Bem-me-quer ou mal-me-quer

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Notas da autora:

Bom dia, pessoinhas lindas, tudo bem por aí?

O que vocês estão achando da história?

A ideia é trazer atualizações semanais desse romance  errático, espero que vocês gostem :)

Boa leitura, e um cheiro no pescoço.

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Diga que me odeia

Mas diga que não vive sem mim

Eu sou uma praga

Maria-sem-vergonha do seu jardim

Rita Lee - Bem me quer

Nova Primavera, um mês depois.

Narrado por Agatha:

A manhã estava agradável naquela cidadezinha pacata. Aproveitei para levantar cedo e tomar uma ducha, antes de começar o dia. A água gelada escorria pelo meu corpo, levando embora o tédio que me amofinava. Eu estava me corroendo de curiosidade para saber se o meu chá estava surtindo os efeitos esperados na Irene, mas Angelina não podia desconfiar do meu plano, então, tudo que me restava era esperar.

Dona Agatha Moura La Selva, ganhando mesadinha do Antônio, hein. Eu consegui. Ao menos isso estava indo de vento em popa. Antônio La Selva, você já tá aqui, ó, comendo na minha mão. Pensei alto.

Nunca imaginei que seria tão fácil. Em pensar que depois de todos esses anos, você continua apaixonado por mim, caidinho aos meus pés. E eu tão desinteressada, tão desprendida do seu dinheiro. Eu vou arrancar de você cada tostão que eu tiver direito. Pressionei a língua entre os dentes, esboçando a vitória iminente, enquanto a água seguia seu curso em meu corpo ensaboado.

Apesar de estar ganhando uma mesadinha do Antônio, isso estava longe do que eu merecia. Confesso ter me surpreendido com a rapidez com a qual eu consegui arrancar dinheiro daquele idiota, mas o que eu realmente queria era que o Antônio largasse aquela messalina por livre e espontânea vontade para ficar comigo - quer dizer, nem tão livre, né, afinal, uma ajudinha das ervas não faz mal a ninguém -, para que eu tivesse acesso a todos os bens dele, sem qualquer tipo de limitação.

Saí do banho enrolada na toalha branca e fiquei uns 5min olhando para as roupas dentro daquele armário, eu realmente precisava de trajes novos. Calma, dona Agatha, tudo a seu tempo, afastei o consumismo do pensamento e peguei o vestido nude que estava mais à mão. Calcei minha sandália usaflex amaldiçoando o quanto aquele look não me favorecia em absolutamente nada e saí do quarto. Já havia passado da hora de agitar um pouco as coisas.

Peguei um taxi e fui ao escritório do Antônio despretensiosamente. Eu precisava sondar como estavam as coisas. Chegando ao local, percebi, de cara, que Petra e Luigi estavam lá também, logo, a perua da Irene deveria estar sozinha em casa, para minha felicidade.

A secretária me conduziu até a sala de Antônio, não permitindo a minha entrada triunfal não declarada.

- Doutor Antônio, a Sra. Ag...

Interrompi o pronunciamento da mulher flutuando como uma pluma para dentro da sala. Antônio me fitava admirado, deixando de lado os papeis que estava analisando. Senti a porta se fechando atrás de mim, enquanto o homem se levantava para meu saudar.

- Agatha?! O que trouxe você até aqui? – Antônio se aproximava de mim e me conduzia até a cadeira, me convidando a sentar. – Você quer um café ou uma água?

Vou te amarrar na minha camaOnde histórias criam vida. Descubra agora