𝑵𝑨𝑴𝑶𝑹𝑨𝑫𝑶 𝑫𝑬 𝑨𝑳𝑼𝑮𝑼𝑬𝑳 • 𝐉𝐮𝐧𝐠𝐤𝐨𝐨𝐤

Capítulo 1: Solteirona da família

SÁBADO | 02 • 12 • 2023 | 20:35 PM
~ Hana Park ~

Ser a única solteira da família nunca foi fácil. Todos me zoavam e soltavam comentários desprezíveis, como "Você precisa de alguém", "Nunca vai arranjar um namorado se não se esforçar" e "Vai ficar solteira para sempre se continuar desse jeito". Eu não conseguia acreditar que meus primos e primas da faculdade tornavam minha vida um verdadeiro pesadelo, já que todos eles, até mesmo os mais novos que eu, tinham relacionamentos perfeitos e eu era a única segurando a vela, ou para ser mais precisa, a tocha olímpica, enquanto eles apenas aproveitavam a vida de namorico.

Decidida a aliviar a pressão dos outros, acabei cedendo e comecei a buscar algum garoto que pudesse se encaixar nos meus critérios. No entanto, todos os encontros às cegas ou tentativas de relacionamento - arranjados por mim mesma ou até pelos meus pais - não deram em nada. Nenhum deles me atraía ou me fazia sentir algo especial. Eu me sentia cada vez mais frustrada e solitária. Me questionava constantemente se havia algo de errado comigo, se eu era incapaz de atrair a atenção e o amor de alguém. A cada tentativa frustrada de relacionamento, meu coração se machucava um pouco mais, corroído pela sensação de rejeição e inadequação.

Durante aqueles encontros às cegas, eu esperava ansiosamente que talvez, finalmente, encontrasse alguém que me fizesse sentir aquele frio na barriga e borboletas no estômago. No entanto, a realidade me decepcionava implacavelmente. As conversas eram superficiais e desinteressantes, faltava aquela conexão genuína que tanto buscava. Era horrível até mesmo de relembrar esses momentos de encontro que não deram certo, cada um pior que o outro eu diria. O primeiro encontro foi uma verdadeira catástrofe. Assim que entrei no café, avistei uma figura encantadora esperando por mim. Nosso primeiro contato foi estranho, com sorrisos forçados e cumprimentos desajeitados. Sentamos em uma mesa, e a falta de conexão e química foi evidente quando os assuntos se esgotaram. As pausas constrangedoras eram preenchidas com suspiros desconfortáveis. Ele parecia mais interessado em seu telefone do que em mim. Tentei manter a conversa fluindo, mas logo ficou claro que nossas personalidades não se alinhavam. A má escolha de música de fundo apenas agravou a situação. No final, percebi que não poderíamos ter mais nada além de uma simples conversa educada. Não houve um segundo encontro e aquela memória permaneceu como uma lembrança de como os encontros às cegas podem ser frustrantes.

Decidi dar uma segunda chance aos encontros às cegas, acreditando que o fracasso do primeiro encontro poderia ter sido apenas um caso isolado. Ao chegar ao local, me deparei com um homem extremamente atraente e charmoso chamado Mark. Fiquei animada e acreditei que finalmente havia encontrado minha alma gêmea. Iniciamos a conversa de forma fluída e a atração entre nós era evidente. Mas, assim que o tema de seus interesses pessoais surgiu, me vi em uma situação desconfortável. O homem a minha frente começou a falar sobre como era um relacionamento em seu ponto de vista e eu poderia resumir em três coisas ao ouvir seu longo discurso: Possessividade, ciúmes e vicio profundo em sexo. Pensei em todas as possíveis consequências alarmantes que um possível relacionamento com ele poderia trazer para minha vida. No final, eu simplesmente não consegui ver um futuro com ele e, educadamente, dei um fim àquele encontro. Mas um simples "não" era inaceitável para seus ouvidos, e de uma maneira agressiva e um tempo longo, ele me deixou ir. Depois desse dia, decidi dar um fim em qualquer tentava frustrante e deixar que o destino traga o meu futuro amor até mim. A angústia se instalava na minha alma, como se eu estivesse condenada a uma eterna busca por algo que eu não sabia se sequer existia. Era como se eu fosse a protagonista de uma triste novela, condenada a repetir cenas de solidão e desilusão. No entanto, mais do que isso, eu desejava ser dona da minha própria história, encontrar amor e felicidade no meu próprio tempo, sem ceder às expectativas e opiniões alheias.