KILL TO SURVIVE // Chishiya .

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EU ESTAVA com a visão totalmente embaçado por conta das lágrimas.
Estava chorando na frente do túmulo da minha irmã mais nova, como faço nessa mesma data desde o ocorrido.
A 8 meses atrás.
A 8 meses atrás minha vida mudou completamente.

Olho uma última vez para o túmulo mas antes que eu vá embora recebo uma notificação.

❝ Olá filha, gostei do seu último vídeo. Você não vem visitar sua mãe nunca? ❝

Apenas ignoro minha mãe. Como venho fazendo desde que ela passou a me mandar essas mensagens, a uma semana. O engraçado é que ela nunca me apoiou nisso, ela sempre fazia questão de jogar na minha cara o quanto a minha irmã mais velha é bem sucedida ou que minha falecida irmã mais nova, Ami, com apenas 8 anos era muito mais inteligente e seguiria uma carreira boa, que teria um futuro bom, diferente de mim.

"——Olhe para a sua irmã, fez uma faculdade excelente e está trabalhando como médica e você? Virando dançarina e fazendo vídeos para internet. Eu sabia que seria uma vergonha desde quando falava que queria fazer isso quando crescer! Sabia que seria uma inútil!, não serviu nem para ter uma profissão descente, eu sinto muito desgosto por você ser minha filha!—-minha mãe gritava enquanto falava.

——E você acha que eu sinto orgulho em ser sua filha? Você só é uma mãe narcisista frustada que não teve futuro que queria!, mas pode ficar relaxada, já achei um apartamento para mim, vou me mudar amanhã mesmo!Você nunca mais terá que olhar na minha cara."

Esse foi o último diálogo que tivemos a meses atrás, e agora que eu consegui crescer na internet, sou reconhecida e ganho uma boa quantia de dinheiro ela vem mandando esses tipo de mensagem, por puro interesse.

Mas por enquanto ignoro, depois de todo esses anos que ela vem falando que eu sou um desgosto pra família, ela acha mesmo que com essa manipulaçãozinha eu vou dar alguma parte do meu dinheiro pra ela. Ela está bem enganada.

Balanço a cabeça e saio desses pensamentos, não quero lembrar sobre quando morava com minha mãe, agora morando sozinha minha vida melhorou muito.
Enxugando minhas lágrimas indo em direção a saída.

Depois de um caminho considerável, chego no meu prédio e entro no elevador, quando ele se abre, tomo um susto por ver minha irmã parada na frente do meu apartamento.

-Estava morrendo de saudades sua! -falo e praticamente me jogo nos seus braços em um abraço forte.

Mesmo com minha mãe me comparando com ela o tempo todo, tudo o que sinto por ela é carinho e amor. Tenho certeza de que ela é minha alma gêmea em questão de irmãs, nem minha mãe nem ninguém conseguiria me colocar contra ela.

-Pode ter certeza que estava com mais, Aya!-fala retribuindo o meu aperto.

-E como está seu trabalho? Continua cansativo ou aquele médico está te ajudando a passar o tempo?-me solto de seu abraço rindo e abro a porta.

Ayumi tem uma queda por um médico do seu trabalho e eu vivo a zuando por isso.

-Cala a boca, ele é um médico ocupado assim como eu.-Ela entra e eu logo fecho a porta mas consigo ver um brilho diferente em seus olhos.

-Me conta outra, sei que estão saindo.-Eu falo indo para o banheiro tomar banho.

-Não dá para esconder nada de você mesmo. Estamos saindo sim e talvez eu esteja começando a gostar realmente dele.-Ayumi fala meio envergonhada indo para a cozinha.

-Eu sabia, na hora que falei dele seus olhos brilharam. O olhar sempre revela antes mesmo de dizermos.-falo em um tom mais alto para que ela escute, tiro a roupa e vou para o chuveiro.

Quando iria abri-lo todas as luzes se apagaram em questão de segundos e um silêncio veio com a escuridão.
Esse prédio não é de ficar em silêncio, temos sempre várias crianças aqui.

-Mas o que? O que aconteceu? - pergunto confusa, tento abrir o chuveiro mas nenhuma água sai.- Ayumi você tá bem? - grito para ela mas tenho o silêncio como resposta.

Fico preocupada então coloca as minhas roupas novamente e vou para a cozinha. Com dificuldade consigo vê-la parada assustada assim como eu.

-Você não pagou a conta não? Não 'tá saindo nem água nas torneiras. - Ela abre uma torneira me demonstrando.

-Claro que paguei Ayumi, no chuveiro também não 'tá saindo mas olhe lá fora, acho que foi no bairro inteiro.- falo vendo pela janela a rua toda escura e vazia.- Isso 'tá estranho, o prédio não é de ficar em silêncio, muito menos a rua. Vamos lá verificar, parece não ter ninguém.- falo ainda mais confusa por estar um completo silêncio.

-Vou pegar meu celular antes para iluminar lá fora.-Ayumi pega seu celular, tenta ligá-lo mas não acontece nada. -Impossível ele 'tava com muita bateria.

Isso 'tá muito estranho.

-Deixa eu ver se o meu liga.-vou para o banheiro, o pego mas também não acontece nada. -O que 'tá acontecendo?-volto para a cozinha. -Vamos ter que ir lá pra fora sem iluminação mesmo.

Descemos as escadas com cuidado, até porque o elevador não está funcionando, quando chegamos na rua só o que vimos são carros parados mas com ninguém dentro.

-Vamos procurar alguém, isso não é possível.- falo totalmente incrédula por não ter nada na rua. Nenhuma pessoa.

Corremos e gritamos diversas vezes para ver se alguém aparecia e nada.

Não tinha ninguém em Tóquio.
Como isso era possível?

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Notas da autora:

Esse primeiro capítulo foi mais para introduzir ela na história, espero que tenham gostado!!

E muito obrigada por estarem lendo Kill to survive! Como minha primeira história ela é importante para mim. :) ♡