Vou te amarrar na minha cama

Locked out of Heaven

Notas da autora:

Boa noite, pessoinhas lindas, tudo bem por aí?

O que estão achando dos capítulos?

Obrigada pelos comentários e por acompanharem esse romance caótico :)

Boa leitura, e um cheiro no pescoço.

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Can I just stay here?

Spend the rest of my days here?

'Cause you make me feel like

I've been locked out of heaven

For too long,

For too long

Bruno Mars - Locked out of Heaven

Nova Primavera, 7 de dezembro de 2023.

Narrado por Agatha:

O tom mélico do beijo embalava o tango entre nossas línguas, enquanto nossas digitais insistiam em se fazer doces pelo caminho. Eu sentia borboletas no estomago. No fim, eu só queria ser feliz, mas será que tal façanha seria possível ao lado dela? Ame como se o mundo estivesse acabando, pois ele está, era o que as vozes enfáticas da minha cabeça deliberavam.

O meu debate interno não deveria mais ser se esse sentimento deveria ou não existir, posto que essa já era uma batalha perdida, mas deveria ser sobre o que eu faria com ele, uma vez que estava cada dia mais enraizado em meu âmago. Aquela era uma decisão providencial, não havia mais escapatória.

- Irene... – Afastei nossas bocas e suspirei seu nome.

Tracei o contorno de seus lábios com o dedão e a beijei novamente. Dessa vez, com paixão, me deixando levar pelo desejo de possuí-la novamente. Segurei sua nuca com a mão direita e prendi seu lábio inferior entre os dentes, o puxando para mim.

- Minha flor... – Irene pronunciou entre um sorriso que deixava suas covinhas aparentes e me fazia sorrir apaixonada de volta. A ex Imperatriz do Soja encarava meus lábios vermelhos de seus beijos, com o rosto rente ao meu, enquanto passava as mãos pelo meu pescoço e descia aos ombros. - O que a gente faz agora?

Era um fato incontestável que havia um magnetismo naquela situação, no proibido, na sutileza que dançávamos entre o amor e o ódio em sintonia. Havia um quê de verdade em todas as nossas mentiras, mas a verdade é a última coisa que as pessoas querem ouvir; elas sempre preferem uma mentira doce a uma verdade amarga. E, de mentira, eu entendo.

- Eu não sei o que fazer...

- Vamos fazer um acordo? – A mulher tomou um pouco de distância, buscou minhas mãos com as suas e entrelaçou nossos dedos. – Vamo?

- Estou ouvindo... – Senti minhas mãos suarem em antecipação à incógnita que estava por vir.

Apesar do receio, naquela ocasião, algo genuinamente bom atravessava minha aura. Uma sensação insólita, até então. Eu finalmente estava vivendo. Eu, enfim, estava feliz de verdade. Contudo, o inegável é que eu estava dividida, me desviando do foco principal que havia me levado novamente à Nova Primavera e a culpada disso era uma morena de 1,60m em cima de um salto.