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Despertei com água fria no meu rosto, rapidamente levantei e limpei meu rosto. Aquele homem mal encarado estava abrindo a cela. Eu estava preso em uma das celas daquele castelo, já faz uma semana. Desde que aquele cachorro me salvou, me jogaram aqui.

—  Aqui sua comida! — Colocaram a bandeja no chão e empurraram, por pouco minha comida não derramou tudo.

Me sentei e comecei a comer, pois eu estava com muita fome. Era raro quando eu fazia duas refeições em um dia. Enquanto eu comia, ficava me perguntando, o que eu fiz para ser tratado dessa forma. Eu preciso sair daqui e descobri o que meu tio deve para essa fera. O problema é: Como eu vou sair daqui.

Não sei que horas era, aquele lugar era frio e assustador. Não dava para ver a luz do dia. Ao não ser pelos buracos na parede, mas não dava para ver quase nada. Pelo visto, eu não morri pelas mãos do cabeludo fumante, mas parece que meu fim será aqui.

— Hey? — Me virei e era o grandão. Koya. Me levantei e me aproximei dele. —  Precisa de alguma coisa?

— Eu preciso sair daqui. Por favor, tenha misericórdia de mim. Eu não sei para onde meu tio foi, ele também me enganou. Por favor, me tira daqui.

— É ordem da Fera. Que você fique aqui, até encontramos seu tio e o filho dele. Tem certeza que conhece nenhum lugar onde podemos encontrá-los. Assim, você sairia daí o mais rápido possível.

— Não. Eu não sei. Só sei que meu tio se metia em muita confusão. Estava sempre cochichando pelos cantos. Eu não sei de nada.

— Teve alguma pessoa que foi na sua casa, tudo pode ajudar. — Eu fiquei pensativo e lembrei de um amigo do meu primo.

— Uma pessoa, amigo do meu primo. Eu não lembro o nome dele,mas ele tem uma tatuagem no pescoço e o cabelo meio loiro.

— Como era a tatuagem? — fiquei pensativo.

— Acho que era um anjo com suas grandes, aqui na parte de trás do pescoço. — Ele assentiu.

— Certo. Vamos atrás dessa pessoa. Pensamento positivo que vai dar certo.

— Koya, se por acaso não encontrar ninguém. Promete que vai dar um jeito de me tirar daqui?

— É quase impossível fazer a Fera mudar de idéia. Então, peça a quem for que seja, para encontrar seu primo. Só assim para você sair daí.

— Vou ficar em oração!

Ele saiu e eu voltei ao meu lugar. Me sentei e pedi oração para os meus pais, que pudessem me ajudar. Fiquei alí por horas, já estava até com fome novamente e muita sede. Estava com a cabeça baixa quando eu ouvi algo. Levantei a cabeça e vi aquele cachorro branco, sentado, me olhando.

— Oi — me aproximei das grades. — Oi, Mang?

Ele se aproximou e eu passei minha mão pelo seu pelo, era tão macio. Ele me olhou e eu fiz carinho nele. Era um cachorro enorme, mas não me passava medo. Pelo contrário, eu me sentia seguro.

— Mang, me ajuda a sair daqui, por favor. Faça alguma coisa. Eu preciso sair daqui ou eu vou morrer. — Ele latiu e eu pedi para ele fazer silêncio. — Quieto ou alguém pode te encontrar aqui.

— Mang? — Eu ouvi aquela voz e me desesperei.

— Mang vai embora por favor. Mang, vá…— Eu voltei para o meu lugar e fiquei lá quietinho. O cachorro ficou lá, sentado olhando para mim.

— Mang? — A voz estava muito mais perto. É ela, é a Fera.

Fiquei olhando para Mang, foi quando ele se deitou no chão. O que ele está fazendo? Me levantei e Mang continuava do mesmo jeito, parecia até morto. Coloquei a mão na boca, em choque.

Entregue a Fera Onde histórias criam vida. Descubra agora