[...]
Ela virou e olhou pra mulher sentada na cadeira com um sorriso de curiosidade, Pilar estava muito brava, mas não podia ser grosseira com ela.
— De quem tá falando Pilar? E que carinha é essa?
— Tia Bel? - seu coração acelerou e quis correr daquela pergunta.
— Vamos meu docinho, eu não tenho muito tempo - se levantou e a trouxe pra um abraço apertado.
— Meu pai contratou um novo contador - apertou os punhos.
— Seu pai me disse que estavam precisando de alguém para arrumar as contas do haras, mas qual a razão dessa testa suada, olhos dilatados e respiração ofegante?
— A questão é que o homem em questão, é Miguel Cervantes.
— Miguelito? Sua mãe adorava aquele menino, que já deve ser um homão verdade?
— Tia não defenda ele também - se afastou e sentou em sua cadeira.
— Mas é o mesmo garoto que te tirava do rumo verdade? Você era apaixonada por ele, foi até o seu príncipe de quinze anos.
— Mas um arrependimento, tia, ter ele no meu álbum de quinze anos - cruzou os braços.
— Você era apaixonada por ele na época da escola.
— Eu tinha que suportar ele na escola, além de ser o monitor da aula de matemática a pedido da minha mãe.
— Olha meu bem, não é porque aquele calhorda lhe quebrou o coração que todos farão isso também, Miguel é um homem agora e você um mulherão.
— Tia, não é isso, bom não é só isso, o papai acha que estou implicando por que é o Miguel.
— Então não é só por ser ele, vem aqui. Sabemos que Padilha fez, seu pai tem que saber amor, ele não vai admitir que alguém mexa com a filhinha dele e fique por isso mesmo.
— Não quero falar com ele sobre isso, quando eu resisti e falei não para Padilha ele mudou e quando foi que não me teria em sua cama como ele queria, então fez o que fez, me roubou, levou tudo que eu tinha de dinheiro.
— Pilar meu amor, tem que contar para ele, Padilha tentou de violar e isso é muito grave, poderia ser qualquer outra pessoa, deveria denunciar ele por tentativa de estupro.
— Para tia, não quero mais falar disso, acabou, ele se foi, não vou mais estar perto dele.
— Ok, não vou falar mais, mas seu pai tem que saber. — ela abraça Pilar forte e sente que ela estava tensa, mas depois relaxou. — Mas me conta uma coisa, Miguel, ele ainda mexe com seus sentimentos não mexe.
— Tiaaaa
[...]
Eugenia olhava o novo quarto com curiosidade, se aproximou da janela e suspirou ao ver Leona voltando pro estábulo, tinha sentindo a liberdade por alguns minutos e não queria admitir pro pai que a ideia de viver no haras já tinha lhe agradado.
— Você abraçou Pilar... - ele sentou na cama e começou a dobrar a roupa dela.
— Foi só um reflexo papai, não torne isso um evento estranho - abriu a cômoda e foi colocando suas roupas.
— Não é difícil admitir que abraçou ela filha - segurou as mãos dela e sorriu.
— Pai fala sério - puxou as mãos e virou de costas pra ele.
— Por favor filha, me deixe chegar mais perto, há anos eu não sei o que é chegar e te abraçar sem te colocar no braço e correr pra um hospital.
— Pai, ela é diferente, como amiga sabe, ela olhou para mim, não como você me olha com medo que eu quebre, ela simplesmente me olhou. Me viu de verdade.
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🌾🌾TEMPOS DE ESPERANÇA🌾🌾
Fiksi PenggemarEnquanto acreditarmos, tudo se mantém possível para acontecer.