Melissa havia acabado de sair do quarto, havia recebido alta, mas ela assegurou que ainda iria me observar de longe, já que o acônito amarelo tem uma reação em lobisomens, mas ainda duvidava de como seria para um Tribrída incompleta como eu.
Essa situação estava me deixando estressada, já que seria monitorada por todos da Pack, parecia que não poderia me cuidar com tudo o que ouviram falar. Alan Deaton, era o nome para todo esse cuidado. O veterinário não sabia como reagiria em meu corpo, e ainda sim não sabíamos se era apenas o acônito amarelo, poderia conter outra substância.
A porta é aberta vagamente por Liam, este que andava em minha direção com cautela.
Me sentia culpada pelo que aconteceu, e sei que não poderia reverter o que aconteceu. Eu nem sabia o seu estado nem nada, ninguém quis me contar como ele reagiu, ou o que ele fez. A vergonha era outro sentimento que me tomava por dentro.
–– Oi... - sua voz era robotizada. Dava para ver e sentir que nenhum dos dois sabiam como conversar um com o outro.
–– Desculpa... - me exitei em virar para olhar em seus olhos. - eu.... meu Deus, isso é pior do que imaginei - suspirei frustada.
–– Você não teve culpa, sabe disso - ele Deus mais um passo em minha direção, assim pegando em minhas mãos, fazendo carinho em meu dorso. - quando estiver pronta, quero que me conte o que aconteceu - ele estava evitando tocar no assunto, mas ainda preocupado.
–– Você com certeza irá saber na hora certa - forço um sorriso, meus olhos estavam lacrimejando e eu tentava fazer de tudo para esconder a frustração que eu sentia e estava a ponto de transbordar.
–– Ei - ele levanta meu rosto com um dedo delicadamente, observando a lágrima teimosa que caia em minha face - Não precisamos ficar assim, eu estou bem, você... está bem, e isso é o importante agora, Lyssa... eu nunca irei te odiar por isso
–– Foi tudo culpa minha, eu me descontrolei. Eu causei isso tudo, me desculpa - lágrimas agora caiam freneticamente em minha face.
–– shii - ele me surpreendeu com um abraço enquanto afogava seus dedos em meus cabelos fazendo carinho em meus fios.
Sentir as lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto me aninhava em seus braços era indescritível. Seu abraço era firme e reconfortante, ele não dizia nada, apenas me segurava enquanto eu desabava. Não era preciso palavras, apenas de saber que ele estava ali, oferecendo um porto seguro em meio a tempestade que eu me encontrava.
–– eu vou ter que cortar o clima.... - sua voz era calma enquanto coçava a cabeça sem graça, me recompus limpando as lágrimas que ainda estava em meu rosto.
–– sem problemas - sorri fraco pegando minha bolsa e enquanto indo em direção à porta - Obrigada... por tudo - Liam me abraça de lado enquanto depositava um beijo em minha testa da forma mais carinhosa possível.
–– Eu sempre estarei aqui por você, eu nunca desistiria de você. Isso é uma promessa. - Um sorriso de alívio surgiu em meu rosto, como se um grande peso tivesse sido tirado de seus ombros.
–– Eu sempre estarei aqui por você Liam, nunca iremos desistir um do outro, promete? - levanto meu dedinho esperando sua promessa. Ele sorri timidamente, mas então enrosca seu dedinho ao meu fazendo o típico pacto que todos um dia já fizemos.
–– Eu prometo.
[...]
Adentrando a delegacia vejo tudo correr em câmera lenta, encontro Lydia no chão, com Kira ao seu lado segurando um sangramento em sua cintura.
Corro rapidamente até Lydia e Kira me jogando no chão, meu primeiro instinto é tirar sua dor.
Pego a mão da mesma a fim de tirar sua dor, mas nada acontece. Me sinto desapontada comigo mesma, tomo o lugar de Kira para a mesma descansar. Eu tentava a todo minuto ser forte, não deixar transparecer o quão melancólica eu estava.
Me sentia inútil.
Lydia suava frio enquanto tentava conter seus gemidos mordendo seus lábios, olhava seu sangue em minhas mãos sem poder fazer nada. Eu estava sendo inútil naquele momento.
Fraca.
Eu me sentia fraca por não poder fazer uma coisa simples. Impotente de cuidar de uma pessoa que amo.
–– Alyssa... - uma voz me chamada com ponderação - Alyssa deixa eu ajuda-lá.
–– ALYSSA, PORRA - stiles estava parado no portal da sala com as mãos em suas cabeça, aflito.
–– de que adiante gritar,Stiles. Só piora a situação - Theo era grosso e autoritário ao mesmo tempo enquanto olhava para o meu estado.
–– Alyssa... - Kira coloca a mão em meu braço acariciando o mesmo- deixe Theo ajuda-lá. - a mesma me afastava de Lydia e eu via Theo tomar frente da situação enquanto prendia um cinto ao redor de sua cintura
–– AI MEU DEUS, LYDIA - pude escutar a voz embriagada da senhora Martin e seus saltos estridentes batendo contra o chão enquanto corria até sua filha colocando a cabeça da ruiva em seu colo.
–– senhora Martin... - digo com relutância mas a mesma me ignora, bufo frustada.
Meu tórax subia e descia rapidamente, eu estava me descontrolando, minha visão estava turva, minha respiração desregulada, meu coração parecia sair pela minha boca. Kira via meu estado, mas não fazia nada por não saber como reagir.
Comecei a andar em direção à porta da delegacia, não conseguia enxergar nada, nem ninguém, meus sentidos estavam descontrolados.
–– Alyssa - aquela voz fez minha espinha arrepiar - Alyssa - a voz ficava cada vez mais perto, eu olhava para os lados sem saber de onde vinha ou de quem era. Porra eu estava tremendo.
–– Alyssa, olha pra mim - me assustei ao sentir mãos em mim, uma estava controlando minha cintura e a outra estava em meu rosto. - preciso que respire e inspire, por favor - sua voz era dócil.
Eu tentava fazer o que a pessoa irreconhecível me manuseava a fazer, mas falho não segunda tentativa.
–– crise de pânico - foi a única coisa que consegui dizer antes de cair no chão juntamente a aquela pessoa que tentava me ajudar.
Minha respiração ainda estava desregulada, ele me contia em seus braços sem saber o que fazer, eu podia escutar seu coração, ele estava acelerado, sua respiração estava se descontrolando.
No instante em que nossos lábios se encontraram, uma onda de tranquilidade me invadiu. A cada segundo, a intensidade da crise diminuía. A respiração acelerada começou a se normalizar, o coração a desacelerar e a mente a clarear. Era como se aquele beijo fosse um portal para um lugar seguro, um refúgio onde meus medos se dissipavam. Era como se ele me dissesse, sem palavras, que tudo ficaria bem.
Minha consciência foi tomada e eu percebi que era ele.
Theo Reaken era o motivo de tudo isso ter acabado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗖𝗛𝗢𝗜𝗦𝗘𝗦 ᵗʰᵉᵒ ʳᵉᵃᵏᵉⁿ
FanfictionAlyssa Branson sempre soube que era adotada, mas sua mãe adotiva, Lexie Branson, nunca a escondeu do mundo sobrenatural, por ser uma e viver neste meio. Alyssa descobre sua verdadeira natureza como uma tribrida, um ser muito poderoso que agora luta...