Capítulo 18

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Lena mal resistiu ao impulso de correr em direção a Leo quando ele e Kara subiram a trilha. Como antes, os cães chegaram antes deles em casa, mas Lena não precisava deles para alertá-la. Ela estava sentada na varanda, esperando. Ela estava dividida entre dar uma surra em Leo por fugir e abraçá-lo até a morte. Assim que ela o viu, porém, os pensamentos de punição desapareceram e ela só quis apertá-lo com força.

Ele olhou para ela com um pouco de culpa quando chegaram à varanda. "Você está brava, eu acho."

Ela ergueu a sobrancelha. "Você acha?"

Ele assentiu e deu um passo para mais perto de Kara, como se ela pudesse protegê-lo da repreensão que ele achava que merecia.

"Por que você não entra em casa e me deixa falar com Kara." Não era um pedido e ele sabia disso. Ele olhou para Kara, que sorriu para ele e apertou seu ombro.

"Vejo você mais tarde", disse Kara.

"OK."

Ele saiu silenciosamente e sozinho. Simba – normalmente em seus calcanhares – estava brincando com Fred por causa de uma vara.

Lena desceu os degraus e saiu de casa, caso Leo estivesse na porta ouvindo. Kara seguiu ao lado dela.

"Obrigada novamente por encontrá-lo."

"Ele estava com medo que você não o deixasse mais me ver."

Lena assentiu. "Sim. Eu lidei mal com isso. Infelizmente, deixei que as preocupações de Esther me afetassem." Ela se virou para ela. "Você pode me culpar? Quero dizer, eu não te conheço, mas Leo aparentemente pensa que você é uma heroína. Ele prefere estar com você do que comigo."

Kara sorriu para ela e Lena notou novamente como ela era atraente. Quão jovem, fresca e ao ar livre Kara era comparada a ela. Seu cabelo loiro estava bem penteado, com um boné interferindo para que o cabelo não caísse em seus olhos, roçando bem abaixo dos ombros. Ela se perguntou se seu palpite sobre sua idade estava correto.

"Venha conosco."

Ela ergueu as sobrancelhas. "O que?"

"Amanhã... venha conosco", disse Kara novamente. "Você disse que queria passar um tempo com Leo. Venha conosco...me conheça. Vamos fazer um... piquenique ou algo assim. Vamos nadar."

"Nadar? Isso mesmo... Leo disse que você o levou para nadar. Foi isso que realmente deu início a tudo isso. Ele tem apenas nove anos. Ele não deveria..."

"Ele nada como um peixe", rebateu Kara. "E eu o observo como um falcão." Ela enfiou as mãos nos bolsos. "Você está certa, no entanto. Eu deveria ter pedido permissão."

"Eu teria dito não."

"Sim... foi o que Leo disse."

"Então ele está roubando seu calção de banho?"

"Não. Meu... meu sobrinho deixou alguns... deixou alguns para trás." O sorriso fácil que Kara exibia desapareceu de seu rosto. "Então? Você quer?"

Kara aparentemente havia esquecido a conversa telefônica na outra noite. Noite passada. Foi ontem à noite que ela ligou para ela e disse que era ela quem deveria passar mais tempo com Leo, não com Kara? Um piquenique parecia legal. E estava um calor escaldante nos últimos dias. Um mergulho parecia ainda melhor.

"Quantos anos você tem?"

O sorriso de Kara voltou. "Você está se perguntando se tenho idade suficiente para confiar em Leo ou velho demais para sair com ele?"

"Nenhum. Eu só estava curiosa, só isso."

"Vinte e nove." Ela riu. "Quase trinta, na verdade."

"Quando é o grande dia?"

"Primeiro de setembro."

Lena sorriu, lembrando-se de quando completou trinta anos. Eles conversaram — brevemente — sobre ter outro filho. Ela disse a Danny que trinta era o seu limite. O dia havia chegado e passado e ela se lembrava de celebrá-lo com pesar e júbilo. Isso foi há quatro anos.

"Tudo bem... eu irei com você. Honestamente, estou ficando louca por estar aqui em casa."

"Sem dúvida."

"Tentei convencer Leo a ir ao parque estadual, mas..."

"Isso vai ser melhor que o parque estadual. O mesmo rio, mas sem multidão." Kara bateu na coxa, chamando os cachorros. "Eu deveria ir. Tenho coisas para sanduíches, a menos que haja algo que você prefira."

"Sanduíches parecem bons. Vou preparar alguns lanches ou algo assim também."

"Ótimo. Por volta das onze?"

"Onde devemos encontrá-la?"

Kara apontou para a floresta. "Leo conhece o lugar. Vou buscá-lo no Mule."

"O quê?"

Kara apenas sorriu e saiu andando em direção à trilha que Leo usou. Quando Simba foi segui-lo, Lena agarrou seu colarinho, segurando-o. Ela assistiu até Kara desaparecer e depois voltou para casa.

"Venha garoto. Vamos entrar."

Leo estava esperando na cozinha, observando pela janela. Quando ela fechou a porta, eles ficaram ali olhando um para o outro.

"Você vai me bater?"

Ela revirou os olhos. "Okay, certo. Quando foi a última vez que isso aconteceu?"

"Eu tinha quatro anos."

"Você tinha três anos e tenho certeza que não se lembra." Ela caminhou até ele, trazendo-o para um abraço. "Você foge de mim assim de novo e eu vou acabar com você."

"Sinto muito," ele murmurou contra ela.

"Não... sinto muito", disse ela. "Devíamos ter conversado sobre isso. Eu deveria ter lhe contado minhas preocupações."

"Kara disse que você estava sozinha."

"Ela disse isso, né? Bem, sim, isso é verdade. Estou aqui sozinha enquanto você se diverte."

"Mas você disse que tinha coisas para fazer", ele a lembrou. "Você me disse para brincar no riacho com Simba."

"Eu fiz. Mas meu trabalho está concluído agora."

"Então... não posso mais ir com Kara?" ele perguntou, sua voz embargada com lágrimas não derramadas.

Ela o abraçou rapidamente. "Vamos fazer um piquenique amanhã. E nadar. Ela vem nos buscar às onze."

Seu sorriso era contagiante e ele deu um soco exagerado. "SIM!"

"Acho que você aprova?"

"Mal posso esperar para mostrar o balanço da corda! Você deveria ver até onde posso ir!"

Seus olhos se arregalaram. "Você pulou de um balanço de corda? No rio ?"

"Uh-huh." Ele se afastou dela lentamente. "Vou tomar banho agora."

Eles fizeram contato visual, então ele se virou e saiu correndo da sala. Ela conseguiu conter o riso até que ele sumisse de vista. O garoto era muito fofo para o seu próprio bem.

Mas um balanço de corda? Isso era seguro? Ele tinha apenas nove anos. Kara sabia alguma coisa sobre as limitações das crianças de nove anos? Bem, ela supôs que descobriria amanhã.

KARLENA - Quem De Nós DuasOnde histórias criam vida. Descubra agora