O Sonho | Rodrigo Gomes

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Beatriz Silva Pinho

Acordo sobressaltada, mais uma vez!

- Outra vez aquele sonho? - Clara a minha colega de quarto, pergunta, esfrego os olhos para acordar, e afirmo. -  Mas que sonho é esse? - Pergunta curiosa.

- Não sei! - digo frustrada e a cair na cama novamente. - O sonho é sempre diferente, mas o rapaz é sempre o mesmo, encontro-me com ele de uma maneira ou de outra. Não consigo ver bem as suas feições, mas é um rapaz mereno, olhos escuros.

- Isso é metade da população portuguesa! - Mando-lhe uma almofada a cara.  - Estou apenas a dizer! - diz. - Vou sair com o Afonso, tens a certeza que não queres vir? - Afirmo. - Estares sempre na cama faz-te mal Bia. - diz a arranjar o cabelo loiro.

- Clara, eu adoro-te, mas estou de férias. Preciso de dormir.

- E de vês em quando sair! - diz.

- Para a próxima vou sair contigo! - digo e ela sorriu.

- Sim, foi o que disseste das últimas 20 vezes que já saí está semana! - diz a rir. - Mas tu é que sabes, beijinhos até logo! - diz e saiu a fechar a porta atrás dela.

Fiquei a pensar outra vez naquele sonho, a Clara gostava sempre de ouvir-me relatar os meus sonhos, diz que dariam ótimos filmes, e se pudesse escreveria todos os sonhos que tenho, mas aquele sonho em específico atazanava a minha vida há um mês, não sonhava com mais nada senão aquele rapaz moreno de olhos escuros. Começava a pensar que quando perdia a consciência durante a noite o meu cérebro ressuscitava-o, e quando estava prestes a ver melhor acordava. Quando voltava a dormir nunca mais naquela noite me lembrava dele.

Era tão estranho, muitas vezes parecia real, os passeios, os encontros que tinha pareciam reais, mas quando acordava ficava desapontada, pois nunca via a sua cara verdadeiramente, estava sempre desfocada.

Acho mesmo que preciso de ir a um médico. Será que me internavam se dissesse que há um mês ando a ter um sonho com a mesma pessoa, os sonhos repetiam-se, quero dizer os encontros que tinha na mente eram repetitivos, e começava mesmo a achar que estava a ficar maluca por estar na universidade mesmo nas férias, não queria ir para Braga, ou melhor Vila Verde, estava demasiado bem no Algarve.

Talvez fosse lá antes de terminar as férias.

Levanto-me e vou até a cozinha coletiva, poucas eram as pessoas que estavam por ali, o que tornou aquele sítio bastante silencioso, preparo o meu jantar com calma, e regresso para o meu quarto.

Ligo a luz da escravaninha e agarro num esboço que já ali tinha, continuei a  desenhar, até ficar satiafeita.

Era estudante de arquitectura, por isso era um pouco perfeccionista nos detalhes.

Olhei para esboço e vejo que me tinha enganado na cor do cabelo, corrijo para um tom mais escuro

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Olhei para esboço e vejo que me tinha enganado na cor do cabelo, corrijo para um tom mais escuro.

Olho para o desenho, e admiro-o por alguns segundos, fechei os olhos e abano a cabeça, tenho que esquecer aquilo. Mas como o faria?

ONE-SHOT (JOGADORES FUTEBOL E ATLETAS)Onde histórias criam vida. Descubra agora