Harry não conseguia dormir.
Depois que viu Malfoy o olhar abismado e piscar os olhos com força logo em seguida, sua vida desabou.
Ele observou Draco se levantando e indo embora sem ter coragem de olhar para trás. Observou suas costas se curvando novamente e seus olhos perderem o brilho.
O observou indo na direção oposta do corredor, andando para longe dele.
Três segundos depois, Harry começou a chorar.
Todos estão no salão comunal da Grifinória agora, e Harry está sozinho no quarto com seus pensamentos. Muito injusto. Ninguém mandou Harry ser tão apegado. Ele já está apegado. Ele...
Ele está gostando do Malfoy.
E isso é tão fodido no ponto dele entrar literalmente numa crise interna consigo mesmo, questionando tudo o que fez até hoje. Ele gosta de garotos, desde quando ele gosta de garotos?
Não que ele tivesse tempo para pensar nisso, mas descobrir a sexualidade beijando um cara que atormentou sua vida por anos é...
Bom, muito fodido.
Mas ele sabia o que estava fazendo, porque, além de tudo, quem sugeriu o beijo foi ele. Sua mente idiota e curiosa querendo saber como seria beijar alguém, como seria beija um homem, como seria beijar Malfoy. E agora esse sendo o motivo de suas noites sem dormir, pensando no quão bem Draco se sentiu na sua mão, com o quão forte ele gozou, com o quão íntimo ele gemeu.
E Harry quer chorar de frustração porque é como se estivesse terminado um relacionamento, mas ele para e pensa, nem com Ginny ele se sentiu tão mal assim.
Mas a pouca conexão que ele conseguiu com Draco já sacia todo o seu namoro com ela. Harry se sente incrivelmente confuso. E triste. E culpado. E mais mil merdas que assolam ele agora. Mas ele não se arrepende, isso com certeza não. Esse também é o único pensamento que o faz sorrir às vezes.
Ele não mentiu quando disse que era puro egoísmo, Potter tinha literalmente zero experiência além de beijos, ter masturbado Malfoy foi sua primeira relação sexual. Talvez ele esteja pensando demais em como Draco sussurrou seu nome enquanto gozava na mão dele. Não um Potter, mas sim um Harry. Ele gemeu o nome de Harry e esse é o único som que percorre por sua mente atualmente.
Relacionar-se com um inimigo mortal é quase piada, Harry sorri um pouco consigo mesmo. Por que isso só acontece com ele?
Ele reflete um pouco mais consigo, nesses últimos dias ele vem fazendo muito isso. Três dias em que ele terminou de vez, três dias em que poderia ter beijado Malfoy ou até mesmo tê-lo feito gozar de novo. Harry pensa muito nisso.
Ele se vira na cama, seu cabelo esvoaçando em seu rosto.
Não tem o porquê continuar nessa. As pessoas, lembre-se das pessoas.
Mas a opinião delas não importa, certo? Ele pode ignorar os olhares, contanto que a mão de Malfoy estivesse na dele — sim, sessão ridiculamente carente — transmitindo todo o seu afeto.
Foram, literalmente, três ficadas. Você é idiota?
— Harry?
Potter se vira na direção da voz, que residia na porta do quarto. Um Rony sorridente e com cabelos bagunçados entrando e pegando um moletom que estava numa cadeira.
Ele se vira para Harry, suas sobrancelhas foram franzindo ao perceber sua expressão fechada. Harry tenta disfarçar com um sorriso, dando um bocejo super falso logo em seguida, Rony revirando os olhos.
— O que aconteceu?
Harry quase chora e desaba com essa pergunta. Ele tenta controlar o rosto impassível na esperança de que sua voz saia normalmente.

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Wish ~ Drarry
Fanfiction"Ele se virou casualmente e suspendeu as sobrancelhas quando viu quem o observava. Harry percebeu os cabelos platinados caídos sobre o rosto, o que é totalmente incomum. Percebeu sua postura ainda caída também, mas a expressão limpa, como se não des...