🌾🌾TEMPOS DE ESPERANÇA🌾🌾

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(...)

Miguel beija Pilar com ternura, ela sente os lábios dele no seu e corresponde. Ela o abraça e o puxa mais para seu abraço.


– Não quero outra, não olho para ninguém desde que decidi ter você, sua birrenta.

– Me quer, contador? – ele confirma e a beija mais intenso, as mãos já percorriam por caminhos sem volta. – Aqui não, eles estão na sala.

– Vamos sair daqui. – ele segura a mão dela e quando estava na porta Firmino apareceu com uma cara que assustou Pilar e Miguel. – O que foi homem?

– Um dos cavalos escapou e caiu na vala da divisa...- ela sabia que era grave. - Precisamos que vá lá...

– Não, Firmino, diz que não terei que fazer isso... – ela escondeu o rosto no peito de Miguel.

– Sinto muito, ele se machucou muito e acho que nem a reabilitação vai dar jeito, está com o olho perfurado e não levanta mais.

– Para, por favor. – disse ela chorando.

– Pilar, o que foi Firmino? – disse Afonso chegando.

– Patrão, vamos ter que sacrificar um animal. – Pilar chorava mais alto.

- Miguel, leve ela para a clínica, filha só prepara a injeção que eu ou o Firmino aplicamos.

– Vem Pilar, vamos ter que fazer e eu ficarei ao seu lado. Geni? – perguntou ele.

– Com Isabel, tudo bem, ela não sabe.

Momentos depois Pilar aplicou a injeção letal no animal que havia perfurado o olho e quebrado a coluna, realmente não tinha como fazer nada. Ela ficou com o animal ali até ele ir, ela estava triste demais com aquela situação. Miguel sentia a tristeza dela, e queria ficar ao lado dela sempre, quando foram para casa Isabel esperava por eles, avisou que Geni já tinha ido dormir e estava bem. Pilar entrou em casa, tomou um banho sem falar com ninguém e se deitou no sofá.

– Preciso ir para casa, tenho um plantão amanhã.

– Vem, te levarei pra casa. – Afonso falou sério e ela sabia que ele não a deixaria ir sozinha. – Miguel?

– Pode deixar, cuido dela! – Pilar estava deitada no sofá quietinha.

Mesmo sabendo que era necessário ela odiava ter que fazer sacrifícios dos animais, não somente dos cavalos, de todos animais em geral, desde que começou a clinicar foram poucas as vezes que ela teve que fazer tal ato, e sempre era assim ela ficava triste demais.

– Miguel, desculpa.

– Shiii, vem aqui. Vamos ver um filme para que possa se distrair?

– Com pipoca e guaraná? – ela sorriu.

– E sorvete de chocolate com casquinha de avelã!

Os dois ficaram no sofá vendo filme e comendo, em dado momento Miguel percebeu que ela dormia, ela sorriu e se levantou pegando no colo e levando para o quarto, quando ele a deitava Pilar abriu os olhos e o mirou fixamente.

– Fica comigo?

– Pilar sabe que te quero, e não quero e nem posso ficar, está frágil e sei se ficar vou querer você!

– Eu quero você também, quero que fique.

Miguel se deitou ao lado dela e a abraçou ficaram ali quietinhos curtindo o momento juntos, até que Pilar se virou, desenhou o rosto dele com as pontas dos dedos.

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