Chapter 30

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Já era manhã quando Tony acordou pela décima vez e decidiu que não poderia mais tentar voltar a dormir. Ele simplesmente não conseguiria e já era tarde para isso.

Quando foi a última vez que se sentiu assim? Quando foi a última vez que os pesadelos o impossibilitaram de fechar os olhos e dormir tranquilamente?

Ainda de olhos fechados conseguia sentir seu pequeno esparramado sobre si em uma posição não humanamente possível, não era desconfortável.

Bom, talvez fosse. Mas até mesmo desse jeito ele conseguia se sentir um pouco confortável, principalmente com seu pequeno dormindo tranquilamente e seguro.

Guiou sua mão até os cabelos do pequeno e começou a movimentar seus dedos calma e carinhosamente.

— Já acordado? — A voz de Stephen soou rouca e preguiçosa contra os seus cabelos.

Quando foram dormir entraram em um consenso de deixar Peter dormir no meio, mas de alguma forma o pequeno se movimentou tanto que acabou indo para a beira da cama com a metade inferior do corpo sobre Tony.

— Sim... — Disse Tony, soltando um suspiro entrecortado, sentindo os braços de Stephen apertando ainda mais sua cintura.

— Você não dormiu muito, não é? Eu senti você acordando o tempo todo.

— Eu não quis te acordar. — Sua voz saiu como um pedido de desculpas.

— Esse não é o problema, você deveria ter me acordado. — Tony finalmente abriu os olhos ao sentir Stephen se movendo — Você já está bem para falar? — Questionou se apoiando no cotovelo.

— Isso é você sendo gentil ou você sendo curioso?

— Isso sou eu me preocupando com meu namorado. Eu te deixei sozinho por uma hora e quando volto você está machucado! — Stephen voltou a deixar seu corpo cair na cama — Não quero te pressionar, não é isso que estou tentando fazer. Se você ainda não quiser falar, tudo bem. Eu só estou preocupado. Falamos sobre isso quando se sentir melhor. — Tony se moveu lentamente, puxando seu corpo para cima, mas sem tirar o corpo do pequeno sobre si.

— Eu estava no banho quando a caixa de som explodiu... não de forma literal, o som. A música que estava tocando era "Every breath you take". Você conhece a letra? É estranho, mas aquilo soou como um aviso, eu não sei. Eu fiquei com tanto medo. Eu sei que não faz sentido.

— Fez para você. Naquela situação... porra. Eu devia ter te escutado. Principalmente dado o fato de você estar realmente sendo perseguido.

— Eu estou?

— O quê? — Stephen o olhou sem entender.

— Não fui eu quem fez o curativo, Stephen.

Tony ficou um bom tempo chorando, estava tão confuso. Tony está fugindo desde que pode se lembrar, mas a cada dia que passa ele se pergunta: De quem ele realmente está fugindo?

Às vezes memórias soltas vem à tona e elas não coincidem com nada em sua vida... ele já pensou que poderiam ser apenas criações ou distorções do que realmente aconteceu. O que faz muito mais sentido, visto que todos ao seu redor, como Bruce por exemplo, o lembram diariamente de quais são as verdadeiras.

Conhecer pessoas que fizeram parte do seu passado o ajuda a manter a pouca sanidade que ele ainda possui.

No geral, ele tenta não pensar em sua vida antiga e tenta focar no que tem agora, que é o que realmente importa.

E no caso, o que realmente importa no momento é arrumar o som do Bruce.

Tony limpou seu rosto de forma brusca e se levantou, indo até o som o olhando com calma, cheirava a queimado.

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