𝘊𝘰𝘮𝘰 𝘦𝘶 𝘦𝘳𝘢 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ a última carta de amor

208 2 0
                                    

A camiseta dele está ligeiramente úmida em sua pele. Ele passa um pente pelo cabelo, liga o celular e dá uma olhada na lista de recados que surge imediatamente na telinha.
- Muito bem, preciso ir - diz ele. — Tome seu café da manhã.
- Inclina-se sobre a cama para beijá-la. Ela tem um cheiro morno, perfumado e muito sensual. Ele inala o aroma de sua nuca e, por um instante, perde o rumo dos pensamentos quando ela o envolve pelo pescoço com os braços, puxando-o para a cama.
— Ainda vamos viajar no fim de semana?
Ele se desvencilha, relutante.
— Depende do que acontecer nessa reunião. Por enquanto, tudo está meio no ar. Pode ser que eu ainda tenha de ir a Nova York. Que tal jantar num lugar bacana na quinta-feira, para compensar? Você escolhe o restaurante. - Sua jaqueta de motoqueiro está pendurada atrás da porta, ele a pega.
Ela estreita os olhos, pensativa.
- Jantar com ou sem o Sr. BlackBerry?
— Com quem?
- O Sr. BlackBerry faz com que eu me sinta uma intrusa. - Ela faz beicinho de novo. — Parece que sempre tem uma terceira pessoa
disputando sua atenção.
— Vou colocá-lo no silencioso.
— Will Traynor! - ela o repreende. - Você precisa desligar esse aparelho em algum momento.
- Na noite passada eu desliguei, não foi?
- Só sob enorme coação.
Ele sorri.
- É assim que chamamos isso agora? - Ele calça os sapatos.
E o efeito que Lissa mantinha sobre sua mente se rompe. Ele joga a jaqueta de motoqueiro no braço e lança um beijo para ela ao sair.
O BlackBerry tem vinte e duas mensagens, a primeira delas enviada de Nova York às três e quarenta e dois da manhã. Algum problema
Sobre este livro
Obter livro

legal. Will desce de elevador até o estacionamento no subsolo, tentando rememorar os acontecimentos da noite.
- Bom dia, Sr. Traynor.
O segurança sai de seu cubículo. O lugar é à prova de intempéries, embora ali não haja intempéries das quais se proteger. Às vezes, Will imagina o que o segurança faz lá embaixo, de madrugada, olhando fixamente para a televisão do circuito interno e para os para-lamas reluzentes de carros de sessenta mil libras que jamais ficam sujos.
Ele enfia os ombros na jaqueta de couro.
— Como está o tempo lá fora, Mick?
- Horrível. Está chovendo canivetes.
Will para.
- É mesmo? Não dá para ir de moto?
Mick balança a cabeça.
- Não, senhor. A menos que tenha um bote inflável. Ou esteja querendo morrer.
Will olha para a moto e tira a jaqueta. Não importa o que Lissa pense, ele não é o tipo de homem que corre riscos desnecessários. Abre o porta-capacete da moto e guarda a jaqueta lá dentro, tranca o compartimento e joga as chaves para Mick, que pega-as precisamente com uma das mãos.
— Passe por debaixo da porta do meu apartamento, pode ser?
- Sem problemas. Quer que eu chame um táxi?
— Não. Não taz sentido nós dois nos molharmos.
Mick aperta o botão do portão automático e Will sai, acenando em agradecimento. A manhã está escura e trovejante a seu redor, o trátego no centro de Londres já está intenso e lento apesar de ainda ser sete e meia. Ele levanta o colarinho em volta do pescoço e segue a passos largos pela rua até o cruzamento, onde é mais provável que consiga um táxi. As ruas estão escorregadias por causa da água, a luz cinzenta se reflete nas poças da calçada.
Will amaldiçoa intimamente outros engravatados ao enxergá-los na beira do meio-fio. Desde quando Londres inteira acorda

𝘊𝘰𝘮𝘰 𝘦𝘶 𝘦𝘳𝘢 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ a última carta de amor Onde histórias criam vida. Descubra agora