Ilha Esmè

9. Um novo dia

POV CARLISLE

Esme estava totalmente relaxada e jogada na cama. Eu sabia que tínhamos pouco tempo até a casa estar repleta de crianças, por isso, me aproximei dela, e dei um beijo no ombro nu dela, fazendo ela rolar na cama para me olhar.

- Que horas são, e por que você já levantou?

- Cedo. - Falei sorrindo. - Como você está se sentindo?

- Hum... não sei ainda. Não acordei. - Ela brincou. - Minha bunda dói.

Eu ri da colocação dela, mas me sentei na cama, ao lado dela, rolei ela na cama e levei as mãos para a bunda dela. Abri e olhei, querendo saber se eu tinha causado algum estrago.

- Ei... - Ela protestou rolando de volta.

Fiquei um tanto satisfeito ao ver que não havia danos aparentes, apenas algumas manchas vermelhas muito leves, lembrando que eu tinha batido nela no dia anterior.

- Como você está? Realmente...?

- Não sei... - Ela começou a pensar mais séria agora. - Uma parte de mim me diz que nos achamos... e isso é bom... outra parte de mim me diz que ainda há um longo caminho... e eu não sei em qual parte acreditar.

Concordei com ela, levando minha mão até a perna dela.

- Não sei se nos achamos... - Considerei. - Eu achei... algo novo. - Sorri para ela. - E eu gosto desse novo caminho. Gosto que depois de tantos anos... ainda conseguimos nos reinventar... achar uma Esme e um Carisle renovados.

Ela sorriu para mim, apertando minha mão de volta.

- Obrigada. - Esme falou. - Isso tudo.... Nossa realidade, só existe por causa de você.

- Não, Esme... sempre foi você. Sempre foi você. Eu não seria nada se não tivesse te achado naquela noite.

Levantei a mão dela e dei um beijo na palma daquela mão, mantendo o clima leve e gentil.

- As crianças embarcaram? - Ela quis saber.

- Oh... sim... todos os seis. - Falei enchebdo o peito de ar. - Vamos ter dias cheios.

- Hum... ainda teremos tempo para nós, tenho certeza.

- Nem que eu tenha que amarrar os seis na praia, sim, vamos ter. - Brinquei. - Que tal a gente nadar um pouco? Está disposta? Sem dor de cabeça?

- Acho que sim. - Ela concordou. - Contanto que acabe em sexo na praia...

- Não consigo pensar em nada melhor para um dia lindo como esse.

Esme levantou da cama, em um impulso único e, alegremente, foi até a penteadeira, em busca de se arrumar.

- O que está fazendo? - Perguntei. - Estamos sozinho... não precisa de nada além do que já está usando...

- Não estou usando nada. - Ela entortou a boca.

- Exatamente meu ponto.

O sorriso leve e sem graça dela foi muito espontâneo.

- Me lembre como conseguimos ficar tanto tempo com as mãos longe do outro!

- Estou me fazendo essa mesma pergunta agora mesmo! - Ri alto.

Esme esticou a mão para mim e esperou que eu pegasse a mão dela, para me conduzir até a praia. O sol estava alto, e ela estava brilhando como nunca.

Era uma visão e tanto. A mulher que amo, no melhor lugar do mundo: agora e na nossa casa.

Nos jogamos na água, como um casal de recém-casados, alegres e sorridentes, enrolados um no outro, entre beijos e apertões.

- Sorte que é impossível nos afogarmos, não é mesmo? - Esme brincou, enrolando as pernas na minha cintura.

- Sorte que eu tenho mais juízo do que você! - Brinquei. - Controle seus ânimos! Quero ver você um pouco na água antes de nos arrastarmos para a areia de novo...

Ela jogou um pouco de água no meu rosto, antes de me soltar, e colocar o corpo para flutuar de costas.

- Quando voltarmos... para Forks... podemos continuar como estamos aqui?

- Como assim? - Levantei uma sobrancelha.

- Eu gosto de você assim. Do clima que estamos...

- Se está falando de mim batendo na sua bunda... acho que podemos fazer acontecer. - Brinquei e ela jogou mais água em mim. - Claro que sim, Esme... pretendo continuar exatamente de onde estamos.

- Sabe que eu vejo Alice e Jasper como nós no futuro? Fazendo algo parecido...

- O quê?! - Eu me assustei.

- Ora... vai me dizer que não notou o jeito de Jasper...? Ele é bem... autoritário, e Alice parece gostar bastante disso. Sabe-se lá se ele já não...? - Esme fez um movimento com a mão no ar.

- JÁ O QUE? - Eu arregalei os olhos.

- Eu achei que o movimento fosse auto-explicativo. Bateu.

- BATEU EM QUEM?

- Alice. - Esme riu da minha reação. - Ora, Carlisle... eles tem uma vida entre eles, não pode achar que...

- Ah, mas não tem mesmo! - Bufei. - Eu sou o pai dos dois! Jasper nunca faria isso! Ele não perdeu o juízo.

Esme gargalhou.

- Você sabe que eles estão se lixando pro que você acha? Quando eles fecham a porta do quarto deles...

- Oh, se você me lembrar que eles fazem sexo, eu juro que vou colocar um em cada quarto e fechar com cadeado.

- Papai controlador. - Esme zombou. - Pois eu acho que já aconteceu... entre eles.

- ESME! - Eu joguei água nela. - Quer parar de me fazer pensar na minha menininha apanhando de um marmanjo?!

- O marmanjo é seu filho... e a maçã não cai longe da árvore, Senhor "vamos fazer anal".

- Esme, eu juro que se você não fechar essa boca, eu vou é te dar outros tapas! - Brinquei me fingindo de ofendido. - E além do mais... nosso maior problema vai ser Rosalie... lembre que ela está vindo doente... e Emmett já disse que ela está à flor da pele...

- Quando ela não está? - Esme respirou fundo, flutuando na água, agora com os pés para baixo. - Ela queria tanto provar que consegue se cuidar... é evidente que ela vai estar frustrada por estarmos trazendo ela para cá, e chateada por estar doente...

- Ela não tem que provar nada pra nós...

- Ela queria provar pra ela mesma, Carlisle... - Esme disse com o tom baixo. - Trazer ela para cá deve ter sido um soco no estômago dela. Teremos que ser pacientes.

- Precisamos cuidar dela, Esme.

- Só temos que lembrar... que ela é uma adolescente, e a frustração dela é válida. - Concordou comigo.

- E ela provavelmente vai esperniar e gritar do mesmo jeito... - Falei sem humor algum. - Eu entendo ela, de verdade... quem morreu como ela morreu... não desvalido nenhum sentimento ali. Só... queria que ela não sofresse tanto, toda vez que precisamos cuidar dela.

- Acho que ela sofre pelos dois: porque precisamos cuidar dela, e por ela ser incapaz de cuidar de si mesma de forma satisfatória. Toda vez que temos que intervir... é um lembrete de como ela não consegue. Isso deve doer.

Esme tinha toda razão.

- É nosso próximo desafio. Rosalie.

- É. Um que estamos adianto faz algum tempo. - Minha esposa concordou. - Pronto para o próximo furacão?

- Com você do meu lado? - Sorri. - Sempre.

Fim. (A continuação, será revisada e postada, conforme a sequência publicada no fanfiction há 12 anos atrás!)