Namorado Por Contrato | Jikook

Tempo de Agir.

O corredor do hospital parecia interminável enquanto Jimin caminhava de um lado para o outro, aguardando ansiosamente a chegada do médico responsável. Seu coração batia acelerado, e a preocupação estava estampada em seu rosto. A rebaixa da mulher não podia ser uma simples coincidência, algo de mais grave estava acontecendo. Todas as possibilidades assombravam o menor. Em meio a toda sua preocupação, a mulher descansava enquanto a enfermeira a medicava com cuidado.

Mesmo depois da conversa que os três tiveram no quarto e de sua tia se desenvolver bem, dava para perceber que ela estava fadigada, com dor. Jimin ficava atento a cada pequena nuance, então nada passava despercebido.

Inacreditavelmente, Jungkook permanecia ao seu lado, tal sabendo que não havia muito que pudesse dizer ou fazer para amenizar a agonia de Jimin, mas estava decidido a estar ali como apoio silencioso.

— Vai acabar abrindo um buraco nesse corredor. — ditou o tatuado, quebrando o silêncio. — Você está se torturando, Jimin, se acalme, por hora deveríamos comer alguma coisa. — pediu, se aproximando do Park, este que apenas negou bruscamente.

— Me acalmar? Como posso me acalmar, Jungkook!? — questionou, o tom de voz um pouco mais alto e nervoso. — Você não entende... O médico só me deu três meses. Três. O que eu faço com três meses, hum? — engoliu em seco, passando a mão por seus fios. — Me diz! O que faria sabendo que alguém que você ama pode morrer em menos de um ano? Em menos de seis meses!?

— Jimin, eu entendo-

— Não, você não entende. — interrompeu Jimin, apontando o dedo em sua direção, chocando-o contra seu peito com força. — Você não faz ideia do que eu estou sentindo. Não tente me convencer do contrário. — a raiva se transformou em tristeza, e ele comprimiu os lábios para conter o choro — Eu não vou conseguir... Não posso ver ela morrendo, Jungkook. — declarou, derramando lágrimas ao que as pernas vacilaram.

Apesar de toda a exaltação do rapaz, Jeon não conseguiu sentir nada mais que compaixão e não demorou a passar os braços em volta do corpo frágil, abraçando-o e o impedindo de cair. Jimin o agarrou, retribuindo o gesto e chorando silenciosamente contra o ombro do maior. Sentindo toda a dor e angústia que o mais velho estava passando naquele momento, o tatuado sabia que não havia palavras que pudessem aliviar aquele peso.

Apenas permaneceu ali, abraçando Jimin com força, oferecendo-lhe seu ombro para chorar. Então, depois de alguns minutos, que pareceram uma eternidade, as lágrimas de Jimin foram diminuindo, e aos poucos a calmaria foi o tomando. O apoio de Jeon foi grande motivador para sua mente descansar. Quando finalmente se afastaram do abraço, limpou delicadamente os olhos úmidos e encarou o outro com um misto de gratidão e constrangimento. Sentia-se vulnerável por ter desabafado suas frustrações e medos, mas ao mesmo tempo, estava grato por sua presença.

— Me desculpa... — disse ele, sua voz embargada pela emoção. As lágrimas começaram a surgir em seus olhos novamente enquanto lutava para encontrar as palavras certas. — Não era minha intenção jogar tudo isso em você. Eu sei que você não tem culpa de nada disso, e eu me sinto terrivelmente mal por ter dito tudo isso dessa forma.

Lentamente, abaixou a cabeça, incapaz de encarar o olhar compassivo da outra pessoa à sua frente. Seu nariz ficou vermelho devido ao choro contido, e ele tentou controlar as emoções que o invadiam.

As palavras presas em sua garganta eram um misto de arrependimento e gratidão por ter alguém disposto a ouvir suas angústias. Afinal, compartilhar suas preocupações com alguém significava que não precisava enfrentar tudo sozinho. Só não sabia se Jungkook era a pessoa certa para despejar as inseguranças que lhe deixavam constantemente aflito, ainda mais quando nem mesmo tinham qualquer tipo de relação, além do contrato estabelecido a alguns dias.