Capitão Otamendi | Nicolás Otamendi

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Os meus olhos não acreditavam no que viam, eu estava completamente paralisada, por alguns segundos, deixei de sentir o meu corpo.

- Nico... - Gemia ela. - Nicolás Hernán Gonzalo... Otamendi... - Não fiquei muito tempo, mas foi o suficiente para a mulher sentir o cheiro do meu perfume e piorar a situação.

Fechei a porta atrás de mim e saí do corredor, andei até ao salão, agarro no meu casaco e na minha mala e vou para o carro, percebo que não tinha o meu carro comigo, por isso baixo a cabeça e começo a chorar compulsivamente.

Respiro fundo e limpo as lágrimas que teimavam em cair sem parar, eu chorei banha e ranho ali no meio do passeio, mas literalmente estava a cagar-me queria apenas chorar.

Esstava congelada e a chorar, os meus olhos estavam semi-fechados pelo frio que se fazia sentir naquela altura do ano.

Vejo o portão da saída e caminho para a rua, ouço alguém chamar-me pelo meu nome, mas eu não queria ouvir quem era, muito menos queria explicar porquê estava a chorar daquela maneira.

Não devia estar sequer surpreendida, porque não estava, ele era mulherengo e não era um homem de uma só mulher, mas todas pensamos que eles serão diferentes.

Eu nunca deveria ter-me envolvido com ele, em primeiro lugar, talvez tivesse sido esse o meu primeiro erro.

- Margarida, espera! - O Rafa chamou-me, mas eu ignoro o Rafael a passos largos. - Magui, espera ...

- Que é Rafael? - Digo a virar-me para ele. - Porra, deixa-me em paz! - digo a chorar.

- O que se passou? - Pergunta ao ver-me naquele estado.

- Nada, apenas quero sair daqui. - digo a secar as bochechas.

- Tu não precisas de mentir! - disse a aproximar-se ofegante. - Eu sei que passou-se alguma coisa, alguma coisa muito grave! Quero que contes! Sou o teu melhor amigo.

- Mas eu não quero falar. - digo apenas a chorar.

- Ok, então vamos sair daqui, eu levo-te, onde quiseres - Olho para ele. - Ou só ando até pedires para parar. - Respiro fundo e afirmo, vou com ele até ao carro. Ele deu partida ao carro e andou sem parar, não sei quanto tempo ao certo, mas foram mais de 30 minutos, vejo um jardim e peço-lhe para parar, saímos em silêncio e caminhámos ainda um bom bocado apenas a ouvir o som da noite, eu ainda chorava, mas agradeço mentalmente ao Rafa por manter o silêncio.

- Vi o Otamendi com outra mulher. - digo a sentar-me num banco, ele olha para mim chocado, um pouco atrapalhado diz.

- O quê? - Disse ainda um pouco atordoado.

- Vi o Otamendi a beijar outra mulher, a fazer sexo com ela. - digo. - Ele traiu-me Rafa! - digo.

- Fogo! Eu julguem não ser assim tão grave! - disse.

- Mas é, é grave, aliás é muito grave - disse.

- O que vais fazer? - Questiona depois de alguns minutos em silêncio.

- Eu não sei, eu definitivamente não sei o que vou fazer! - digo, e choro apenas.

(...)

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