Vivências - Livro 1

Belzebu - Revisado

No saguão do hotel, a tensão pairava enquanto todos cercavam o Oni. O ambiente silencioso contrastava com a calma do suspeito, que observava impassível seus perseguidores. O homem, em meio à intriga, examina os arredores, percebendo a ausência da dona do hotel e dos demais. O local, agora desprovido da presença de hóspedes e funcionários, criava um cenário ainda mais surreal para o confronto iminente. As sombras dançavam nas paredes, ampliando a sensação de suspense que envolvia aquele momento tenso. Cada olhar trocado entre os personagens carregava a expectativa do que estava por vir, enquanto o Oni permanecia como o epicentro desse enigma, silencioso e enigmático.

De forma coordenada, dois dos tengus avançam velozmente com suas espadas, visando cortar na altura da barriga do Oni. No entanto, o suspeito surpreende a todos ao realizar um salto extraordinário, agarrando-se habilmente no lustre do hotel. Com destreza, ele se balança e se projeta para o topo da escada principal, onde para abruptamente, fixando-se em uma postura imponente. Seu movimento ágil e aterrissagem estratégica adicionam uma camada de mistério à cena, enquanto ele observa calmamente a reação dos perseguidores. O silêncio tenso é quebrado apenas pelo sutil rangido do lustre ainda oscilando.

O Oni, em meio à ação, revela sua ponderação. - Quatro Tengus, seguidores do Deus da Lua... Mas esses quatro ali? Não consigo identificar - Murmura ele, mergulhando em pensamentos enquanto a incerteza paira sobre a origem e intenções dos personagens desconhecidos.

Em um movimento veloz, o espadachim surge por trás do homem, empunhando sua espada, pronto para cortar a cabeça do Oni. Contudo, o suspeito reage surpreendentemente, defendendo-se com mãos que se mostram inesperadamente sólidas como pedra. Um soco poderoso é desferido contra o homem, projetando-o violentamente contra a parede do lado oposto. Diante do ataque bem-sucedido, o Oni aproveita a oportunidade para escapar, correndo pelos corredores do hotel, com os Tengus em sua perseguição implacável.

Michael prontamente se aproxima para ajudar o espadachim que jazia caído após o impacto do soco. Com cuidado, o homem se ergue, revelando a mão visivelmente machucada devido à resistência ao golpe, usado como um escudo improvisado para atenuar o impacto antes de ser arremessado.

- Não se preocupe, eu não sinto dor. Sou apenas uma alma sem corpo físico... Isso é apenas a manifestação da minha aparência da vida passada - Declara o espadachim, revelando uma natureza intrigante por trás de sua existência.

Lúcifer permanece imóvel, observando a situação, enquanto Ananiel exibe um semblante alegre diante dos acontecimentos. O chefe dos demônios direciona seu olhar para ela, advertindo-a a não se empolgar demais, antes de se afastar e seguir em direção à cozinha.

- Onde você vai, Lúcifer? - Pergunta Ananiel, demonstrando curiosidade em relação aos movimentos do chefe dos demônios.

- Eu vou fazer um café, - Responde Lúcifer, revelando sua intenção de se afastar da situação. Ele comenta sobre não se intrometer na "lutinha de criança" entre os outros personagens. Essa atitude descontraída do chefe dos demônios adiciona um toque de ironia à cena, sugerindo que ele percebe a disputa entre os outros como algo trivial em comparação com suas próprias preocupações ou planos.

Ananiel segue Lúcifer até o cômodo, enquanto Driel observa a cena com um leve nervosismo diante do comportamento peculiar de lúcifer.

- Parece que o chefe está ocupado... o que eu devo fazer? - Pergunta Driel para Michael, buscando orientação diante da aparente falta de interesse de Lúcifer nos eventos atuais.

- Saia daqui, vá para ao lado de Marya. Muitas pessoas estão lá fora curiosas. Tome conta da situação, - Instrui Michael a Driel, indicando uma responsabilidade específica diante da crescente curiosidade das pessoas do lado de fora.