Notas da autora:
Olá, pessoinhas lindas, tudo bem por aí?
Sábados parecem bons dias para retornos, após hiatos. Dito isso, nada mais justo para reinaugurar a fase de ameaças do que com beligerâncias e ambivalências.
Aline: obrigada pelas contribuições.
Falsa Medeia: vamos amigar, pelo amor de Deus.
Boa leitura, e um cheiro no pescoço :)
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I promised myself
Not to slip
Back into old habit
'Cause heartbreak is savvy
And love is a bitch
Two Feet – Love is a Bitch
Nova Primavera, semanas depois.
Narrado por Agatha:
As últimas semanas foram um compilado de sentimentos e de pensamentos agridoces sobrepostos e interligados formando uma gigante teia invisível na qual eu me emaranhava a cada movimento, por mais sutil que se configurasse.
O distanciamento agudo de Irene me feria mais do que eu imaginaria ser possível, e o crescente desejo de vingança nublava meu discernimento. Eu havia passado as últimas semanas congelada no tempo-espaço do nosso último beijo misturado com as lágrimas do nosso adeus. A imobilidade era uma tentativa exasperada de sobrevivência, mas o movimento era a minha única chance de efetivamente viver.
As relações despertam em nós muito mais do que sentimentos, elas trazem à superfície nossos padrões, aqueles que tentamos soterrar e cuja permanência nos causa angústia extrema. A sensação estridente me inquietava, bem como as promessas vãs que drapejaram dos lábios doces da minha ex, futura, atual e eterna rival. Estávamos forçando o desencontro de um encontro de almas forjado antes mesmo de nossos olhos se cruzarem, de nossos perfumes se espalharem pelo ambiente e de nossas bocas comungarem o segredo da vida eterna.
Não era mentira que eu havia retornado à Nova Primavera por meus filhos, mas estava longe de ser uma verdade absoluta, até porque nenhuma verdade pode ser considerada absoluta. No fundo, eu tinha a expectativa de dominar tudo que arbitrariamente era de Antônio ao lado da minha prole, dos meus sucessores, contudo, estava preparada para fazê-lo sozinha, se preciso fosse, mas, aí, ela apareceu.
Era verdade que eu nunca havia deixado de pensar em meus filhos, eles eram uma parte do meu legado, eram um produto derivado do sangue que corria em minhas veias, eram uma produção minha, e o artista sempre volta o seu olhar atento aos seus feitos, seja para admirar, seja para criticar. E era exatamente isso que eu estava fazendo.
Os últimos meses ao lado das minhas três obras de arte me fizeram perceber que eles eram três partes igualmente diferentes de mim. Os três possuíam as mesmas fragilidades e o mesmo desejo de se sentirem amados e acolhidos por mim, mas apenas um deles havia herdado o mais importante, a sagacidade dos Moura. Não à toa, Hélio sempre seria o meu favorito.
O plano havia sido rigorosamente pensado, com cada etapa cuidadosamente formulada. A motivação era intrínseca. E por mais monotemática que eu tendesse a ser, a verdade me escapava pelos poros. Irene me era mais cara do que a vingança. Apesar disso, o fato é que eu havia conseguido contornar a situação. Eu estou tão perto de conseguir tudo que eu sempre quis. Eu estou retomando o lugar que é meu por direito. Eu estou a um passo de me vingar do Antônio, de ver o culpado pela ruína dos meus pais em pedaços. E eu tenho a justiça do meu lado.
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Vou te amarrar na minha cama
RomanceApós incontáveis embates, Agatha e Irene La Selva estão cada vez mais envolvidas na árdua tarefa de destruir a inimiga, mas algo foge de seu controle e as megeras acabam se beijando.