01, 𝗍𝗁𝖾 𝖻𝗂𝗍𝖾

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maddison jones

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maddison jones.



Escutei os gritos de Parker e coisas quebrando no andar de baixo me deixava com o coração acelerado. Larguei a minha mochila em cima da cama e abri a porta do meu quarto, ouvindo os sons ficarem mais alto.

Desci as escadas devagar, mas me arrependi, ao ver uma garrafa de cerveja atingir a parede ao meu lado e quebrar inteiramente. Minha respiração ficou ofegante. Terminei de descer as escadas e mãos seguraram o meu braço fortemente.

— Era você que eu estava procurando! Você não limpou a merda dessa casa, Maddison! Eu fico o dia inteiro trabalhando e nem isso você pode fazer? — Parker falava gritando, o que me deixava mais assustada.

— Você foi beber... — Eu murmurei entre dentes, sentindo o cheiro horrível de bebida vindo dele. Senti a sua mão pesada deixar um tapa forte na lateral do meu rosto e em seguida, me empurrar, me fazendo cair com tudo no chão de madeira.

— Isso não é da sua conta! — Ele gritou. — Você é uma inútil. Deveria ajudar em alguma coisa nessa porra. — Ele continuou gritando.

Arregalei os meus olhos quando ele avançou em minha direção. Tentei me levantar o mais rápido possível, mas as suas mãos me seguraram e em seguida, eu só sentia dor. Os chutes, tapas e socos foram distribuídos pelo meu corpo.

Parker só parou quando me viu cuspir sangue e naquele momento, eu não conseguia nem me levantar. Me encolhi ali e deixei que o choro me consumisse por inteira.

Parker se tornou assim quando a minha mãe morreu. Ele nunca foi assim antes, na verdade ele era a minha figura paterna e me fazia feliz, éramos uma família unida e perfeita.

Bem, até que a minha mãe cometeu o suicídio e nós deixou. Eu me culpo até hoje pela sua morte, mesmo que já faz sete anos que ela se foi. E se eu tivesse com ela? Isso teria acontecido? Eu duvido.

Levar uma surra virou costume para mim. Ele sempre chega em casa bêbado e desconta a raiva em mim. Uma vez eu briguei com ele e falei umas verdades que eu nunca tive coragem de dizer na sua cara, o que resultou na minha ida para o hospital e uma semana internada.

Me levantei do chão com dificuldade e saí daquela casa antes que ele voltasse. Andei o mais rápido que pude e entrei na floresta. A natureza sempre me acalmou e me transmitiu paz. A minha mãe amava esse lugar e falava que eu puxei isso dela.

Sentei em cima de uma pedra enorme e olhei para o céu. Ele estava estrelado, mas uma estrela em específico brilhava mais que as outras. Eu sorri encarando ela e cruzei as minhas pernas.

— Eu não sei se aguento mais, mamãe... — Eu falei, olhando para aquela estrela sem desviar e os meus olhos se encheram de lágrimas. — Eu quero me encontrar com a senhora. — Admiti.

Olhar as estrelas me lembra minha mãe. Eu sei que a mais brilhante sempre será ela e isso me acalma, porque de certa forma, eu sei que ela está sempre comigo.

— O que você está fazendo aqui sozinha, criança? — Uma voz divertida me chamou atenção e eu jurei que teria um enfarto ali mesmo.

Me virei para trás rapidamente e vi um homem loiro de cabelos um pouco grandes e extremamente pálido. Ele tinha olhos vermelhos e me encarava como se eu fosse a coisa mais bela do mundo.

— E-eu já estava indo embora. — Limpei o meu rosto  e levantei daquela pedra rapidamente.

— Está machucada... — Ele disse, se aproximando de mim em uma velocidade fora do comum. Senti a sua mão pálida em minha mão e o seu olhar percorreu o meu rosto com atenção. — O seu olhar me transmite dor e... tristeza. Quem te deixou assim, pequena criança? — Ele entortou a cabeça para o lado.

— Me desculpe, mas... eu acho que não é da sua conta. — Eu falei, sem querer ser grossa. — Eu preciso mesmo ir embora...

A sua risada ecoou por toda a floresta e me arrepiou por inteira. Tentei sair dali o mais rápido que pude, mas a sua mão me puxou com uma força que eu jurei que iria arrancar ela fora.

— Eu não posso permitir, desculpe. — Ele colocou o meu cabelo para trás da orelha e eu senti os meus olhos marejarem novamente. — Irá doer só um pouco, mas logo passa. — Sussurrou, se aproximando rapidamente do meu pescoço.

Foi tudo muito rápido. De repente uma dor insuportável atingiu a região do meu pescoço e os meus olhos encheram mais ainda de lágrimas. As suas mãos me seguravam com força, me mantendo no lugar, enquanto a sua boca estava colada em meu pescoço, mordendo a minha pele.

O meu grito agonizante saiu de minha boca e após alguns segundos, que mais pareciam horas, ele se afastou do meu pescoço com a sua boca suja de sangue. Do meu sangue.

O meu corpo amoleceu em seus braços, sem força alguma para se manter de pé. O homem pálido loiro me olhava com um certo carinho, mas ainda sim, satisfeito.

— É um prazer conhecer a minha primeira recém criada. Eu sou James, o seu criador. — Eu consegui escutar ele dizer.

Os meus olhos se fecharam por completo, eu não conseguia mais mante-los abertos.

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𝐈𝐍𝐓𝐄𝐍𝐃𝐄𝐃, 𝖾𝖽𝗐𝖺𝗋𝖽 𝖼𝗎𝗅𝗅𝖾𝗇.Onde histórias criam vida. Descubra agora