Ao adentrarem a morada de Lúcifer, Ananiel e seu olhar penetrante depararam-se com Driel, o aprendiz de Rafael, reclinado no sofá. Cansado, quase à beira do sono, seus sentidos alertaram-no para a presença demoníaca que invadia a casa. Como um reflexo, a espada de Driel materializou-se, pronta para enfrentar qualquer ameaça, apontando diretamente para Ananiel. A tensão pairava no ar, a fadiga lutando contra a prontidão. Ananiel, observando Driel com uma indiferença estudada, aguardava, enquanto Lúcifer, perspicaz, interveio no momento crucial.
Lúcifer ergueu a mão, indicando a Driel que baixasse a espada. Com um gesto sutil, transmitiu confiança ao aprendiz de Rafael. Driel, hesitante, dissipou a energia de sua espada e a deixou desaparecer. Uma tensa compreensão permeou o ambiente enquanto a lealdade de Ananiel era revelada. A expressão de Driel transformou-se de desconfiança para curiosidade, enquanto ele observava a interação entre a mulher e lúcifer. O silêncio se quebrou, e Lúcifer, com sua habilidade intrigante de manipular situações, esclareceu o alinhamento de Ananiel com suas próprias maquinações.
Driel, confuso, indagou: - Nosso lado? O que quer dizer com isso, Lúcifer? - Seus olhos buscavam respostas, refletindo a incerteza diante da revelação surpreendente.
Lúcifer, mantendo seu sorriso sarcástico, esclareceu para Driel: - Ela veio me buscar. Parece que está ocorrendo uma pequena bagunça no inferno. - A revelação ecoou na sala, carregada de ironia.
Ananiel, quebrando o silêncio, dirigiu-se a Lúcifer: - Então, Lúcifer? Quando vamos voltar?.
Lúcifer, com uma expressão intrigante, proclamou: - Eu não vou voltar. Deixa Azazel com aquele trono. - Sua decisão reverberou na sala, deixando Ananiel perplexo diante dessa reviravolta inesperada.
Ananiel, expressando sua perplexidade, questionou: - Espera, você criou aquele lugar para os seus demônios viverem. Como pode abandonar tudo? - Sua voz carregava um misto de incredulidade e curiosidade, refletindo a surpresa diante da decisão de Lúcifer.
Lúcifer, com uma serenidade sinistra, afirmou: - Você tem razão. Se quiser, eu destruo tudo. Só preciso estalar o dedo, e aquele lugar irá desmoronar. - Sua decisão carregava consigo a imponência de alguém que detinha o poder de moldar destinos.
Ananiel, com uma determinação sombria, declarou: - E começar o apocalipse com milhares de demônios sobre a Terra? Eu gostei da ideia. - Sua fala carregava um peso inquietante, revelando uma disposição surpreendente para desencadear caos e destruição.
Driel, intervindo com urgência, alertou: - Não faz isso, Lúcifer. Michael já está enfrentando muitos problemas, e Uriel foi claro conosco. - Sua voz carregava uma mistura de preocupação e advertência, reconhecendo as implicações catastróficas que o apocalipse poderia desencadear. O ambiente tenso amplificou-se, enquanto as palavras de Driel ecoavam como um apelo à razão, tentando conter os planos sombrios que pairavam sobre a iminência do caos.
Lúcifer, cedendo à intervenção de Driel, declarou com um tom ambíguo: - Está bem, não vou fazer isso... Ainda não. - Sua resposta, permeada de incerteza, deixou no ar a possibilidade futura de uma ação tão imprevisível quanto perigosa. Driel, aliviado momentaneamente, percebeu que o equilíbrio precário entre as forças estava suspenso por um fio, aguardando o desenrolar de eventos que moldariam os destinos celestiais e infernais.
Ananiel se acomoda no sofá, mas ao se aproximar de Driel, ele reclama da sujeira em que ela se encontrava. A sentinela, sentindo-se um pouco nervosa, pede a Lúcifer para mostrar onde fica o banheiro para que possa se lavar. Ela argumenta que, mesmo sendo um demônio, mantém modos.
Ananiel, decidida a se refrescar, encaminha-se para o banheiro e começa a retirar sua imponente armadura dourada. O processo revela-se meticuloso, exigindo tempo e paciência, já que cada parte se encaixa de maneira intricada na vestimenta. O ritual de desarmamento demora por volta de uma hora, destacando a complexidade e a solenidade que envolvem a remoção da armadura de uma sentinela celestial. Enquanto isso, a atmosfera na casa de Lúcifer permanece carregada de expectativas, aguardando o desenrolar de eventos que transcenderiam as fronteiras entre o divino e o infernal.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vivências - Livro 1
RomanceDeus enviou à Terra um homem destinado a ser o equilíbrio da humanidade. Séculos depois, ele se apaixona, mas seu amor, Angela, está prestes a morrer de uma doença. Em um ato desesperado, o homem busca ajuda de Lúcifer, mas o preço do contrato é ser...