🌾🌾TEMPOS DE ESPERANÇA🌾🌾

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(...)

O carro estava capotado e já ardia em chamas, Padilha ainda tinha forças para tentar brigar com Miguel que apenas se defendia e não deixava ser segurado, mas a sua medalhinha foi arrancada do pescoço e nesse momento ele conseguiu sair do carro e se arrastar para o mais distante possível das chamas que consumiam toda caminhonete.

– Mafê!? – viu a mulher e atrás dela uma luz.

– Não pode desistir agora, tem que levantar e seguir para casa – apontou o caminho.

– Meu corpo tá dolorido, eu não sei... – apoiou as duas mãos no chão e foi levantando lentamente e bambeou até pegar equilíbrio.

– Vamos rapaz, nunca te vi desistir de nada – foi guiando ele até outro pequeno desfiladeiro. –Não pode deixar ela agora, eu vou voltar para casa por vocês!

– Pilar... eu tenho que avisar que tô vivo – Parou de descer e começou a subir e se aproximar do carro.

O veículo que estava com o tanque cheio e com alguns materiais inflamáveis dentro explodiu jogando o corpo de Miguel com violência para trás e ele saiu rolando todo pequeno precipício até ficar desacordado na ponta do precipício. Bem abaixo já era o teto do estábulo e qualquer coisa que rolasse daquele desfiladeiro dependendo do peso poderia cair dentro.

[...]

Todos da cidade estavam preocupados, a fuga de Padilha era o assunto que corria pela boca de todos, a polícia conseguiu pegar as imagens das câmeras de segurança do posto de gasolina e viu quando o Padilha saiu da caçamba e entrou no carro sem ser notado, foi quando pela placa que o carro foi identificado.

– O carro é do haras Topázio delegado, mas quem dirigia era o senhor Cervantes, acha que Padilha queria sequestrar Pilar e acabou pegando Miguel?

– Era o que faltava – suspirou e levantou da cadeira – quero que busque a última localização de Miguel Cervantes através do celular, entre em contato com a operadora.

– Quer uma busca pelos hospitais da região? Podem ter entrado em batalha corporal e se machucado.

– Sim, mas busquem também no necrotério, não sabemos se aquele criminoso fez mais uma vítima.

– Sim senhor! – saiu da sala deixando o delegado sozinho.

No hospital Isabel estava num plantão dos infernos, esperava um acidentado que um casal de moradores que passavam pela estrada tinha encontrado ao lado de uma caminhonete carbonizada. O homem chegou aos berros e o cheiro de carne humana queimada se espalhou por toda emergência fazendo alguns pacientes e acompanhantes saírem correndo.

– Levem ele pra emergência de queimados com urgência, esse homem não vai sobreviver sem os devidos cuidados – ia ao lado dele acompanhando a equipe.

– Doutora ele não vai sobreviver, é uma questão de minutos – a olhou com tristeza – vai ter que comunicar a família.

– Isso é com o hospital, não posso fazer isso – falou estranhando aquele olhar do colega de trabalho – Joaquim eu odeio rodeios, fala o que tá acontecendo?

Por alguns segundos ela olhou para baixo e viu algo que lhe chamou atenção, e quase desmaia, mas foi segurada por Joaquim com cuidado. a medalha de são Miguel Arcanjo estava grudada na carne do paciente.

– A caminhonete era a da sua sobrinha, provavelmente o acidente aconteceu ontem, não tinha mais fogo só cinzas.

– Meu Deus – pediu uma pinça e com cuidado tirou a medalhinha colocando numa bolsinha plástica – é Miguel, tenho certeza que é ele.

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