I dare you to love me

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Boa tarde, pessoinhas lindas, como vocês estão?

Os próximos dois capítulos contarão com a ilustre presença ativa do nosso Imperador do Soja, para que as coisas façam um pouco mais de sentido.

Vocês estão curtindo a leitura?

Obrigada por dedicarem um tempo da vida de vocês para acompanhar e para comentar esse romance tumultuado das Imperatrizes de Nova Primavera.

Espero que gostem do capítulo.

Boa leitura, e um cheiro no pescoço

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Menina veneno,

Você tem um jeito sereno de ser

E toda noite no meu quarto

Vem me entorpecer

Ritchie – menina veneno

Nova Primavera, 27 de junho de 2023.

Narrado por Agatha:

Era cedo da manhã de terça-feira, quando acordei naquela cama dura, naquele quarto estranho, sem nenhum dos meus pertences e com o aroma de Irene impregnado em minha derme. Que bela forma de começar o dia, risos. Instintivamente levei a mão até a mesinha de cabeceira em busca do celular para conferir o horário, mas, ao tatear o móvel vazio, me dei conta de que havia esquecido o objeto em meu quarto, naquela confusão da noite anterior.

Merda. A noite anterior. As confidências veladas. O tato. Os lábios de Irene roçando nos meus. O corpo dela me incendiando inteira. O pesadelo que se sucedeu após. Todas as minhas certezas estavam escorrendo pelo ralo mais depressa do que eu conseguia estimar.

Levantei da cama e calcei os meus chinelos, era hora de encarar aquele cenário de pós guerra. Ao chegar na porta do meu quarto, reparei que ela estava apenas encostada e torci pra que nenhum fuxiqueiro daquela cidadezinha tivesse vasculhado as minhas coisas. Merda. As ervas. Respira, Agatha, vai ficar tudo bem.

Entrei no recinto desconfiada, porém logo fui tranquilizada pela certeza de que ninguém havia colocado os pés no local. Tudo estava na mais perfeita ordem. Quer dizer, nem tanto, a cama quebrada, a porta arrombada, as reminiscências. As malditas memórias da noite passada insistiam em aparecer. Levei as mãos ao rosto, pressionando os de dedões no queixo e os outros oito dedos na testa, pendendo a cabeça para baixo.

O silêncio do quarto contrastava com o estardalhaço que se perfazia em minha mente. Peguei o celular. Desbloqueei a tela. Vinte-e-sete-de-junho. Aniversário dela. Sempre ela. Que ódio.

Foco, Agatha, foco. Não é momento para distrações. Eu não poderia colocar tudo a perder. O meu objetivo era recuperar as terras que eram dos meus pais, e eu o faria, não importava o quão alto seria o preço. O Antônio tinha que pagar por tudo aquilo que ele e aquela maldita família haviam feito comigo, com meus pais, com a minha vida.

A gente chega até onde a gente tem coragem de chegar, e eu não havia retomado praquele inferno de cidade para colocar tudo a perder. Não agora. Não com tudo fluindo a meu favor. Eu não poderia me dar esse luxo. Eu não poderia me apaixonar por ela. De novo, aquela madame. Ultimamente, quase tudo era sobre aquela mulher. De todas as pessoas do mundo, tinha que ser justo ela?

Eu me sentia indecisa como nunca antes. E eu sabia muito bem que indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas supõe que deveria querer outra coisa. Não havia uma incerteza sequer de que eu PRECISAVA querer outra coisa. Vamos, Agatha, foco na vingança. Mas antes disso...

Vou te amarrar na minha camaOnde histórias criam vida. Descubra agora