12° capítulo

56 7 18
                                    

Corro para o banheiro apressada e trato logo de tomar um banho rápido e com cuidado para não molhar o cabelo, pois não tenho tempo para o secar agora.

Logo após o meu banho, escolho uma roupa simples e confortável e acabo por completá-la com um tênis.

Quando estava pronta para sair, passo os olhos pelo relógio e percebo que já são duas da tarde.

Exatamente o horário de almoço na empresa, então sei que se eu for agora vou ter que esperar.

Então, por saber que ainda não tomei o meu desjejum, acabo por esquentar a comida que estava guardada na geladeira para comer.

Enquanto como, penso e repenso milhares de vezes a minha decisão.

E toda vez que encontro um motivo para desistir, aquela famosa vozinha que todos nós temos vem me chamando de egoísta e tudo mais.

Eu sei que a minha decisão pode vir a ter enormes consequências, mas vou ter que arriscar. Não posso deixar meu pai morrer. Nessas horas, qualquer mal ou qualquer coisa errada é justificada, certo?

Ao mesmo tempo que a minha mente me repreende por pensar em desistir, ela também me condena por estar indo contra tudo que aprendi em minha infância com o meu pai.

É como se ainda pudesse ouvi-lo dizer:
–"Por favor, Laura, não importa em que situações você esteja, nunca, mas me ouça bem, nunca deves fazer coisas desonradas ou desonestas pelo simples fato de ser o mais fácil no momento. Para tudo, há uma solução. Pode não ser a mais fácil e nem a mais rápida, porém é crucial que ela seja a que te deixa com a consciência tranquila. Que seja aquela que em momento algum te deixe temerosa com o que pode vir a acontecer."–

Meu pai sempre foi um homem muito religioso, que preserva a Deus, a família e a honra acima de tudo. Sei que se ele estivesse aqui, decerto que iria me recriminar por minha decisão.

Acabo deixando um pouco de comida no prato, pego minha bolsa e saio de casa, pois sei que se eu ficar mais um minuto me lembrando do meu pai, vou entrar num choro copioso. Irei pensar melhor na minha decisão e irei desistir, e isso não pode acontecer. Prefiro o meu pai me julgando por minhas decisões estando vivo do que me congratulando já morto.

Assim que chego no andar de baixo, vejo um táxi e o paro, dando a localização.

Esse não é o tipo de luxo que costumo me dar, mas ir para o ponto e esperar o ônibus agora é só mais tempo livre para pensar. Tudo o que não preciso.

Termino de pagar o táxi, desço e entro o mais depressa possível na empresa. Consigo sentir vários olhos curiosos na minha direção, talvez porque eles tenham sido avisados de que eu estaria de folga hoje devido ao que aconteceu ontem. Ou talvez pelos meus olhos inchados, mas não me prendo muito a isso. Chego no elevador quase correndo e logo aperto o botão para o 14º andar.

Assim que o elevador para e a porta se abre, corro para a sala do meu chefe e nem ao menos me dou ao trabalho de bater, simplesmente a abro e entro, atraindo o olhar do meu chefe para mim.

Percebo que ele vai perguntar a qualquer momento o que significa isso, mas não lhe dou tempo para nada. Nem de pensar, quem dirá de falar.

–Eu aceito. Eu aceito me casar com o senhor.–


________________________________________________________

🥰 Espero que gostem 🥰

Doce amargura Onde histórias criam vida. Descubra agora