Chapter 36

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Tony não sabe quanto tempo ficou desacordado ou o motivo disso, mas ele sabia que tinha sido por um tempo considerável, porque a pessoa acima dele, a qual o segurava, tentava falar consigo com muita exasperação e desespero na voz. Isso e ele mal conseguia entender o que ela falava claramente.

Dizem que o máximo que uma pessoa pode ficar sem respirar sem causar sérios problemas neurológicos devido a falta de fluxo sanguíneo é de  são 5 minutos... não que uma pessoa que fique menos que isso não possa tê-los, mas a probabilidade era menor.

Quando Tony voltou à vida, se é que se pode chamar assim, todas as suas memórias se fizerem presentes e claras junto com o fôlego da vida.

Há também aqueles que dizem que quando você morre, sua consciência continua por um tempo, mesmo que seu corpo não esteja mais funcionando adequadamente. Tony pôde comprovar isso; quando tudo era escuridão, as lembranças começaram a atingí-lo, ao mesmo tempo que as vozes do exterior o pediam para viver.

Uma voz em específico se sobressaía e mesmo quando todas elas se calaram, quando perderam as esperanças, aquela lhe fez querer voltar. Tão profunda e sentimental.

— Você não o conhece como eu, eu o vi crescer, ele é o homem mais forte que já conheci... Tony, por favor. Volta para mim. Nós ainda temos uma associação para despedaçar... temos que terminar o que começamos. — A voz era sussurrada como se não quisesse que outros o ouvissem, distante mas convicta.

O que foi que começamos? — Tony se perguntou naquele mar de escuridão, era como se ele estivesse se afogando. Sua consciência ficando por um fio e nublada.

— Eu preciso de você... eu te amo, Tony. Sem você eu não consigo, nós não conseguiremos destruir a — Sua mente demorou a processar o que era, mas no fim, o resto da frase lhe veio — ##### sem você. — Não era a voz de Stephen, ele a distinguiu. De quem era voz?

Ele demorou a entender, mas finalmente o fez, ele se lembrou do motivo de ter fugido.

— Eu me lembrei, James. — Foram as palavras que saíram de sua boca ao abrir os olhos. Seu olhos azuis como o mar profundo encarando aqueles olhos azuis frios como o inverno mais gelado.

Tony tossiu, recuperando o fôlego que lhe foi tirado e dissipando o ofegar pela fumaça engolida, seu corpo foi envolto pelos braços fortes de James, o homem com quem cresceu e que por muito acreditou estar morto.

— Ah, graças a deus! — Falou o homem mais velho com claro alívio. Tony afundou o rosto na curvatura do ombro do soldado, sentindo aquele cheiro que há muito não sentia. Logo sua atenção foi tomada pelas pessoas que estavam ao redor, seu foco foi todo em Stephen que o olhava como se quisesse se aproximar, algo nele sabia que James não tinha deixado Stephen chegar perto. O soldado o estraçalharia se Stephen tentasse e ele agradeceu por Stephen estar bem, sua visão logo procurou por Peter, que parecia estar sendo atendido por Bruce.

Quando ele voltou?

— Deus não tem nada a ver com isso, James. São apenas os humanos. — De alguma forma, o homem mais velho sabia do que se tratava e sabia o que teria que fazer a seguir. Continuar com o que começaram.

Tony fez o que devia ser feito, agiu como o Tony criado pela Shield deveria agir.

Mas bem, ele não era mais um homem que foi criado pela Shield.

— Por que arriscaria sua vida por esse brinquedo? — Foi o que Stephen perguntou, quando Tony se levantou, ele fez menção de se aproximar, ver se Tony estava bem, mas recebeu um rosnado como resposta. Ele parou.

No momento em que Tony foi atrás do brinquedo, ele não sabia o porquê de querer tanto salvar aquilo, mas sabia que tinha que salvar.

Quando ele acordou, ele soube o porquê.

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