2. A praia

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POV ESME

Era difícil admitir que havíamos chegado naquele ponto, depois de tanto tempo finalmente parecia que o destino havia nos encontrado. Era fácil perder de vista tudo que havia nos Unido. Tantos anos, tantas memórias, e agora nosso futuro em risco.

A ideia do meu marido parecia simplesmente absurdo, na verdade minha vontade era de dizer que não mas não vinha acompanhado de uma decisão muito clara, não ficaríamos mais juntos. Esse medo nos acampanhou durante toda a viagem muito mais do que na rotina. Estávamos ali para enfrentar nosso maior medo ficarmos um sem o outro.

Por isso, eu tinha que dar o braço a torcer pois foi eu mesmo que deixei a situação chegar a esse ponto . Foram muitas noites em que preferi p não conversar, virar para o lado, dormir com uma das crianças ao invés de dormir e resolver nossos problemas. Muito embora ele também não tenha feito algo a respeito, ele me procurou enquanto eu apenas dizia que tínhamos coisas mais urgentes. Agora, eu nem lembrava o que era tão urgente que me fez esquecer que nosso casamento era a base da nossa família.

A sugestão de Carlisle, Parecia mexer com tudo que conhecíamos. A segurança da boa e velha rotina que tinha nos condenado. Eu olhei nos olhos dele e concordei sabendo que era um Salto no escuro.

-    Porque você não vai colocar aquele maiô agora?

Concordei.

-    Vou fazer isso. Te encontro na praia?

-    Sim. Tente não demorar muito, está bem? Eu quero aproveitar o pôr do sol.

Eu peguei minha mala do chão invadi o banheiro da nossa suíte Aquela suíte com paredes vazadas Não parecia me oferecer muita segurança. Eu sentia vontade de chorar mas juntei todas minhas forças e troquei de roupa. Eu não reconhecia a esposa no espelho, apenas a mãe isso me preocupou.

Quando sair da casa a primeira coisa que vi foi meu marido sentado sem roupa alguma na Areia da praia. Por um momento fiquei sem entender a cena mas lembrei que estávamos sozinhos ali, e que não era a primeira vez que ele fazia isso. Considerei por um momento eu também tirar o maio, mas desisti da ideia, caminhei até ele e sentei ao seu lado. Ofereci um sorriso quando ele me olhou um tanto feliz demais.

-    Lembra quando viemos aqui a primeira vez?

-    Impossível esquecer. Não é todo dia que compramos uma ilha, não é mesmo?

-    Não...mas estou falando de nós. Foi Nossa lua de mel, e me lembro da nossa primeira noite aqui, foi o melhor sexo na minha vida.

Eu tinha muitas perguntas, mas não sabia se era o momento ideal. Ele parecia querer sonhar con Ideas e lembranças, talvez para me fazer lembrar dos momentos em que fomos mais Unidos.

-    Eu sinto muito, pelo sexo. Não pense que não sinto falta, eu senti muita falta.

-    Sexo é consequência de muitas coisas. E nosso problema começou com a falta de intimidade, eu nem sei mais o que passa na sua cabeça. Não lembro da última vez que te vi lavando os cabelos. Não lembro nem quando foi a última vez que te examinei, e eu sou seu médico.

-    Não estive doente nos últimos anos.

-    Combinamos, Esme. Sem mentiras. Toda vez que negar seus sentimentos comigo, ou mentir sobre eles bem na minha cara, vou te dar uns tapas.

Eu senti meu estômago dando um nó. Ele falou aquilo com tanta firmeza, que me deu um certo medo.

-    Nem sempre pude parar para cuidar de mim.

-    Isto também não é verdade. Se vamos fazer isso, você pode começar sendo sincera comigo.

-    Como posso ter tempo para cuidar de mim enquanto rosalie tem crises? Ou enquanto p Alice Tem problemas com suas visões? abrimos mão de muita coisa.

-    Concordo, porém me sinto magoado quando você decide não compartilhar as coisas comigo.

-    E você compartilha tudo comigo?

-    Confesso que não, no último ano nós afastamos tudo um do outro inclusive nossos segredos. Por isso vou começar lhe contando um, algumas noites depois do trabalho não fui direto para casa. Parei em um parque apenas para estar sozinho e pensar. Fiz isso a primeira vez em que você ficou doente e não me procurou depois, virou um hábito.

-    Não sei o que dizer, o que quer que eu diga?

-    Pode começar me contando sobre as crises de enxaqueca que você tem tido. Quando começaram ?

Me senti um tanto irritada, ele parecia estar me confrontando quando ele mesmo havia admitido que tinha segredos. Aquilo Não era sobre mim era sobre nós. Suspirei tentando engolir a irritação que tomava conta de mim.

-    Talvez seja melhor entrar e esquentar nossa janta.

-    Você vai mesmo fugir desta conversa?

-    Tudo bem, tenho tido enxaqueca nos últimos 8 meses. Era isso que você queria saber?

-    Por que não me procurou?

-    Não estava com humor para encarar um de seus exames. Estávamos afastados, A ideia de um exame tão invasivo me deixou desconfortável e eu sabia que se lhe contasse você insistiria.

-    Sim, você tem razão, eu vou insistir.

-    Este não é o caminho... Quero te dar uma chance de conduzir mas este não é o caminho...

-    E qual é o caminho? Fazermos de conta que resolvemos tudo fazendo sexo algumas vezes? Pois eu pretendo ir ao fundo de todos os nossos problemas e vou começar diminuindo o espaço entre nós. Se você não quiser, eu entendo, mas se está aqui é porque você também quer nos dar uma chance. Eu sou o seu médico, sempre fui, e vou ser enquanto estivermos casados.

Neste momento senti algumas lágrimas quentes por trás dos olhos, eu não queria chorar, não daquele jeito e não naquele momento. Encarar nossos problemas ia trazer à tona um Monte de emoções Que havíamos suprimido nos últimos anos.

-    Não quero fazer um exame agora. – Declarei.

-    Tudo bem, faremos amanhã.

-    Eu vou esquentar aquele sangue agora...

-    Eu já entro. Esme...?

-    Sim?

-    Eu vou te dar um banho depois, está bem?

-    Ok. – Concordei. – ok...

Ilha EsmèOnde histórias criam vida. Descubra agora