Chapter 34

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Anthony Edward Stark percebeu tarde demais o que significava ser corajoso a essa altura do campeonato.

Mais de 4 anos fugindo de sabe se lá quem, para no fim, colocar tudo em risco por causa de seu ciúmes estúpido e porque achou que podia bater de frente com aquela mulher. Sim, isso só pode ser coisa daquela mulher, não havia outra explicação.

Até pouco tempo atrás ele tinha certeza de que era Steve quem estava atrás dele, mas nesse exato momento ele não tem certeza de mais nada, afinal Steve nunca o machucaria e ele simplesmente não consegue colocar isso numa equação, porque apesar do que todos dizem e fazem, ele não consegue imaginar Steve, seu Steve, fazendo aquilo.

Sim, ele tinha certeza disso e até mesmo disse isso a Stephen... porra, ele contou a Stephen com tanta certeza, mas agora está tão confuso. O Steve de antes das lembranças passarem a se tornar tão confusas com certeza faria aquilo, mas as novas? As que passou a ter depois que se mudou para aquela cidade escondida e longe de todos que conheceu em sua antiga vida e principalmente passou a se sentir seguro com sua nova família... esse Steve nunca levantaria a mão para si, porque ele não fez isso nem mesmo quando ele beijou James, ele não fez isso quando ele...

Porra, aquilo realmente aconteceu?

Bom, não importa mais, porque agora ele estragou tudo e mesmo passando anos sendo cauteloso, na única vez que ele achou que não seria ruim se impôr ele colocou sua família em perigo.

E o pior é que ele nem fez isso porque estava em perigo, ele fez isso por puro ciúmes... foi estúpido se impôr para aquela mulher que obviamente sabia muito mais dele do que deixava transparecer.

— Tony! — Ele escutou seu nome sendo chamado ao longe, mas se viu paralisado, simplesmente não conseguia se mover — Tony, amor! Acorda! Estou aqui, bem na sua frente. Temos que sair daqui, rápido! Me dê o Peter, por favor.

Ah, sim... é isso que está acontecendo aqui.

Tony finalmente saiu de seu torpor ao escutar o nome de seu filho que está em seus braços, o rostinho afundando em seu pescoço enquanto dava pequenas tosses.

— Leva ele, Stephen! — Pediu Tony, se esforçando para tirá-lo de seus braços — Leva ele lá pra baixo eu-

— Tony, pelo amor! O que você está dizendo? Olhe ao redor... a casa está pegando fogo! Vem, Tony... — Ele segurou sua mão e tentou o puxar sem sucesso — Amor, vem comigo, por favor... eu sei que você está em estado de choque, mas precisamo-

— Eu não estou em estado de choque. — O interrompeu, porque ele realmente não estava, não era aquilo que o impedia de sair e apesar de ser a situação mais assustadora em anos, ele não conseguiria sair dali. Seu coração estava disparado e olhar para Stephen estava causando coisas em seu interior, porque ele queria seguir Stephen e sair com ele e seu filho, mas não podia, mesmo que isso coloque sua vida em perigo de forma egoísta — Eu sei o que está acontecendo aqui, é por isso que eu estou te pedindo, por favor, leve o Peter... eu preciso pegar algo- — Tony estava implorando e quase sem fôlego por Stephen ainda estar ali com Peter, seu pequeno chorando e sem entender porque foi acordado no meio da noite às pressas.

— Tony, não temos tempo-

— Exatamente, não temos... mas eu preciso daquilo, Stephen. Eu não sei porquê, mas preciso. — Stephen suspirou, mas assentiu pegando Peter de seu colo, ele não se moveu depois daquilo e Tony percebeu o porquê, ele não queria deixar ele ali.

— Eu te ajudo, onde-

— Não, Stephen... Peter já inalou muita fumaça, ele teve problemas quando bebê, lembra? — Tony segurou o rosto de Stephen e tentou dar um sorriso, o que não surtiu efeito ao ver os olhos marejados de Stephen — Vai ser rápido, eu juro... leve ele, eu alcanço vocês.

