Dentro daquela banheira, eu me perguntava o que estava acontecendo. A atitude da Fera foi algo que eu nunca imaginaria vindo dele. Será que devo acreditar em suas palavras? Será mesmo que ele não irá mais me machucar?
Me levantei da banheira e peguei a toalha, me sequei e vesti um roupão. Olhei para a porta e respirei fundo. Lentamente me aproximei da porta e girei a maçaneta, a porta abriu e saí do banheiro. A Fera estava no quarto, perto da pequena mesa.
— Sua refeição, pode comer! — Sua voz ecoou e eu abaixei o olhar.
— Se não for incomodo, eu gostaria de comer na cozinha!
— Não. Vai comer aqui, portanto sente-se e coma! — Sua voz era firme e eu decidi obedecer.
Comi devagar, meu braço ainda doía muito quando eu levantava. Estava um pouco inchado e eu temia estar com uma contusão mais séria. A Fera estava sentado à minha frente, me encarava o tempo todo e era assustador. Pensei várias vezes em perguntar a ele, sobre suas atitudes, mas não tive coragem. Olhei mais uma vez para ele que continuava me encarando.
— Por que me olha desse jeito, estou desconfortável! — Eu disse e ele continuou do mesmo jeito.
— Vou continuar te olhando, coma tudo! — Eu olhei para o prato e tinha bastante comida.
— Eu já comi bastante! Obrigado. — Me levantei — Se me der licença, preciso colocar roupas limpas. — Ele se levantou.
— Volte ao seu trabalho e cuide de Mang.
— Pelo visto eu não tenho mais a chance de ir embora dessa casa. — Eu o encarei e ele se aproximou, me fazendo andar para trás.
— Você nunca mais sairá desta casa! — Seu olhar era frio e assustador. Engolir em seco.
— Disse que não me machucaria! — Falei com lágrimas nos olhos.
— Te dei minha palavra e vou cumprir. Agora saia do meu quarto!
— Sim, meu senhor! — Curvei minha cabeça e saí do quarto.
Voltei para aquele que é meu quarto e com muita dificuldade coloquei roupas limpas. Logo fui colocar comida para Mang. Quando voltei para o quarto, me deitei e fiquei pensando em como conseguir a confiança da Fera. Não será fácil, mas eu preciso tentar. Acredito que tentar conversar com ele seja um bom começo. Entre pensamentos acabei dormindo.
Amanheceu, coloquei a refeição da Fera numa bandeja e com dificuldade levei para o quarto dele. Bati na porta e logo recebi permissão para entrar. Assim que entrei, ele logo cobriu sua boca, deixei a bandeja sobre a mesa e decidi começar o meu plano naquele momento.
— Desejo algo mais, meu senhor? — Ele negou e eu me aproximei.
— Saia!
— Deixe-me ajudar! — Eu o olhei nos olhos e ele negou. — Por favor, meu senhor, eu sei que precisa de ajuda.
Lentamente levantei minha mão e com bastante cautela toquei sua mão e depois o pano que cobria sua boca. Nervoso, consegui afastar o pano do seu rosto e meu olhar foi em sua boca, ainda estava inflamada e deveria doer muito ao falar ou se alimentar.
— Escravo, saia! — Sua voz não saiu tão firme como das outras vezes.
— Não. Eu não vou te machucar, só me deixa cuidar de você. — Ele desviou o olhar, muito desconfortável, chegou a ficar de costas.
Fui até o banheiro e percebi que a maleta onde estava seus medicamentos estavam em cima da bancada. Peguei tudo e levei para o quarto. Deixei em cima da cama e fui até ele.

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Entregue a Fera
Hayran KurguHoseok é um jovem sonhador que se vê preso em uma situação injusta ao ser obrigado a pagar uma dívida que não é sua. Ele acaba nas mãos de Taehyung, conhecido como a Fera, um mafioso cuja reputação é temida e poderosa. Taehyung é um homem calculista...