?" Leo perguntou enquanto subiam a colina.

"Eu imagino que sim."

"Foi divertido brincar nas corredeiras, não foi?"

"Sim, foi. Você deveria perguntar a Kara. Provavelmente poderíamos levar o Mule até aquela parte do rio e simplesmente brincar lá nas corredeiras", sugeriu ela.

"OK. Mas eu realmente quero jogar bola no balanço da corda."

Lena riu. "Muita coisa para fazer, pouco tempo, hein?"

Ele sorriu para ela. "Eu tenho que voltar para a escola? Este foi o melhor verão de todos os tempos."

Assim que ele pronunciou as palavras, Lena percebeu a emoção — e a confusão — em seu rosto jovem.

"Quero dizer... nunca, mas... você sabe..."

Ela colocou um braço em volta do ombro dele. "Eu sei querido. Tudo bem. Acho que precisávamos disso. Precisávamos de um verão divertido." Ela se inclinou e beijou o topo de sua cabeça. "Tivemos um ano péssimo. Acho que merecemos nos divertir um pouco, não é?"

"Sim." Ele encontrou os olhos dela. "Mas não é como se eu tivesse esquecido papai ou algo assim."

"Eu sei. Nunca o esqueceremos."

* * *

Kara sentou-se o mais alto que o flutuador permitia, com a bola solta em sua mão. "OK. Um, dois, três!"

Leo balançou-se sobre o rio, com os olhos fixos nela. Ela jogou a bola na direção dele enquanto ele soltava a corda. Como antes, ele se atrapalhou com a bola antes que ela escapasse de seu alcance e caísse na água segundos antes dele.

KARLENA - Quem De Nós DuasOnde histórias criam vida. Descubra agora