— Não é assim que as pessoas morrem em filmes? Ficando para trás em incêndios?

— Pessoas normais, eu não sou uma pessoa normal, lembra?

— Eu nunca acreditei no que disse. — Tony sorriu — Por que isso parece uma despedida? — Tony limpou a lágrima que escorreu dos olhos de Stephen.

— Isso não é uma despedida, juro que não vou morrer e juro por deus que se eu encontrar quem fez isso-

— Não seja sexy quando parece uma despedida. — Stephen interrompeu em uma tentativa falha de brincadeira.

— Isso não é uma despedida. — Enfatizou — Agora, por favor, leve ele enquanto o fogo ainda não chegou longe. Eu diria que te amo, mas você já sabe disso e eu vou deixar para dizer quando nos vermos.

— Eu te-

— Quando nos vermos e estivermos seguros. — Stephen assentiu e apertou Peter, que começava a ofegar, contra seu corpo. Ele não queria deixar Tony, mas ele aparentemente não queria se mover e Stephen precisava deixar Peter em segurança. Talvez ele conseguisse deixar o pequeno lá fora e buscar Tony em seguida se ele não chegasse a tempo.

Seus passos começaram ansiosos e travados, mas logo se forçou a andar rapido, precisava deixar seu filho em segurança. Seja lá o que Tony fosse fazer, ele sabia se cuidar e já tinha passado por muito e saído vivo, o fogo tinha começado em vários lugares diferentes e tinha se alastrado, mas Tony sairia dessa. Ele precisava.

Tony esperou que Stephen apressasse os passos e sumisse de vista, para correr até o quarto de Peter, o fogo já tinha chegado ali, mas não estava tão grande quanto o restante.

O fogo chegou em picos diferentes, começou pelo seu quarto e de Stephen no andar de cima e se eles estivessem lá, ele teria ouvido e sentido desde o começo, mas o pequeno tinha chorado na noite anterior porque estava com dor e decidiram dormir com ele em seu quarto, então quando o fogo chegou e a fumaça invadiu o quarto de Peter, o fogo já tinha pegado grande parte do piso inferior, isso se a fumaça servisse de indicação.

Eles foram rápidos em levantar, mas ainda assim demoraram a acordar, Tony se sentiu estranho por não ter percebido, ele nunca teria deixado isso passar, mas ele simplesmente não acordou e quando o fez, se viu parado em frente à porta de Peter, com ele nos braço e sem conseguir se mover, como se estivesse esquecendo de algo importante.

E isso nos leva ao começo, Tony tem certeza de que isso tem a ver com a mulher que os visitou há alguns dias... qual é, tinha que ser ela, por que se não fosse, quem seria?

Ela claramente sabia quem ele era. O que ele ainda não sabe, é quem a mandou, porque ela não teria motivos reais para fazer aquilo, ele nem a conhecia!

Tony não precisou se esforçar para achar o que queria, estava ali, à mostra, na decoração da mesinha de cabeceira ao lado da cama, ele parou em frente a ela e se pegou olhando para a foto da Donna com Peter — Peter passou a deixar aparente depois de uma conversa sincera de como Stephen se sentia, embora no fundo Tony ache que ele só faz isso por Stephen — ao olhar a foto ele teve certeza de algo, ele estava cansado dessa merda e ele destruiria quem está atrás dele independente de quem fosse.

Foi quando ele pegou o que tinha que pegar na cabeceira e teve certeza do que faria quando ele ouviu um estrondo no andar de baixo, abaixo de seu pés. Ah, ele sabia o que ficava ali, os bujões de gás de cozinha.

A coisa aconteceu rápido e ele tentou correr, sentindo o piso tremer e prestes a ceder aos seus pés, foi quando tudo ficou escuro.

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