1. A mulher e a ilha

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Atendendo a pedidos...
Está de volta!!! Estou revisando e postando, afinal... essa fanfic tem mais de 10 anos! Hehe.

POV CARLISLE

Era fácil olhar para Esme e entender como tínhamos nos apaixonado. Havia algo nela, algo ali, escondido por trás da camada simples de perfume e sorriso social. Faziam mais de 100 anos, e eu continuava amando-a.

Nosso mundo havia mudado. Não era mais o mesmo mundo no qual havíamos nos conhecido - naquela época, tudo era de fato mais simples. Havíamos feito o que todo casal faria: casamos, construímos uma família e em algum lugar do tempo... fomos perdendo um ao outro. Na rotina, nas entrelinhas do dia-a-dia repetindo sempre as mesmas coisas... perdemos pelo caminho uma boa parte do brilho.

A gente se ama, não tenho dúvidas disso, mas também sei que um casamento não sobrevive apenas de amor - a gente precisava se reconstruir, nos conhecermos novamente... estabelecer um relacionamento saudável, nosso. Voltar com nossa vida sexual, pausada há quase dois anos...

Sem filhos, sem celular, sem conexão com o mundo exterior. Ficaria ali com ela por um tempo, e eu torcia para esse tempo ser o suficiente.

- Eu acho que precisamos desfazer as malas, então podemos organizar o refrigerador com o sangue e....

- Esme. - Eu dei meio sorriso para ela, enquanto ela largava no chão uma mala pequena de mão. - Estamos de férias e não temos que arrumar nada... lembra?

Ela torceu um pouco o nariz, fazendo lembrar que ela era a mãe e mantinha a casa sempre funcionando, mas concordou, dando um meio sorriso para mim também.

- E que você quer fazer? - Ela perguntou.

- Que tal você colocar um maiô e a gente começar sentando na praia?

- Parece um plano... - Esme resgatou a bolsa do chão, juntando-a ao corpo e abriu a boca, desistindo de falar algo no meio do caminho. Pensou, entortando a cabeça e me olhou séria. - Eu quero que isso funcione, Carlisle, mas é nuito difícil não sentir medo. Em casa... com as crianças, sabemos quem somos... e aqui? E se isso não for como queremos que seja? Esses dias?

Eu tinha exatamente as mesmas incertezas que ela, e como tinha! Não tinha nada além de incertezas. Cheguei perto dela, e tirei a mala preta da mão dea, a colocando de volta no chão. Segurei às duas mãos dela entre as minhas e a olhei no rosto. O coque de cabelo mal feito, o vestido azul midi, tudo combinando com ela.

- Você confia em mim?

- Sabe que confio, meu amor.

- Você me deixaria conduzir esses dias?

Ela me olhou curiosa, sem entender nada.

- Como assim?

Soltei as mãos dela, para dar espaço e dei alguns passos na sala, apreciando a luz do sol ali.

- Sempre falamos, sobre como as crianças reagem... a forma como cuidamos delas. Sempre debatemos sobre como nós reagiríamos em uma situação semelhante... nós dois gostamos de um ambiente organizado e sistematizado... mas nunca aplicamos isso na nossa vida e na nossa relação...

- Eu não sei se estou entendendo... - Esme curvou a cabeça.

- Me deixe cuidar de você, como cuido das crianças. Bom, não exatamente igual, mas... sim, como cuidamos deles. Me deixe te conduzir... te guiar...

- Carlisle. - Esme ficou com as bochechas vermelhas, envergonhada. - Que ideia maluca é essa?

- Temos que mudar algo... eu quero tentar isso.

- Não sei se você pirou ou não! - Ela me acusou meio chocada. - Não consigo imaginar você cuidando de mim como cuidamos deles!

- Não consegue me imaginar te dando banho... ou é a parte de dar palmadas na sua bunda que te preocupa?

Naquele momento, Esme não ficou mais vermelha porque não tinha sangue suficiente para fazer isso. Ela quase engoliu a língua, mas eu tinha que admitir que meus planos eram bons. A ideia era trazer algo novo para nosso relacionamento, algo que nos deixasse mais profundamente conectados. Intimidade.

- Não pode estar falando sério. - Falou baixo, como se alguém pudesse nos ouvir.

- Estou.

- Eu não tiro notas baixas na escola e nem dou birras em casa... por que diabos você me bateria?

- Acredito que posso pensar em algo. - Sorri para ela. - Esme, você mesma disse que não podemos continuar fazendo tudo igual, como antes.

- Você quer tomar banho comigo? Tudo bem... eu....

- Quero dar banho em você. Não tomar banho com você. Muito embora... a parte do banho para os dois possa ser discutida, posteriormente. Quero botar as mãos em todas as partes do seu corpo... conhecer você de novo.

Agora, ela parecia surpresa, com o leve tom sexual que acabou invadindo a sala para nos fazer companhia.

- Fazem dois anos que não... fazemos... - Ela lembrou.

- E quase um que nem te vejo sem essas roupas. - Lembrei-me.

Instintivamente, ela segurou na roupa, quando me ouviu falando sobre.

- Desculpe. Eu não me dei conta... meu Deus... - Suspirou. - Quando deixamos isso acontecer?

Eu me aproximei dela, e acariciei o rosto dela, de leve com a mão. Sabia que era cedo, e que tinha um longo caminho pela frente, mas eu tinha que começar de algum lugar.

- Posso tirar sua roupa? - Perguntei, vendo que ela ficou vermelha. - Está com vergonha de mim?

- Não. Não tenho como...

- Não minta. - Chamei a atenção dela. - Pode me falar...

- Um pouco. - Admitiu.

- Uhum. - Concordei. - Você vai me deixar conduzir?

Esme abaixou a cabeça, apoiando a testa no meu peito. Eu sentia ela se acalmando ali, de olhos fechados, respirando fundo.

- Eu te amo. - Ela disse. - Você é o amor da minha vida, sempre foi. Se eu não puder dizer sim para você... não haverá nada aqui. Entre nós. Eu confio em você...

- Obrigado. - Falei dando um beijo no cabelo dela. - Eu te amo.

- Faça a gente funcionar de novo, por favor.

- Com todo prazer.

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