8. A noite dura

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POV ESME

Estávamos os dois na cama, nus, assistindo mais um filme da série 007. A noite vinha com a brisa do mar entrando no quarto entre as cortinas. E eu sentia frio, dor de cabeça e muita agitação no peito e nas mãos. Eu estava tentando controlar, curtir o momento.. até que me dei conta, era melhor falar. Estávamos ali para isso... dividir, nos achar.

Sim, ele era médico. Ele agiria como médico, mas eu tinha que lembrar: eu o amava, e confiava em tudo que ele fazia. Não falar não era o caminho, nunca foi.

- Carlisle... não estou me sentindo muito bem. - Avisei.

Ele me olhou de lado, com carinho e feliz por eu ter falado algo.

- O que está sentindo? - Ele perguntou ligando o abajur do lado da cama.

- Dor de cabeça, frio... estou tremendo e nervosa. - Tentei resumir.

- Certo... - Ele já pausou o filme, e esticou a mão para a mesinha de cabeceira. - Deite de bruços.

Eu sabia bem o que aquela frase significava, e mesmo não gostando, suspirei e deitei, obedecendo ele.

Eu o vi tirar o temido termômetro e um vidro de vaselina da gaveta. Ele se concentrou, molhando a ponta do termômetro na vaselina e olhando pra mim com compaixão.

- Eu sei que incomoda, mas eu realmente preciso colocar, está bem?

- Eu sei... - Concordei encostando a cabeça na cama.

Senti as mãos dele encostarem nas minhas nádegas, as afastando, com todo cuidado, com o dedão o e o dedo indicador esquerdo.

- Relaxe bem. - Ele pediu, inserindo o termômetro ali, alguns centímetros para dentro.

Eu respirei fundo, fechando os olhos. Eu sabia que logo acabaria.

- Já vai acabar, minha flor... - Ele fez um leve carinho na minha bunda.

- É por causa do vício?

- Sim... é sim. Você vai ter algumas noites difíceis, dias também, mas vou te medicar e vamos passar por isso. Na próxima semana vai começar a se sentir melhor... o psicológico pode ser mais difícil...

- Eu tenho você para me ajudar...

- Uhum, e um psicológo, logo que voltarmos para casa. - Ele falou com carinho. - Vai ser importante. Um vampiro, se sentir melhor assim...

- Certo. - Concordei.

O termômetro logo apitou e eu relaxei o suficiente para ele puxar ele dali. Muitas vezes, retirar incomodava mais do que colocar, então eu procurava ficar calmar sempre.

- Muito bem, mocinha.... Vamos te esquentar. - Ele falou, puxando o lençol para mim. - Pode sentir enjoo, está bem? Caso sinta, eu posso te medicar.

- Obrigada. - Concordei. - Você não falou nada... sobre eu ter... a morfina, e seu registro... - Falei me virando, e me enrolando no lençol.

- Bom... não quis te encurralar falando disso... quer dizer, lógico que fiquei chateado, e que passei por sentimentos de culpa, de negligência, de preocupação...

- Eu me senti culpada, muitas vezes, fazendo isso. Não me sentia bem fazendo pelas suas costas... e ao mesmo tempo, parecia uma punição extra para você, por estarmos afastados.

Eu observei o olhar dele endurecer quando falei isso.

- Sim, Esme... é de fato uma punição pra mim, ver a mulher que eu amo nesta situação. Mas sou adulto o suficiente para entender minha culpa nisso, e também sei que apesar de estar chateado e um tanto magoado... o amor que sinto por você supera tudo isso.

Ilha EsmèOnde histórias criam vida. Descubra agora